revolta

Foto de Rosamares da Maia

CPP 245

CPP 245

Barraco não é domicílio,
É esconderijo.
Na calada da noite,
Há meia-noite. Calado!
Quatro horas da manhã,
Zoeira do caveirão,

Pé na porta. – Deitado no chão!
É busca e apreensão.

Que mandado que nada,
Genérico é remédio de pobre.
Nunca li o 5º da Constituição.
Qualquer casa “verde” serve.

Mão na cabeça. Calado!
Cara no chão!
Direitos e garantias?
Literatura de subversão!

Criança dormindo,
Mulher chorando,
Pé na porta.

Cadê? Me dá. Confessa!
Prova é fácil de plantar.
Mas... Se arregar...
Quanto tu vale o negão?

Favela não é comunidade,
É gueto, só mais um gueto.
Barraco não é domicílio.
Negro não tem lealdade.

Barraco é esconderijo,
Na calada da noite,
Pé na porta, mão na cabeça!
Cara no chão.

Rosa Maria Maia

25 / 11 / 2005.
Monografia - Puc R.J

Foto de poetisando

Tanta fome tanta guerra

Tanta fome tanta guerra
Tanta gente estropiada
Tanta gente inocente pela guerra ignorada
Tanto dinheiro gasto em armamento
Tanta gente a morrer por falta de alimento
Tanta gente a enriquecer com a guerra
Tanta gente a viver na miséria
Tanta gente inteligente que só os faz viver
Tanta gente que á guerra tenta sobreviver
Tanta gente a fazer guerras
Tanta gente a morrer
Tanta gente a paz a desejar
Tanta gente a guerra a fomentar
Tanto dinheiro gasto
Tanta gente que ia alimentar
Parem senhores da guerra e ponham-se sim a pensar
Como acabar com as guerras e os seus povos tratar
Parem de investir em armamentos
Pensem antes como aos seus povos dar alimento
Parem de enriquecer com guerras por vós fomentadas
Alimentem os seus povos que não tem culpa de nada.
Ponham a mão na consciência
E vejam o que arranjaram
Estropiaram inocentes
E a fome espalharam.

De: António C.

Foto de ivaneti

Eu sou aquela...

Eu sou aquela
Aquela que de repente quer ver noticias
Aquela que se abala e chora
Aquela que sente dor em todo seu ser
Aquela que sonha em ver um mundo melhor

Eu sou Aquela

Aquela vestida de preto
Aquela que faz seus versos sorrirem
Aquela que sente arrepio diante da justiça
Aquela que ler e reler suas escritas com convicção

Eu sou Aquela

Aquela poetisa que transcreve a dor em versos
Aquela que veste seus personagens coloridos
Aquela que faz do amor as rimas amarelas
Aquela que perde a conotação diante da situação

Eu sou Aquela

Aquela que assistiu as piores noticias
Aquela que perdeu a emoção com tantas tragédias
Aquela poetisa...
Aquela de alma transparente

Eu sou Aquela que perdeu a motivação
Eu sou aquela que por fim
Perdeu a inspiração diante da Televisão.

Foto de Maria silvania dos santos

Já fui doce como mel.

Já fui doce como mel, hoje sou amarga como fel, o culpado, o amigo infiel.

Autora; Maria Silvania dos santos.

Foto de Maria silvania dos santos

A VIDA É UMA HISTORIA!

A VIDA É UMA HISTORIA!

A vida é uma historia que para
acabar não tem hora, às vezes a gente chora e quer tudo sem demora.
Mas tudo tem a hora e nem sempre à
gente ora.
ÀS vezes a DEUS ignoramos e nem
pensamos no que erramos, então porque às vezes iramos, se de DEUS nem lembramos?
Autota; Maria silvania dos santos

Foto de Maria silvania dos santos

“ Eu confesso que apelei!

“ Eu confesso que apelei!

