Meu monograma, já em relevo na tua pele
Traduz a frequência com a qual minha boca te visita
Dá conta de quão peculiar me é teu corpo,
Do átrio à cama,
Numa toada que me legitima como teu eleito.
A cumplicidade refletida no espelho
Aduz a qualidade da singular entrega
Maneira única de te fazer minha
Enquanto teu meticuloso ourives;
E, longe de qualquer eufemismo ou metáfora,
Enquanto teu homem.
Sobre o teu corpo, componho as mais densas melodias
Pra fazer serenata no teu baile de gala;
Aguço milimetricamente todos os teus sentidos
Para ver-te perdê-los de uma só vez;
No ápice do delírio
Somos dois e somos mais
Harmônicos e indissociáveis
Nus
De corpo, alma e desejo
Plenos;
Terminativamente bem amados.