Mesquinhez

Foto de Arnault L. D.

O recado do morto

Quando uma vida se acaba
a quem fica faz-se pausa
como a esperar a resposta
E nossa mesquinhez desaba
na certeza que a morte causa:
Viva rápido o que gosta!

No amanhã nada prenda,
é ancorar um návio no ar
Faça-o, mas não se ancore
Quem sabe onde acaba a senda?
Ninguém sabe até onde irá andar
então ame, sonhe, chore...

O relógio o tempo não volta
só os ponteiros memória irreal
ele ignora e continua.
Não conte, do tic-tac solta,
seja humano e viva o real
é o que tem da verdade nua

Faça o melhor que puder
e não se deixe vampirizar
valores de um mundo torto,
no que os outros vão dizer.
Seja-se, para não precisar
do recado de algum morto

Foto de Paulo Gondim

A morte do operário

A MORTE DO OPERÁRIO
Paulo Gondim
09/03/2008

Um fato qualquer. Sem importância
Assim foi a morte do pobre operário
Até houve um choro natural
Dos primeiros minutos
Das primeiras horas
Nem um dia se completou

No dia seguinte, a realidade.
Morto pobre não deixa saudade
Para os filhos, a liberdade
Que antes já tinham, contra sua vontade
Por muito desprezo, falta de respeito
Era o que recebia, na vida sem valia

A mulher, no seu jeito sempre roto
Nem chorou. Nem simulou
(Acho até que festejou...)
Marido bom é marido morto!

E viverão, filhos, netos e a esposa ausente
Que mal no velório se fez presente
Da minguada e escassa pensão, mas viverão
Será mais simples a divisão
Sem o marido, sem o pai, sobra mais ração

Sobra mais dinheiro no fim do mês
Viverão melhores, na sua pequenez
Enganados, acomodados na sua mesquinhez
Vão viver à custa dessa mísera pensão
Improdutivos, até que gastem o último tostão

Foto de Bira Melo

ASSOBIO

Assobio agora :
Um canto triste e debochado!
Assobio agora :
Teu testemunho capitalizado,
Assobio agora :
Tua mesquinhez aura-negra...
Assobio agora, sempre e sempre,
Milc-Lúcio-Linda auras...,
Trio trevoso aloe-verado.
Assobio sim porque 'tou livre,
Livre sim, 'tou liberado...
Do vosso visgo,
Do vosso lodo!
Vocês realistas($)
E eu realizado.

Bira Melo*
* direitos autorais reservados.
Em tempo : feito par a mãe do meu fiho quando tentou extorquir mais dinheiro usando a criança...

Foto de Paulo Gondim

Ajuste de contas

Ajuste de contas
Paulo Gondim
24/11/2006

Da janela superior
Vejo natureza morta
Apática, fria, exposta
Em pessoas não menos apáticas
Que revivem velhos filmes do passado

E se movem entre promessas vãs
De falsas ideologias
De credos difusos, confusos
Na mística de suas liturgias

E se repetem na mesmice
A cada dia que começa
Sem fins determinados
Não percebem, mas são enganados
Por falsos rabinos, suspeitos
Mas, facilmente, idolatrados

Essa é a grande massa de manobra
Devedores da consciência universal
Em tudo crêem, e nada fazem
E se afundam mais nesse lamaçal
De injustiças, de cobiças, de consumo

Todos esses devem alguma coisa
Não há desconto de pecado
Pagarão o preço justo e dobrado
Pela insensatez, pela mesquinhez
Na justa medida em que serão julgados
Pela vida, que não perdoa conta
Aí, não haverá remédio
Todos, um a um, serão cobrados

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