No ápice da montanha onde a beleza aporta
em cores reinventadas, luzidias e mescladas,
nuances celestiais, misticismo que aborda
permeando cascatas de águas dançantes,
plantas exóticas e fontes ondulantes
bordando uma cortina, exposição do encanto
onde o desencanto e a inveja só observam da janela,
galopa a grande dor num cavalo alado
querendo se mostrar ao mundo
num voo incoerente ao inusitado...
Abrindo-se feito um leque úmido,
mofado, estraçalhado,
cuspindo dos dissabores, os mais profundos.
E a dor perpassa pela beleza...
Não se curva ao sagrado,
não cobiça tal riqueza,
não se importa com seu toque
nem responde ao seu chamado...
Cavalga a sua grandeza,
busca o ar que a sufoque.
_Carmen Lúcia _