Tens um significado permanente
que não me deixa inventar.
Uma voz amarga e intransigente,
que transcende as fantasias que quero alcançar.
Tens o suave gosto de um sentimento
que guardo mesmo sem o ter.
Uma palavra não descreve o meu momento,
porque o meu momento apenas se pode viver.
Tens uma cor macia como a pele
que afasta a água do mar que te lança.
Uma palavra no teu papel basta,
para alcançares o pouco da tua esperança.
Tens a decadência de um planeta
que se esconde entre uma estrela e a lua.
Uma invisível arca de memórias
que respiram cada canto da tua rua.
Tens o verde morto de um jardim esquecido
que me traz as sensações de duas vidas.
Uma parede riscada em vão,
para as nossas emoções esquecidas.
Tens um tempo de um anel na mão
que se prende ao dedo vestido de imortal.
Uma expressão que tu não sabes sentir
traz a tua sabedoria a esse teu olhar tão banal.
Tens o silêncio de uma manhã
que atropela as ruas desta cidade.
Uma nova ilustração de duas vidas
não consegue saciar a minha saudade.
Tens o pálido da pele que morre em mim,
que não sente as sensações da tua mão.
Uma vida eterna não consegue apagar
a vontade que tenho em ser ladrão.
Poesia
Data de publicação:
Sábado, 4 Abril, 2009 - 15:48
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