Os mais genuínos versos
São os versos de amor;
Saem apressados,
Sem os ver ou ouvir;
São criados sem compor
São tão momentâneos que por vezes os perco.
É como se alguém me ocupasse
E depois partisse,
Deixando palavras que se afogam e desvanecem
É como um momento de luz,
Um tempo onde tudo se clarifica
E tudo me é dado.
Mas não seria efeito do amor
Se não me fosse retirado de seguida.
E fico com um olhar vazio,
Tentando entrar naquele transe de novo,
Sentir aquela erva fresca mais uma vez
Antes de colher o indesejado fruto.
Não posso controlar os acessos à verdade,
Mas posso garantir que os tenho.
O amor que me arde é ficção,
Que aparece parcialmente em seres,
Mas que não morre com eles.