Oh! Musa inspiradora dos meus versos,
Não pensei vivermos caminhos diversos,
Mas do teu amor só tenho o reverso,
E pra fugir da realidade eu tergiverso.
O coração é algo que não temos domínio,
O meu! Vive sob o jugo do teu fascínio,
Quisera fazer do nosso amor, esta quimera,
Um despertar para uma nova primavera.
Não posso culpá-la pelo meu infortúnio,
Pois tu vives a primavera e eu o outuno,
A nos separar um longo e cruel inverno,
Que transformou meu austral em inferno.
Resta-me um consolo desse amor impossível,
O de haver tornado a minha poesia possível.