Aldeia

Foto de José Herménio Valério Gomes

O ESTRANHO QUE VEIO PARA FICAR

Observo desde que existe vida
Acostada numa nau oriunda
Jà em outros mundos perseguida
Esta humanidade tão confusa

Desde jadis a meditar
Por um céu, sem reino a domicilio
Ultrapassando conflitos por terra e mares
Deixando neste morrer seus filhos

Asfixiando tudo quanto é vida
Num mundo pertença de todos
Deixando soletrar dor na ferida
Tão subito quanto fogo-posto

Num dos dias de mais vento
Que vai aproximando o presente
Escrevendo história o quanto lento
É este ser de vida inteligente

Que vê o inimigo nos seus semelhantes
Numa vanguarda desatualizada
Deixando entrar o estranho visitante
Que trouxe chave para uma porta trancada

Ele veio para exterminar a humanidade
E muda constantemente de rosto
Fazendo parecer a aldeia uma cidade
Que o medo deserta de todo

Mesmo face a este inimigo, que não de apenas um
Mas de todos os seres humanos
Que continuam com algo em comum
Obter o Santo Graal do tirano

Estando perante um tiro invisível
Na rua vacilam em dizer bom-dia
De moda no rosto irreconhecível
Até para os próximos da família

Sem data para um beijo, um abraço como antes
Restam a memória e o album de recordaçōes
Para recordar e estar menos distante
Parecendo num sorriso enviar saudaçōes

As làgrimas serāo o olhar e a voz
Entre uma meia-verdade que todos reclamam
Ou meio de comunicaçāo jà a sós
Para ocultar um adeus a quem amam....

Nestas palavras que nāo vou usar musa
Apenas me deixo embalar de caneta em māo
Como um rio quando o seu curso muda
Direçāo ao mar por escadas sem corrimāo.

José Herménio V.G

E o mundo nāo mais ser igual ,
como o conhecemos.

Foto de Rosamares da Maia

Declaração de Apropriação

Declaração de Apropriação

Queria me apropriar de Pessoa,
Não de qualquer pessoa. Não!
Qualquer um não serve.
Mas propriamente tomar posse de Pessoa,
- De Fernando.
Aliás, tenho me apropriado da sua pessoa.
Mesmo que de forma imaterial – Espiritual.
Tenho-me seduzido por seus versos,
Viajado em sua mística maçônica,
Sofrido a sua dor pelo que há de inexorável.
Tenho me apropriado de Pessoa, de muitos.
Sim tenho tomado posse e tenho sido tomada.
- Por todos Eles,
De todos os que saltaram de sua alma,
E em tons diferentes multiplicaram vidas.
Porque este Pessoa não se coube em um só corpo.
Tenho eu sido a cortezã de todos Eles.
Amando indistintamente, aventurando-me.
- Como D. Sebastião,
Louco além do mar português.
Tenho contado, cuidado e guardado os rebanhos,
Rebanhos dos sonhos meus.
Do menino do céu que veio brincar em minha aldeia
- Cuidei Dele também.
Perdoando-o por soprar os ventos,
Somente para levantar as saias das moças.
Tudo para apropriar-me de Pessoa.
Mas o que dele fica em mim?
Levanto-me por manhãs vazias,
E estou vazia de mim mesmo e Dele.
Porque não sou Ele!
O perfume de Fernando tem o cheiro da terra,
Das touceiras de capim arrancadas e alinhadas,
Todas dispostas a beira do caminho
O eco da sua voz me diz: “Uma flor é uma flor”
“Não foi feita para pensá-la, mas para sentir e cheirá-la”
“E eu tantas vezes vil, tantas vezes reles”.
Tenho me apropriado de pessoas e errado muito – admito.
Sou como a “criança das cidades e dos vales”,
Também eu não “aprendi a respirar”
Apropriar-me de sua alma? Sem a clareza da vista?
“Sem alma para ver claro”?
Sinto-me ridícula!
Sou como Maria José – a feia.
Escrevo cartas de amor ridículas,
Moribunda a beira da janela,
Para um homem que jamais as lerá.

