Súlia, tua boca, fonte endiabrada,
Ainda tenho no corpo a marca deixada,
Dessa muda língua, que tanto arfava,
E quando deslizava sulcava danada.
Ouve meu coração descompassado,
Corre, como um demónio enlouquecido,
Bate, como um batuque desenfreado,
Vai gritando por teu amor aquecido.
O teu corpo sarapintado de cores mil,
Esperando ansiosamente o pincel febril,
Nas lânguidas horas crescendo d'ardor.
Lindo o quadro pintado sob arquejos,
Dançado com movimentos de desejos,
Consumindo em silêncio nosso amor.