AONDE ANDARÁS?
Aonde andarás, menino lindo?
Num lugar eu sei que estás.
No passado.
É uma relíquia, uma jóia rara, um tesouro que tenho cuidadosamente guardado.
Tem dias em que me sento a olhar as coisas.
Fico olhando tudo que me rodeia.
Minha alma desta forma se incendeia.
Porque tudo me toca. Tudo me emociona.
Menino.
Naqueles tempos nós dois corríamos no pátio imenso.
Será que era tão grande como eu penso?
Será?
E as escadarias?
Nós subíamos e descíamos de mãos dadas... correndo.
Éramos o terror das freiras.
Mas éramos lindos.
Teu nome eu guardo. Teu rosto lindo. Teus olhos e cabelos negros.
E o calor da tua mãozinha estreitadinha a minha.
Tínhamos pouca idade e toda pureza do mundo.
Falávamos que quando crescêssemos íamos nos casar.
A vida é engraçada, menino.
Logo a vida veio nos separar.
Partiste.
Nem sei pra aonde.
Nunca mais soube de ti.
Mas o coração nunca esqueceu.
Um amor puro que um dia entre duas crianças nasceu.
Naquele pátio do colégio ficaram nossos risos, nossas estripulias.
Hoje, do que fomos, eu ainda construo algumas poesias.