Rosa Mares da Maia – 02.03.2014.

Foto de Enzo 7231

N321; DA MINHA JANELA 02 DE 02 - VISTA PARA A PAZ (POESIA, DESCRIÇÃO)

Quando acordo de manhã
Depois de me levantar
Vou até à janela da sala
Para tudo apreciar

Esta janela é uma extensão
Uma ligação ao mundo exterior
O que me permite apreciar o que é belo
Com satisfação, carinho e amor

As pessoas riem-se, divertem-se
Desde que acordam até se irem deitar
Passeiam calmamente pela natureza
Não deixam nada por apreciar

Logo pela manhã
Sentam-se na varanda e apanham sol quente
Tomam a primeira refeição e falam
Com calma sobre o dia que terão pela frente

Mais brisa, mais pássaros a cantar
Algo que levanta o ânimo
Faz-nos de imediato relaxar
Bem-vindo ao paraíso

Num banco de jardim não muito longe
Onde acontece sempre algo
Está a filha da vizinha
Nos braços do seu amado

As crianças brincam
Correm alegres dum lado para o outro
Só por vê-las sorrir assim
Já vale a pena viver neste mundo

Hoje é mais um dia calmo e belo
Outro grande dia para se viver
Este é o estilo de vida
Que quero ter até morrer

Gravado numa árvore velha
Perto dum lindo jardim
Alguém desenhou um coração para recordar
À pessoa amada seu amor sem fim

Esta é a vida na aldeia
Trocar por outra vida não era capaz
Delicio-me com tudo isto da minha janela
Janela com vista para a paz

BY:JCS
20/08/2009
12:23

Foto de carlosmustang

Voltando aos princípios

Pegar o que quero, necessito
Ser o melhor da aldeia
Pisar em cabeças sem juízo
Todo rei desnorteia

Ser fraco é destino ou párea?
É porque o melhor da área
Invejoso, corajoso, idiota
Vencedor, sortudo na raia!

De tanto perder, insulo carinho
De tão alcovito
Me inflamo só

E levarei as nuvens
A evolução de uma santa!
E todo subalterno dissisucula gente

Foto de fisko

Diário de inocência

Pouco se sabia dela. Era baixa, pálida, engraçada e reservada. O mundo tinha menos cor sempre que Jaime, o miúdo mais novo da família, ficava sem a ver.

Falava-me muitas vezes da tal moça, que esperava por ela no portão da escola, escondido, só para a poder contemplar de perto.
Um dia chegou-me a casa branco, mais branco que a farinha que sua mãe usava para fazer o pão. - Ela disse-me olá! - Bem, fiquei sem saber o que lhe dizer, como é evidente, mas logo apertei aquele pedaço de carne com uma máquina por dentro, a máquina que nos leva a gostar mais deste do que daquele sem que nos notemos, quase como dois organismos diferentes.
Abracei-o com tanta força que o pobre rapaz ficou assustado. - Que se passa António? Oh, oh! Larga-me! - E eu sorria tanto. Parecia que estava a abraçar-me a mim mesmo, o “eu” de quando tinha a idade de Jaime, o “eu” que amava tudo como a inocência dispunha.

- Oh rapaz! Então ela disse-te olá? E como foi? - Perguntei-lhe eu, como se já não soubesse da resposta prática.
- Bem, eu estava a jogar às escondidas, ela passou por mim e disse-me olá para que o Pedro soubesse que eu estava ali escondido. - Meio envergonhado e com cara de malandro, riu-se às gargalhadas quando me viu sorrir ao ouvi-lo.

Todos os Jaimes e Marias, ou Joanas, ou até donos dos nomes mais esquisitos acham piada a este "adorar" alguém quando se é pequeno.
E rimo-nos muito durante algum tempo. Se calhar o pequeno só se ria por aceitar o meu sorriso também.

