Hoje, apenas um céu nublado me faz refletir e pensar que demais são nossos obstáculos, porém, nem tanto intransponíveis...
Dias atrás, estava eu cá em meu cantinho de prosa escrevendo sobre a chuva, sobre o som que emite ao cair do telhado, ecoando insistentemente aos meus ouvidos e revolvendo de minha alma, angústias e solidão...
Tal qual a chuva, a desintegrar-se das nuvens os pequeninos pingos d´água que uniformemente regam o corpo da terra, como uma dádiva ao martírio do fustigante calor sofrido por ela, após um sol abrasador que sem trégua assolou-a fazendo com que suas entranhas ficassem em total sequidão e inférteis...
Assim como a terra, estava meu coração e como as nuvens, meus olhos buscavam o evaporar do meu suor para que, em forma de chuva minhas lágrimas pudessem regar o meu corpo e dar vida ao meu coração, para que dele pudesse brotar os renovos que tanto bem fariam não só a mim, como também a todos que deles pudessem alimentar-se...
Eis-me aqui, sol avassalador! Eis-me aqui, lágrimas de refrigério...
Sem teu existir e sem tua partida, não teríamos a luz sublime e encandescedora da formosa lua, lua que veio um dia e levou o meu amor e apenas uma silhueta deixou em minha lembrança...
Vejo-te, minha amada... Nas águas douradas do mar em cada entardecer, posso vê-la também em cada estrela cadente que como minha esperança, cai subitamente diante dos meus olhos ávidos a te procurar na escuridão da noite...
Podes me dizer aonde vai, displicente sol, já vai esconder-se por detrás das nuvens...
Sob este dia nublado, continuo aqui... A refletir e esperar o anoitecer sem nuvens, para que eu possa ver a lua e perguntar-lhe...
Porventura tens visto a minha Amada?
Chuva...
Data de publicação:
Sexta-feira, 26 Dezembro, 2008 - 17:55
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