Ajuste de contas
Paulo Gondim
24/11/2006
Da janela superior
Vejo natureza morta
Apática, fria, exposta
Em pessoas não menos apáticas
Que revivem velhos filmes do passado
E se movem entre promessas vãs
De falsas ideologias
De credos difusos, confusos
Na mística de suas liturgias
E se repetem na mesmice
A cada dia que começa
Sem fins determinados
Não percebem, mas são enganados
Por falsos rabinos, suspeitos
Mas, facilmente, idolatrados
Essa é a grande massa de manobra
Devedores da consciência universal
Em tudo crêem, e nada fazem
E se afundam mais nesse lamaçal
De injustiças, de cobiças, de consumo
Todos esses devem alguma coisa
Não há desconto de pecado
Pagarão o preço justo e dobrado
Pela insensatez, pela mesquinhez
Na justa medida em que serão julgados
Pela vida, que não perdoa conta
Aí, não haverá remédio
Todos, um a um, serão cobrados