Olho pro espelho.
Ele também olha pra mim.
Então fico vermelho
Como pano carmesim.
Ele me encabula
Estampando meu reflexo,
Me assedia, me açula,
Me deixando perplexo!
Outras vezes, me destrata,
Me chamando de feio.
Meus brios, ele mata,
Pondo em xeque meu asseio.
O espelho é muito honesto.
Não é um cara ruim.
Às vezes, indigesto –
Gosto dele mesmo assim!