Hoje já não sei o que é feito de Jaime. Já algum tempo se passou desde este nosso episódio épico. Nem sei se ainda se ri quando semelhante calha, só sei que dele já nada sei. Entretanto mudei-me para Lisboa e o rapaz lá ficou na pequena aldeia.

Quando somos pequenos é-nos tudo tão diferente. Ninguém nos legenda a vida para que percebamos logo as suas manhas (e também precisamos de nos cultivar um pouco).
Ah Jaime, relembra-me o tempo de que a alma se esqueceu. O corpo cá fica o mesmo. Envelhece, muda de cor, mas fica sempre o mesmo.

Jaime, dá-me o lume da leveza que é não ter preocupações.
Ah! Pudesse eu viver de novo e não me espantar sempre que alguma moça me diga olá, só para não provar o desgosto de uma paixão sumida.

Jaime, Jaime, relembra-me da felicidade que eu era.

Foto de betimartins

O Chico e seu amigo Jesus

O Chico e seu amigo Jesus

Era uma vez um lindo casal da aldeia que resolveu ir mostrar a cidade e os seus atributos que ela oferece por tanta diversão. O seu menino tinha apenas cinco anos, um belo rapaz com seus cabelos loiros e cacheados, olho negro, quase preto e muito alegre Seus pais os chamavam de reboliço, porque ele não parava quieto e tudo queria saber e aprender.
Eles o levaram a cidade para mostrar o Parque Zoológico e também o parque aquático, que ele via nas revistas e tanto queria conhecer. Era estranho com os bichos, parecia que falava com eles, não podia ver nenhum abandonado ou doente que logo levava para casa e o curava. Depressa arranjava donos para eles com aquele jeito meigo e sábio de falar.
Era o José Francisco, José era nome do seu avô paterno e Francisco de seu avo materno, era o encanto da família embora da aldeia fossem bastante abastados e cultos.
Foram no seu automóvel novo, levaram três dias para chegar à cidade, pensaram em passar a Páscoa lá e ir ver alguns amigos e família.
O José Francisco estava impaciente, queria apenas ir logo que chegasse a cidade ver os seus amiguinhos, porque os animais eram os seus melhores amigos.
- Mama, olha ali, estamos pertos já vemos placas de publicidade.
Aos pulos e inquieto ele não demonstrava qualquer cansaço apenas queria ir ver o Zoológico, seu pai, olhava-o pelo espelho refletor, sorrindo olhando sua esposa, pensando como tinha sido abençoado por Deus ao dar tão bela família.
Levantaram cedo do hotel, para chegar ao Parque o cedo possível para seu menino aproveitar tudo como era seu desejo. Entre os dois eles já tinham pensado que iriam o levar mais que um dia para compensá-lo por se portar tão bem com todos.
O pai feliz exclama!
- Chico já chegou, olha ali, olha e já vês a reserva, já estamos mesmo a chegar.
Seu rosto iluminava com tanta felicidade, era o momento que tanto desejou e ansiou.
Estacionaram seu carro e agarrando as mãos do pequenino Chico, entram e foram mostrar o parque.
Não sem antes sua mãe e seu pai darem explicações que não devia tirar as suas mãos e estar sempre perto deles. Obediente ele concordou, mas ele só queria ir depressa à sua aventura.
Ele viu os tigres, rinocerontes, ursos, leões, elefantes, zebras, pandas, girafas, macacos, renas, lobos, porquinhos da índia, viu uma demonstração dos dinossauros ao vivo, que assustava. O que ele mais perdeu tempo foi com os passarinhos, ele adorava o que via ali, logo chegou ao parque aquático, encantado ele pode ver golfinhos, uma tratadora, deixou-o tocar neles e estranho eles tinham um comportamento estranho, tipo uma adoração o que o menino mandasse fazer eles faziam parecia entender sua linguagem.
Feliz ele queria nunca mais sair dali, seus pais quase que o arrastavam, para mostrar tudo o resto. Afinal ele queria ver os outros animais marinhos, tinha ainda as focas, as lontras, as tartarugas, as raias, os tubarões os peixinhos que andavam por ali e os corais que tanto queria ver de perto.
