Lancei meus olhos como linhas, meu olhar como rede.
Lacei tantos olhares e tropecei nas linhas do horizonte
Perdi-me na direção certa, as linhas são tortas ou certas?
Os mapas e as placas simulam a direção.
Mas a linhas estão lá, são as linhas inimigas que entrelaçam a solidão.
Entre lábios as linhas marcam... A linha que me leva ao coração.
A linha segue o traço e cria a letra, letra que escreve a canção.
A linha corta ou mesmo une a minha e a tua ou a nossas duas metades de solidão.
Cheguei aqui, dancei com as letras e das linhas caí.
As palavras espalharam-se, e logo se armaram em outras linhas sem fim.
O começo da linha pode ser seu fim.
Como um risco no papel, como as linhas cruzadas em ligações sem fim.
A linha do tempo... A linha do pensamento que me trouxe aqui...
Deixo essa última linha para quem lê esse poema sem começo, nem meio e nem fim....