amor

Foto de Carmen Lúcia

Inalcançável

Caiu do céu...
Anjo sem asas, refez minha doutrina,
minha rotina...
Estendeu meu horizonte, se fez ponte
sobre o abismo que habitava em mim.
Plantou flores na aridez de meu solo
de onde agora decolo...

Amor perfeito, não fosse tanta perfeição
que minha imperfeição endeusa
e minha consciência acusa...

Pra minha amargura, o mel,
Pra minha aflição, a paz,
Pra minha indecisão, o caminho,
Para meu coração, bálsamo que refaz,
a própria liturgia grávida de significação,
homilia pregada em notas musicais
entoando, suavemente, os meus ais.

Olhar que perpassa sem me ver
indo além do que se possa crer...
Palavras que calam meu saber
e me ensinam o que não sei...
E não sei nada, não sou nada do que julgo ser.

Viver é muito mais que existir...
É amar, é sentir, se doar, repartir.
Alma transparente que é sua,
pura e não posso alcançar...
Sigo seu percurso, acato sua missão.
Só não sei discernir o amor da veneração.

Que culpa tenho, coração?

(Carmen Lúcia)

Foto de Asioleh

Sua Perda

Hoje acordei em prantos,
sonhei que te perdia,
que por outro alguém,
me deixaria...
Me deixaria aos prantos, ao lamento,
minha dor inesplicávelmente desesperadora,
sem vergonha, nem medo,
eu chorei, chorei a dor insuportável que senti
a dor de ter que te ver partir.
Partir nos braços de alguém,
partir para todo sempre,
ali eu era apenas um ser impotente,
que não podia gritar, te roubar,
apenas me conformar e chorar.
Chorar ao te ver no altar,
desmoronando o meu sonhar,
não tenho mais saída
pois não tivemos despedida,
você não me disse adeus,
e eu não te desejei sorte,
hoje quero apenas a morte.
A morte amiga que venha me buscar,
porque eu não quero mais chorar.
Minha alma já se perdeu, está escura como o breu.
Minha dor não tem mais cura, em mim existe apenas amargura,
esperando minha sepultura.

Foto de Alexandre Montalvan

Sonhos de quem Ama

Os sonhos que sonha quem ama
E geme e sob lençóis de seda grita
Carente, procura o anjo amado e chama.
E rola na cama, em febre ardente, palpita.

Os sonhos que sonha quem ama
E fazem sorrir, suspirar.
E olhar na janela a rua
E ver o amor acenar
Gritar por um beijo, que mesmo lançado lhe acerte os lábios.
E como escravo voltar para a cama e sonhar

Os sonhos que sonha quem ama
Tão doce mistério, que sempre a alma afaga.
E traz a imagem querida, o vento acalma.
Areias ardentes palpitam e pedem aos anjos
Para sempre amar.

Os sonhos que sonha quem ama
Apenas são sonhos é pena
Assim como um doce poema
Um simples sonhar

Alexandre Montalvan

Foto de Alexandre Montalvan

Profecia

Enxague o sangue das tuas chagas
Sem forças se entregue à fantasia
Os braços abertos na pura ironia
Abraça o teu povo em tuas asas.

Teu peito transpassado pela lança
Lançada pela mão do destino
A esperança da vida é teu hino
Um desafio à morte, a desesperança.

É teu este imenso e diverso universo
Fonte da loucura e eterna melancolia
Espinhos de fogo encravados e imersos
Em tua coroa de rei, já tão sombria.

Afaste-se deste copo de cerveja
Também desta disforme fantasia
Recolha as moedas sobre a mesa
E passe para outro a profecia.

Alexandre Montalvan

Foto de Carmen Lúcia

Palavras, palavras,palavras...

Que as palavras fluam soltas
e falem o que entala a minha garganta,
declamando o que não consigo falar...
Apenas sentir e calar.

Libertas, entre as flores entreabertas,
felizes, contagiando os matizes,
festeiras, celebrando com os colibris
botões de rosas azuis anis,
renascidas com o amanhecer
a decantar o novo que virá,
entonações em simultaneidade com as canções
tocadas em flauta doce,
modulações em sons de blues...

Palavras que não se unem à fusão das cores,
permanecem nítidas, únicas e puras,
paridas do coração, geradas pela emoção,
correndo pelos trigais, dourando os girassóis,
roçando violetas, borboletas, acácias azuis,
vivenciando o desabrochar dos arrebóis,
bendizendo as manhãs de cada dia,
entrelaçando, à noite, a estrela-guia,
e na madrugada silenciam,
pois sabem que o silêncio
faz parte da magia
e acorda a poesia.