Já era muito tarde e ainda faltava ver os repteis o Chico não queria ir embora sem os ver, correndo lá conseguiram mostrar, mas teve sorte ele não gostou muito deles e então das cobras ele só queria ir embora dali.
Logo chegaram à casa dos primos, que alegria apenas os via no Natal e iam os ver agora na páscoa. Que correria, que barulho, também com seis crianças quase todas de idades com diferença de um ano entre eles, era uma alegria total.
Foram descansar para depois jantarem juntos, estavam exaustos precisavam de um banho e o pequenino Chico também.
Desfizeram as malas afinal eram mais uns dias que ali iam ficar e Chico foi a sua mala e tirou um livro, o livro de Jesus, sorrindo ele diz mamã eu vou conversar um bocadinho com ele afinal tenho que lhe contar o meu dia e agradecer também.
Sentadinho na sua cama ele conta seu dia, sorri e mantém uma conversa como se estivesse Jesus ali com ele, agradece e beija o seu livro, colocando-o na sua cabeceira da sua cama.
Jantaram, foram dormir, pois estavam muito cansados, de manha acordaram com o barulho das crianças a brincarem no jardim, tranqüilizaram os pais dizendo que ele já tinha almoçado e que estava com seus primos que estava uma empregada a cuidar deles.
Respiraram fundo agora tinham um pouco de tempo para eles mesmos e saíram para dar uma volta.
No meio da algazarra andavam a brincar ao esconde, esconde, ganhava o que mais escondesse bem, Chico fugiu para bem longe da casa, viu uma capela velha, abriu com dificuldade a porta, entrou. Ficou maravilhado, apesar de velho era lindo apenas estava mal cuidado. Por momentos ele esqueceu a brincadeira, sentou-se num banco em frente a um altar onde tinha Jesus sorrindo e de mãos entendidas para ele. Ele conversou com seu amigo Jesus saiu do altar e veio se sentar do seu lado, juntos eles riram, juntos cantaram e estando já muito cansado Jesus pega nele no colo e o abraça.
Ele dormiu, ele não sabia se estava a sonhar ou era imaginação, mas ele estava num lugar lindo, cheio de flores, animais que falavam e todos tinham asas e voavam.
Jesus olhava para ele sorrindo, colocando devagar no banco da capela e voltou para seu altar.
Todos estavam em alvoroço, assustados ninguém encontrava o Chico e seus pais estavam a chegar a casa para almoçar, que iriam fazer, mas ele não tinha como sair dali.
Voltou a ver toda a quinta e alguém se lembrou da velha capela e foram a correr. Abriram a porta, lá estava ele, dormindo no banco em frente ao altar, Acordou ele ao levantarem e ele triste resmunga:
- Porque me tiraste do colo de Jesus? Eu estava tão bem no seu colo.
Pasmados e surpresos por tudo isso eles falaram apenas.
- Calma! Tu estavas a sonhar, um lindo sonho, mas não passou de um sonho
Engraçado, o dia passou e todos respiram de alivio, por tudo ter dado certo. No dia seguinte eram vésperas de páscoa e todos foram à missa na igreja próxima. O Padre começou a ler o evangelho e fala que Jesus morreu pregado na cruz, fala de novo e Chico grita no silencio:
- Mentira, Jesus não morreu não, ontem ele esteve a conversar comigo e até adormeci no seu colo.
Todos olhavam para o Chico e abanavam a cabeça. Pobre criança que devia estar doente
Seus pais mandaram Chico se calar, ralhando pela sua falta de respeito.
Triste ele ainda tenta responder:
- Mas mamã foi verdade...
Ninguém acreditou nele, ninguém, triste ele foi para seu quarto e chorou.
Jesus voltou a pegar nele e sorriu dizendo não faz mal Chico, fica um segredo nosso eles não acreditam, pois não me sentem no seu coração.
Afagando seus cabelos, Jesus falou:
- Feliz páscoa para ti, meu lindo anjo.
Chico sorriu feliz e voltou adormecer...

