Não pretendo ser perfeito,
mas reparar as anomalias
dos dias cizentos,
em que tropecei e me feri,
magoei e cobardemente fugi.
Em que me esqueci de mim
ao incomodo do confronto,
no comodismo da conveniência,
na pobreza da satisfação,
em profunda carência.
Mergulhado na espera da coragem,
resguardado na sombra,
de quem apontando o dedo, acuso,
com a máscara da expressão inventada,
aos olhares de quem deseja de mim receber,
o que julga não ter,
o que pensa não possuir,
mas ilusoriamente sabe fingir.
Quero viver no conflito,
que me faça crescer,
que me desenhe o caminho,
que me tranforme em amor,
que me preencha de esperança
e eu vença os medos e a dor.
Que me mostre a luz do dia,
que me liberte da loucura das trevas,
mesmo que seja na hora,
de, eternamente e em paz,
feliz adormecer.
O que não vale é nunca!