“Eu confesso que apelei, perdi o controle, já não aguento mais, vou falar de mim, vou chutar o balde!
Quero mudar meu jeito de ser, quero mas não consigo, não sei o que vou fazer. Sou muito anciosa em tudo , tudo, digo até que sou exgerada, tenho conciencia disto mas não me controlo, qualquer coissa me faz perde o sono.
Me sinto de tal forma, que nem eu mesma consigo esplicar.
Se gosto de alguem, gosto essecivamente, já perdi amigos por eu gostar tanto ao ponto deste amigo me achar estranha, pensar que meus sentimentos é de mulher para homem. Mas não é verdade. Qualquer coisa me conquista, me deixa alegre demais ou até mesmo muito triste.
Parece que estou me elouquecendo, estou me engordando demais, não sei se é pela anciedade, só sei que em um ano engordei dez kilos.
Sou do tipo que tem que ser agora, se daqui a pouco ja me estreça. Se quero algo, tem que dar certo, faço qualquer coisa para dar certo, mesmo que seja uma loucura, faço e as vezes por um instante me arrependo, mas em seguida se sinto nessecidade faço tudo novamente. Acho que não tenho motivo, mas me sinto muito carente, carente em tudo, sinto que sou impulssiva, esseciva, Nada é suficiente, as vezes ate percebo que em alguma coisa chego ser viciada. Estou descontrolada em minhas atitudis, mas é que foge do meu controle.
Gente, eu já acho que nem sou normal, preciso de uma solução mas não sei qual. A unica coisa que até hoje ainda não senti, é odio, que bom pelo menos isto não sinto, pois tenho medo que possa acontecer, pois tudo meu é essecivo.
Se sinto que preciso ajudar alguem, mesmo que me comprometo e até nem consigo, mas eu tento, se não consigo fico muito extrssada.
Me sinto angustiada. Este conto não é apenas um conto para tentar escrever algo, é minha realidade. Por favor sem critica me ajudem, as palavras de vocês podem talvez me ajudar, sou uma pessoa amorosa até demais, mas tudo em mim é essecivo e com isto sofro muito. Mas o que sinto é mais forte que eu, alguém de vocês já conheceu alguem assim? vocês acha que existem tratamento para isto?
Por onde começo?
Acho que vou ficar loca.
Obrigada pela atenção de vocês!
AUTORA: Maria silvania dos santos
Silvania1974@oi.com.br

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FILHINHO DE PAPAI! 19/05/2011

