Chamado
Hino das vestais aos deuses
Acabou a estação de estio,
O gelo derrete,
Vem a névoa e o orvalho.
No solo, as sementes aguardam,
Sobem os vapores,
Juntam-se as nuvens.
Os deuses preparam a chuva,
Venham e propiciem a fertilidade!
Venham sobre nós,
Façam de nossos corpos
O terreno arado e pronto.
Venham em nossos sulcos
E derramem dentro de nós
O néctar vitalizante,
Que despertará as sementes do torpor,
Para que todos aproveitem a safra.
Mostre a divindade pela verga,
Prove a autoridade pela soma.
Vesperal
Hino das vestais aos campineiros
Vinde, obreiros da colheita!
Vede que os deuses não demoram,
Cedo vem as nuvens
E os campos devem estar prontos.
Tragam as enxadas
E firmem os moirões.
Removam as pedras do passado
E as raízes do remorso.
Não podemos atender aos deuses,
Nem honrá-los com nossos serviços
Sem sua vigorosa ajuda.
Abram nossos véus sagrados
E depositem sua força em nosso templo.
Façam com seus corpos musculosos
A sagração de nossos veios,
Amaciem e preparem nossas carnes,
Para receber a dádiva divina.
Ato de labor
Hino dos campesinos às vestais
Formosas damas, eis-nos!
Nunca fugimos às obrigações,
Mal nos chamaste
E nossos membros já atendem.
Somos homens rústicos,
Simples e brutos.
Não possuímos riquezas,
Senão nossas mãos,
Nem temos nobreza,
Senão nosso trabalho.
Ainda assim nos recebe,
O templo sagrado se abre,
Nos revelando segredos e mistérios
Que são negados a reis.
Recompensados com tal honra,
Oferecemos em profusão dessa seiva
Que seus corpos pedem
Em sagrado frenesi.
Monção
Hino dos deuses aos devotos
Eia, fruto de nossos amores!
Nós viemos de longas distâncias,
Escutamos o chamado da carne
E nos preparamos para nutrir este mundo.
Eis a verdade,
O que está embaixo
É igual ao que está em cima.
Benditas são as vestais,
Que com seus véus dançam,
Chamando para si os campesinos,
Para que esta festa na terra
Se reflita no firmamento.
Assim se juntam as nuvens
E nelas derramamos o sagrado néctar.
Enchei os ventres das vestais
Com sua virilidade, campesinos,
Para que, do mesmo modo,
Derramemos a nossa seiva
No ventre da Grande Mãe.
A ninguém seja permitido
Separar e discriminar a vida.
Material e mundana,
É a mesma vida,
Espiritual e sagrada.
Partida
Hino de gratidão dos devotos aos deuses
Grandes e respeitáveis deuses!
Aos que reconhecem a paternidade
E não fogem da responsabilidade,
Nós agradecemos a propiciação!
Manifestada seja a lei,
Amor e irmandade.
Somos espirituais e carnais,
Como vós são carnais e espirituais.
Tal como vieram à Grande Mãe,
Vem os homens às mulheres.
Tal como à dádiva do amor
Não se impõe regra ou forma,
Nos unimos ao festim,
Para que o espirito se torne carne
E a carne desperte sua alma.
Não pode haver separação,
São uma e mesma essência.
Portanto venham em nosso meio
Na próxima temporada,
Enquanto continuamos a seguir
O ciclo sagrado e eterno.
Comentários
BeTo qUiNtAs
oLha eu de novo!! Adorei esse tambem..Lindo o seu jeito de escrever..e o bom é que nos leva a ler várias vezes..E nada mais belo do que uma alma despertada pela vida.
♥ Beijos na sua bela alma de poeta .♥
♥InSaNnA♥
complicado demais
eu as vezes fico com a sensacão que complico demais. sarcanomia é um conjunto de cinco sagracões contendo poesia erótica pagã religiosa (o que é uma redundância, no meu caso)
eu estou pensando em publicar igualmente minhas prosas, o que voce acha?
O Amor em si mesmo é Morte e Transformacão.
O Amor em si mesmo é Morte e Transformacão.
BeToQuInTaS
Oie poeta ,cá estou eu,novamente..Acho que vc deve publicar sim!Quando criamos algo que gostamos,colocamos nele,muito de nós,a nossa alma está lá representada,e expor essa sensibilidade,que muitos chamam de dom(vc acha isso tb?)acaba fazendo bem a todos.Vem,mostra para agente o que essa alma de poeta criou..eu vou adorar!!Até a próxima!
♥ Beijos na sua bela alma de poeta .♥
♥InSaNnA♥
prosa erótica
para satisfacão e prazer de todos, irei publicar Nisf el Alf, na íntegra.
O Amor em si mesmo é Morte e Transformacão.
O Amor em si mesmo é Morte e Transformacão.