Observo desde que existe vida
Acostada numa nau oriunda
Jà em outros mundos perseguida
Esta humanidade tão confusa
Desde jadis a meditar
Por um céu, sem reino a domicilio
Ultrapassando conflitos por terra e mares
Deixando neste morrer seus filhos
Asfixiando tudo quanto é vida
Num mundo pertença de todos
Deixando soletrar dor na ferida
Tão subito quanto fogo-posto
Num dos dias de mais vento
Que vai aproximando o presente
Escrevendo história o quanto lento
É este ser de vida inteligente
Que vê o inimigo nos seus semelhantes
Numa vanguarda desatualizada
Deixando entrar o estranho visitante
Que trouxe chave para uma porta trancada
Ele veio para exterminar a humanidade
E muda constantemente de rosto
Fazendo parecer a aldeia uma cidade
Que o medo deserta de todo
Mesmo face a este inimigo, que não de apenas um
Mas de todos os seres humanos
Que continuam com algo em comum
Obter o Santo Graal do tirano
Estando perante um tiro invisível
Na rua vacilam em dizer bom-dia
De moda no rosto irreconhecível
Até para os próximos da família
Sem data para um beijo, um abraço como antes
Restam a memória e o album de recordaçōes
Para recordar e estar menos distante
Parecendo num sorriso enviar saudaçōes
As làgrimas serāo o olhar e a voz
Entre uma meia-verdade que todos reclamam
Ou meio de comunicaçāo jà a sós
Para ocultar um adeus a quem amam....
Nestas palavras que nāo vou usar musa
Apenas me deixo embalar de caneta em māo
Como um rio quando o seu curso muda
Direçāo ao mar por escadas sem corrimāo.
José Herménio V.G
E o mundo nāo mais ser igual ,
como o conhecemos.