Foto de GRAZVIE

LONGE DO BERÇO (VERSÃO II)

QUEDEI-ME NO SILÊNCIO DA LONJURA
QUE DISTA DUMA ALDEIA TRANSMONTANA!
MEU BERÇO, CUJA SAUDADE EMOLDURA
MINH'ALMA, COMO INCANDESCENTE CHAMA.


INTERPELEI O BÓRIAS QUE PASSAVA:
ONDE MORAVA A MINHA BREVE INFÂNCIA?
NA RUDEZA DOS CAMINHOS QUE EU TRILHAVA,
OU NA CASA DE XISTO, VELHA ESTÂNCIA?


QUE É FEITO DAQUELES FUGAZES INSTANTES
FELIZES? QUANDO EU ME DIVERTIA
JUNTO DE ALGUNS AMIGOS E PARENTES,
DOS QUAIS, HOJE SÓ ME RESTA A NOSTALGIA?


O BÓRIAS APRESSADO, ASSIM ME APOUCA:
NÃO CORRESTE ATRÁS DUMA QUIMERA?
PERGUNTA À TUA POESIA LOUCA,
AONDE JAZ A TUA PRIMAVERA.


DE PRONTO AGIGANTEI-ME, POUCO A POUCO;
E RESPONDI AO VENTO COM BRAVURA.
SE ACHAS QUE SER POETA É SER LOUCO,
ENTÃO, BENDITA SEJA A LOUCURA.

Foto de poetaromasi

Para além do vento

PARA ALÉM DO VENTO…
Rogério Martins Simões

Volúpias em corpos que bailam submersos,
Dispersam, em nós, o sémen da procriação.
São inocentes os nossos dias em tentação;
Anseios da natureza doces como versos…

Mordiscaste a minha boca em provocação...
Desejos inatos, tão diferentes, tão diversos,
Anunciando um tempo novo sem reversos,
Ardendo, como fogo, em adoçada erupção….

E a natureza nos cobriu com vento criador,
Confiando as sementes num acto de amor,
Quando o teu corpo fértil comigo dançava!

Além de nós havia um tempo pouco visível,
Para que recomeçássemos, num cio sensível,
E o teu corpo, com ingénita sedução, bailava…

Aldeia do Meco, 26-10-2007 23:11:43
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt

