Refugio-me nas curvas sinuosas da palavra amor
Nos olhos famintos, nos corpos tombados, na dor
No tiro perdido, na justiça não vista
Refugio-me nos perigos incrédulos de uma pista
Na solidão da multidão
Perdida, sofrida
Refugio-me nos versos que não fiz
Na canção que não cantei
Nos irmãos que não amei
Refugio-me, em cada canto
No espanto de uma dançarina
Nas madeixas que não se ajeitam
Na beleza perfeita
Na sensualidade da cabocla “sendeira”
Refugio-me no semblante de uma mulher
Enfim, refugio-me em um canto qualquer...
Minnie Sevla