ADEUS

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ADEUS

O mover dos lábios
a boca que se desenvolveu
os olhos líquidos
eu inflamava amava
as minhas mãos as nossas corriam em viva expansão
e com elas volvia
enchia a boca que agora ressinto pronunciada
a língua enlouquecia a pele.

Adiante apreçaste:
- hoje estás pouco falador;
como precisasses:
- fala a dor.

Encontraste outro amante
na mesma compreensão que eu

mas nunca dissemos adeus.

José Maria de Aguiar Carreiro, CHUVA DE ÉPOCA (Ponta Delgada, 2005)
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