Sou fruto do imperador dos momentos
Do grande criador dos instantes
O tempo é um trem que jamais volta
Sou apenas um viajante
E sentado ao lado da janela desse trem
Olho a vida passageira em meio a outros passageiros
Tudo passa e nem tudo se vê
Em uma soma de detalhes sorrateiros
Olho para trás e vejo
Que o trem da vida avança
Percebo-me na metade da viagem
Enquanto há vida espero abonança
Três quartos se passaram
A estação final já não está tão longe assim
Reflexões, decepções e realizações
Estou pronto para o fim
Ao desembarcar na derradeira estação
Para a minha admiração o final se revela fictício
E o fim da vida apenas um artifício
Pois assim, passo a outra dimensão
João F..R. 17/03/2011