Foto de onil

BERÇO NATAL

NASCI NUMA SERRA
NÃO LONGE DO MAR
EU AMO ESTA TERRA
SÓ SONHO EM VOLTAR

BEM JOVEM PARTI
DEIXEI MINHA ALDEIA
SAUDADES VIVI
COM ELA NA IDEIA

MUDEI MINHA VIDA
BEM JUNTO AO MAR
NÃO FOSTE ESQUECIDA
VOU SEMPRE TE AMAR

TU ÉS A NOGUEIRA
ALDEIA TÃO QUERIDA
TU FOSTE A PRIMEIRA
ME DESTE GUARIDA

TENS FLORES NOS TEUS MONTES
ENCANTOS DO MUNDO
CORRE ÁGUA NAS FONTES
DE CRISTAL PROFUNDO

BEM ALTO EM EXPLENDOR
GRALHEIRO QUE ENCANTA
OLHANDO EM REDOR
BELEZA NOS ESPANTA

TEUS PRADOS CONHEÇO
ENCANTAM O OLHAR
EU NUNCA TE ESQUEÇO
DE TÃO LONGE ESTAR

VOLTAR É MEU SONHO
SENTIR-ME FELIZ
DESEJO RISONHO
QUE SEMPRE SÓ QUIS

A VIDA NOS TRÁS
ÁS VEZES SEM QUERER
O SONHO DA PAZ
QUE EM TI É VIVER

TUAS SERRAS CORRER
VER CARQUEJA EM FLÔR
DÁ GOSTO REVER
FLORES DOUTRA CÔR

TU ÉS MINHA TERRA
DE ALCOFRA NOGUEIRA
PLANTADA NA SERRA
VOUZELA Á BEIRA

ADORO TEUS PRADOS
DO RIO Á BEIRA
LÁ PASTAM OS GADOS
SE FAZ SEMENTEIRA

ALCOFRA É SINGELA
SEU POVO VENCEU
CONCELHO É VOUZELA
DISTRITO É VISEU

TENS MATAS FRONDOSAS
DE CARVALHOS PINHEIROS
CEREJEIRAS VISTOSAS
TENS TAMBÉM CASTANHEIROS

TU TRAZES-ME A CALMA
ME ESQUEÇO DA DOR
TE TENHO NA ALMA
GRAVADA DE AMOR

TE LEMBRO ENTÃO
NA POESIA BENDITA
ESTÁS NO CORAÇÃO
MINHA TERRA BONITA

EU VOU-TE LEMBRAR
E ALGUÉM HÁ-DE LER
QUE FOSTE O MEU LAR
NÃO VOU TE ESQUECER

TEUS CAMPOS FLORIDOS
TÃO CHEIOS DE CÔR
ME OCUPAM OS SENTIDOS
DE PAZ E DE AMOR

IMIGRARAM AS GENTES
MAS NÃO FINDARÁS
QUANDO VEM IMIGRANTES
TODA A PAZ TU LHES DÁS

SERÁS SEMPRE ASSIM
TÃO BELA AFINAL
TU FOSTE PARA MIM
O MEU BERÇO NATAL.

26/04/09
ONIL

Foto de onil

CANÇÃO Á NOGUEIRA

PARTI AINDA CRIANÇA
Ó LINDA NOGUEIRA
A MIMHA QUERIDA ALDEIA
FICOU NA IDEIA
NÃO MAIS A ESQUECI
MAS MANTIVE A ESPERANÇA
Ó LINDA NOGUEIRA
QUE MEUS PASSOS ERRANTES
ESTARIAM PRESENTES
ONDE UM DIA NASCI

LEMBRO-ME BEM CADA CANTO
Ó LINDA NOGUEIRA
CADA PEDRA DA CALÇADA
COM UVA A LATADA
CHEIROSA NO TEMPO
TU ÉS PARA MIM ENCANTO
Ó LINDA NOGUEIRA
TEUS CAMPOS SÃO MADRIGAIS
QUE LEMBRAM OS AIS
DE QUEM LABUTA O CAMPO

ÉS TERRA DE CAMPONESES
Ó LINDA NOGUEIRA
FLORIDOS SÃO OS TEUS CAMPOS
DÃO BELEZA E ENCANTOS
A QUEM OS CULTIVA
JÁ TE CANTARAM MIL VEZES
Ó LINDA NOGUEIRA
E EM CADA NOVA CANÇÃO
COMO A NOSSA NAÇÃO
CONTINUAS BEM VIVA

QUEM NASCEU NESTA ALDEIA
Ó LINDA NOGUEIRA
GOSTA DA TUA FLORA
E QUANDO VAI EMBORA
TAMBÉM VAI A SAUDADE
LÁ LONGE ESTÁS NA IDEIA
Ó LINDA NOGUEIRA
A TUA RECORDAÇÃO
ESTÁ NO CORAÇÃO
ESSA É BEM A VERDADE

O SONHO É A TI VOLTAR
Ó LINDA NOGUEIRA
BEBER NAS TUAS FONTES
OLHAR OS TEUS MONTES
TEU CHEIRO SENTIR
TU ÉS TERRA DE ENCANTAR
Ó LINDA NOGUEIRA
O SONHO DE UM IMIGRANTE
É REGRESSAR NOVAMENTE
NÃO VOLTAR A PARTIR

9/01/10
ONIL

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