FILHINHO DE PAPAI! 19/05/2011

Em uma família Sempre a o bonzinho o carrasco e a vítima.
Em minha família não é diferente, somos sete irmãos.
Eu sou a mais velha.
Também tenho abaixo de mim mais três homens e três mulheres, a mais nova, a rapinha do tacho como dizem os de mais idade, é a mais rebelde!
Já um dos irmãos homem, sendo o do meio é o que tudo pode, tá sempre certinho na opinião dos nossos pais, ele sim é o segundo pai, segundo chefe da família, na ausência do nosso pai quem da às ordens é ele e até minha mãe acata as ordens, assim, ele se sente o poderoso.
Mas acontece que isto crio uma revolta entre irmãos, uma situação muito complicada, pois já tem pessoas dentro da família que não suporta a ele, tomou raiva dele, já foi dito não suporta ouvir a voz dele, por outra pessoa ele já foi ameaçado de morte.
Pois ele é o tão queridinho dos pais, o tão certinho, que ate ordem que pegue minha irmã mais nova para corrigir, dando a surra que se fosse a maneira correta de corrigir deveriam ser nossos pais a dar, pois eles não são invalidos, mas meu irmão tem a autorização a dar.
Mas acontece que minha irmã já tá mocinha, hoje 19/05/2011 ela já tem dezesseis anos de idade, já não é mais uma criancinha e as ordens continuam, cada vez com mais autoridade.
Já a irmã um pouquinho abaixo de mim, eu não sei dizer se é a vitima ou o carrasco, pois na verdade eu reconheço que ela tem o dom de envolver em problemas, ela é uma pessoa muito difícil de conviver com ela, ela é muito brigona, e entende tudo ao contrario.
De certa parte a família se sente desprezada por ela, pois só nos procura na hora de muita dor, mesmo assim tem que ser do jeito dela e não as nossas condições e se não pudermos ele se irrita.
Mesmo assim, nas maioria das vezes, nós é quem temos que nos humilhar se queremos ah ajudá-la.
Até a ajuda ou até mesmo um conselho ela prefere aceitar de uma pessoa estranha do que da família.
E sendo assim ela sofre muito, só entra em problemas.
O pior que ela se envolve em problemas e envolve toda família, ela as vezes até nos coloca em perigo.
Hoje 19/05/2011 a data que escrevo este desabafo, faz 47 dias que eu e meu marido e meus três filhos tivemos que sair de Ribeirão das Neves a cidade que nós morávamos há 12 anos.
Saímos de lá por problemas dela e Por este motivo estamos passando certa dificuldade financeira, não estamos conseguindo fazer nem para o sustento alimentício.
Ela não aceita que ela tenha culpa em partes, mas na verdade acreditamos que sim, pois além dela e as crianças dela sofrerem tanto, ainda transbordo o problema para a família, pelo fato de querermos a ajudá-la.
Ela envolveu com um cara que além de usar droga ele a maltrata fisicamente, verbal mente e até ameaçando de morte com arma em mãos e na frente das crianças deles, e também nos ameaça, citando até o nome de minha filha de quatro anos.
Segundo outras pessoas ele já disse que vai consumir minha irmã, mas que antes disto, irá faze-la sofrer bastante.
E com isto achamos que o motivo dele querer nos fazer mal, seja pelo fato de ser da família dela, pois se alguém deseja fazer o próximo sofrer, nada melhor que tocar na família, além de sermos da família, uma vez minha irmã decidiu deixá-lo e denunciou ele a policia por agressão física e ameaça de morte, em seguida ela foi para minha casa. Mas o pior que ela parece não ter medo de nada ou perdeu a vontade de viver, pois um mês depois ela volto pra ele e ainda engravidou novamente pensando que se o dar um menino homem ele mudaria o jeito de ser.
Pois ele teria muita vontade de ter um menino, Ela conseguiu dar a ele um menino, mas percebemos que ela enganou, pois tudo continuou como antes, ou quem sabe até pior.
Mas o que ela não se pôs a pensar antes de engravidar novamente, é que antes destes filhos com ela, ele já tinha outros com outras mulheres e nem se preocupava.
Hoje está minha irmã com três filhos, sendo a mais velha com três anos e sete meses de idade, sendo esta uma filha de outro relacionamento de antes, e que hoje também sofre junto com a mãe, assistindo tudo que a mãe sofre.
E como se não bastasse ainda o desprezo também, ouvindo até o padrasto a dizer que a odeia, e que lá ela irá sofrer muito.
Seguindo a historia , Hoje dia 05/06/2011 minha irmã parece ter decidido tomar um rumo na vida, deixou o marido e está morando ela e as três crianças com nossos pais. Mas o triste é que ainda acreditamos que ela irá voltar para o es, pois ela já confesso que ainda gosta dele e que não vai conseguir o esquece-lo. A gente teme pelo pior, pois isto é o que acontece com muitas mulheres que não denuncia as violência dos maridos ou se denuncia retira a queixa e volta viver junto ate que eles mesmo a mata.
Mas temos que viver só nos lamentos e pedindo A DEUS por ela , pois conselho a ela não adianta, ela finge não ouvir e continua fazer tudo como antes e ainda encontrando com ele, só nos resta orar a DEUS por ela. Já o meu irmão, o filhinho de papai, continua sendo o perfeitinho, o preferido dos pais.
Tanto que já foi dito por nossos pais que em falta deles, quem tem direito na herança do pouco que nossos pais possui é este irmão, pelo fato de todos nos já saímos de casa e fomos forma nossa familia, mas isto não me assusta, se for preciso abro mão de tudo. Este meu irmão é tão perfeito que controla até no orçamento dos quais já casaram, ele soma cada gasto, cada prejuízo e tudo que pode, ou pelo menos pensa que pode.
Todos outros tem defeito, não tem cabeça, ele sim, é quem sabe tudo. Eu dizendo por minha própria pessoa, eu não tenho nenhum ressentimento por ele, apesar de não aceitar as ordem, ou fazer a vontade dele.
Mas as vezes digamos que nos temos o privilegio mais que todas as outras pessoas, pois todos tem um só pai e nós temos dois.
Agora vamos ver até quando este juiz terá sua cadeira por direito né!

Maria silvania dos santos.

Foto de Maria silvania dos santos

Mulher com sonhos de menina!