_Carmen Lúcia_

Foto de Enise

Quedate - Blank & Jones - Ambient Mix - TRADUÇÃO - FLOR DO CARIBE INTERNACIONAL - Tema de Cristal

Quando a poesia está longe de mim...eu fico longe dela...
Uma hora a gente volta a se encontrar...
Enquanto isso, eu edito meus vídeos de musicas que é uma forma que eu tenho de me expressar também...
Enise:)

**

Foto de Evandro Machado Luciano

A Louca dos Espelhos

Os espelhos estavam voltados para as estradas da cidade de Outrora. Todo domingo Ofélia virava os seis espelhos de sua casa para a rua. Ninguém, absolutamente ninguém sabia o motivo. Alguns, mais perspicazes, ousavam especular...
Enfim...
Imagine, você andando tranquilamente pela estrada de chão batido, quando de repente, não mais que de repente, se depara com a imagem mais horripilante que possa ser concebida pela mente humana. Sim, os espelhos estavam voltados para a rua. Ofélia era, sem dúvida, a mulher mais maligna que a cidade de Outrora já conhecera. E não havia nada a ser feito. Ora bolas, a polícia local tentou de tudo: balas de canhão, bombas de hidrogênio, e armamentos bélicos jamais vistos, nem mesmo em Outrora. Os espelhos não quebravam de jeito algum. Magia? Alquimia? Sei não, havia algo de muito estranho naquela mulher.

O que sempre me incomodou naquele ser odioso, – veja bem, refiro-me à OFÉLIA- é que seus surtos psicopáticos aconteciam apenas nos domingos. Nos outros dias da semana, Ofélia agia como uma perfeita mulher de Outrora. Mantinha-se calma, submissa, obediente aos bons costumes e, jamais relava seus calejados dedos sobre os amaldiçoados espelhos. Que tinha aquela mulher? Que vozes lhe ordenavam repudiar os bons costumes e reverter sua normalidade em ousadia repreensiva? Quem era aquela mulher para apresentar ao mundo imagens tão devastadoras?
Ouviu-se dizer, que um dia desses, Outrora havia sido invadida por uma tropa distinta, vinda diretamente de Lugar Algum. Esses rebeldes enrustidos fantasiavam-se de nobres senhores, apoiados sob a retórica social, e desfilavam asneiras em praças públicas. Certa feita, pernoitaram na residência de Ofélia. Ao amanhecer, diziam querer libertá-la dos grilhões de Outrora, e conduzi-la à Lugar Algum.

Que desrespeito! Uma mulher exemplar, corrompida por estes arruaceiros. A partir daí, aquela casa nuca mais fora a mesma. Doravante, todos os domingos seriam de extremo pavor para os transeuntes da cidade.
Aquelas ruas nunca mais foram as mesmas.
Quando a semana anunciava o crepúsculo, todos temiam passar em frente à casa da louca dos espelhos. Enquanto isso, Ofélia sonhava. Sonhava com Lugar Algum.

Exceto nos outros dias, quando se tornava a mulher exemplar.

Foto de ushihaxandre

AQUELA LAGRIMA

Hoje em fim derramei aquela lagrima
Senti quando nos olhos se formou
Notei quando molhou minhas mãos
Senti alivio, sem perceber
chorei por mim e por você
mas oque ha de mais,
Chorar faz bem ouvi dizer
Mas o que tem de bom em sofrer?
não foi só por mim
ou por amor,
Foi por você!!

ALEXANDRE FERNANDES

Foto de ushihaxandre

POR QUE VOCÊ FOI EMBORA

Nada mudou. A rotina continua a mesma, só você que já não faz mais parte dela. Foi embora, deixou um vazio insuportavelmente doído dentro de mim. Não teve nada que eu pudesse fazer para que isso fosse diferente. Você estava muito perto, e tão longe ao mesmo tempo. Todos os nossos planos - se é que eles um dia foram de verdades - foram embora também junto ao vento. Vejo o tempo passar lá fora, penso tanto em você, tanto que nem sei. Eu queria ter tido certeza..Viver sem você do meu lado, ainda que essa seja a realidade agora, está sendo muito difícil. Todo dia é como se faltasse algo. Eu ainda espero que as coisas volte, não é possível que elas terminassem assim, sem final..Eu te amo tanto, é tão difícil de entender? Deixar você passar, ir embora, viver sua vida sozinha como se eu não tivesse existido tá doendo muito. Poderíamos estar juntos agora

autor desconhecido

Foto de Carmen Lúcia

Valores adquiridos (e absorvidos)

Não quero me perder
dos valores que assimilei,
deixar a mágoa vir à tona
alagando o que sonhei.
Tomar o comando das rédeas,
se prevalecer...
Não fecharei os olhos
e deixar acontecer
simplesmente, covardemente.

Permitir sentimentos mesquinhos
me transformarem em outro ser.

Não!Não foi por isso que lutei,
bravamente, incansavelmente.
Engoli dores, sufoquei prantos, pisei pedras...
Seguindo em frente, sempre,
acreditando, sonhando, amando...

Varei sóis e luas, tropecei calçadas, quedas duras,
amanheci noites mal dormidas,
entardeci antes do entardecer
sem ver o sol morrer,
a esperar a lua que não vinha, não via...
Nem a corrosão da dor mais contundente
se interpôs, fazendo-me esmorecer.

Plantei flores sobre rochas
e regadas a suor as vi florescer;
cicatrizei profundas feridas
que me fizeram crescer.
Agora que cheguei onde cheguei
seguindo os dogmas que a mim criei,
tentam destruir o castelo que arquitetei...

Não, de meus valores eu não abro mão.
Junto fortemente os dedos e não deixo vãos;
impeço escorrerem entre eles
os sonhos que me sustentaram...
Não, nada há de vir que me abale.
Calo minha voz e deixo que o silêncio fale...

_Carmen Lúcia_

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