O tempo a cada coisa é diferente,
mas se aprende, sempre haverá final.
O prazo de chegar, ou ir a frente,
dia de começo e fim, do bem e mal...
Ao acabar-se algo “permanente”,
vem incerteza de caber valido ou não?
Esquece, prazos fogem de repente,
se apartam, ao seu próprio tempo vão.
Talvez, o mal é sermos duradouros,
além dos tesouros dentro do peito.
Sobrevivendo aos anos, elos d’ouros
que se partem ao seu prazo feito.
Para todas as coisas rége a vida;
histórias que se juntam por instantes
e quando esta hora lhe é cumprida,
ficamos sós, porém sobreviventes.
Saber da taça o último gole
e não beber, p’ra tentar o eternizar,
somente o vinagre é o que se colhe.
Nada mais além dali se irá gozar.
Cabe apreciar viver, gozo e prazer;
língua a se banhar no doce paladar.
Até o fim da copo, penso beber.
Quero-te morrer, de todo até acabar.