Sou uma mulher dos sonhos perdido, e talvez...
E talvez quem saiba ate destruído, pois há anos procuro o caminho a concretizar, mas este caminho ainda não pude encontrar, será que são inexistente?
Cadê meus sonhos? É, meus sonhos? Cadê? Os quais todos os dias tentam renascer como sonhos de menina? É com certeza estão sem força para crescer.
Então? Cadê? Quem roubou meus sonhos?
Devolva por favor, Sou uma mulher desiludida do coração ferido procurando abrigo em um ombro amigo.
Muitas vezes até corro perigo, vagando na escuridão da vida, a qual é a solidão quem me guia. Lagrimas rolam em meu rosto sufocando meu coração, mas nem mesmo sei qual a razão, um que infinita e cruel solidão!
Sou quem na infância, fui adulta, e de adulta nem mesmo sei quem sou.
Só sei que às vezes me paraliso no tempo e viajando nas imaginações, pergunto a mim mesma, quem sou eu? Porque na vida á tantos tormentos? porque tantas crianças não conheceram o que é infância? Perderam todos seus direitos e nem mesmo pode deixar suas lagrimas rolarem? Porque trocaram seus sonhos por uma inchada ou mesmo um fogão a lenha?
Às vezes me sinto completamente perdida, perdida em um deserto sem rumo, tomado pelo silencio da infinita solidão, tentando buscar uma solução. Quantas vezes, simplesmente coberta pelas nuvens e toda a força invisível que domina todo meu ser, eu grito, grito por meus sonhos, grito cadê você? Não vá, não leve minha alegria, me deixe com meus sonhos de menina, mesmo que sejam apenas fantasia

Maria silvania

Foto de Paulo Gondim

Serca

CERCA
Paulo Gondim
05/05/2012

Não me deixes só, antes que me perca
Pois que aqui o mal nem é a seca
Mas a pouca terra, em tanta terra
Pois se há terra, há também a cerca

E como mar que se navega a esmo
Não me cobre rota ou destino
A terra alheia me faz tão pequenino
A terra existe, mas não é minha
Ela não dá pão e nem farinha

A mesma terra infértil, morta,
Por muito tempo adormecida
Vista de longe com olhos fundos
Suspiros doídos, profundos
De quem até a vida é esquecida

Não me deixes só, antes que me sirvam
Como restos aos urubus que se ativam
Sobre a carniça fétida da fome
Nessa terra, poucas espigas se cultivam

A chuva escassa foge em sua pressa
E na terra seca, a vida logo cessa
Mãos ossudas estendem-se no ar
Num sinistro grito, sem brecha
Mais uma vez a seca, o ciclo se fecha

É assim, sem vida, sem guarida
A cerca impede qualquer saída
A terra cercada se faz abandono
Se tem cerca, também tem dono

E a terra não dividida
Em poucas mãos, possuída
Se torna estéril, impura
E de quem dela precisa
Serve apenas como sepultura

Da série, “No Sertão, é assim”

Foto de Rosamares da Maia

Produtos da Fome

Produtos da Fome

Das sombras emergem criaturas medonhas,
Amontoam-se e escondidas, defendem-se,
Prontas para atacar, mostram seus dentes,
Ainda brancos dentes de leite – Por pouco tempo.
Em breve, serão caninos cariados, afiados.
Espúria maternidade! Profana, sem sentido.
Impunidade que certamente será cobrada ao futuro.
E o tributo amealhado em vidas.
Hediondas criaturas. Agora pulam das sombras,
Povoam as ruas, como lhes fosse um direito.
São matilhas solitárias, que solidárias,
Caçam e dividem o produto da sua pilhagem.

Mas não são cães, nem ratos!
- São produtos da miséria e da fome.

Nasceram bebês, foram crianças, meninos e meninas,
Se ainda ousam sonhar é difícil saber.
Têm nos rostos mal definidos, olhos de dor.
Agasalham a realidade sob os viadutos, entre jornais,
Espiam verdades varridas para baixo dos tapetes vermelhos.
Mastigam em sua fome, decisões e providências inúteis.
Meu Deus! Não são cães, nem ratos.
Amontoam-se em uma matilha humana,
Formam a horda dos que têm nome.

- São chamados de h o m e n s.

Rosamares da Maia

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