Foto de Rosamares da Maia

RESCALDO

Que chama é esta queimando o meu coração?
Renasce das cinzas a cada dia sempre e mais.
É chama viva que incendeia e me enlouquece.

Dor invisível doendo sem autorização ou medida.
Há dias que é tão grande que não consigo respirar,
Em outros é pequena, mas constante e inconveniente.
Dói, no entanto é angustia acomodada, conformada.

É voz amordaçada sufocando meus gritos.
É medo que me cala para não dizer que te amo.
Que fogo é este que queima e não me mata?
Mas é desassossego que não me deixa viver.

Minimizo a chama para cozer aos poucos este amor.
Assim, permanece aceso e controlado. Dor sublimada.
Mas é cozer verdade em água morna. Enganamo-nos.

Dormimos como o vulcão que queima pela eternidade.
De olhos abertos, marinados no rescaldo da dor.
Alma e magma que tramam para alcançar os céus.

Foto de Maria silvania dos santos

Queria escrever uma frase

Queria escrever uma frase

_ Queria escrever uma frase, a qual tanto tempo já se faz, mas hoje
sei que não vou poder, pois minha inspiração se pos a esconder...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Maria silvania dos santos

Se eu pudesse destina-lo

Se eu pudesse destina-lo

_ Sei que o que atormenta o meu coração és ilusões, ilusões do que talvez nunca venha concretizar...
Mas em meus sonhos você sempre irá estar, não me canso de te esperar...
Pois como diz o ditado, quem espera sempre alcansa, sei que és loucura e terei que talvez enfrentar noites escuras, enfrentar a solidão dilacerando o meu coração, mas se este for o meu destino, destinarei o final que terei...
O meu final é o qual eu não sei, mas se eu pudesse destina-lo, você seria o meu Rei...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Delusa

A fuga da vida

Ando por aí a cantar,
À procura de ti...
Talvez a gritar:
Pura vida!
E pergunto a toda a gente,
Com ar de quem sente:
Viram passar por aí,
Essa perdida?
Sim, passou ali,
Feita menina,
Muito bonita,
De aspecto aflita,
A correr...
Muito esquisita.

E, eu
Continuo atrás dela,
Corro desiquilibrada,
Numa macabra ruela,
A cantar e a gritar,
Perguntando a toda a gente,
Por ela:
Viram-na passar?
Sim,
Passou há pouco tempo,
Ia tocada p'lo vento,
Muito florida,
A correr e a cantar,
Sem a nada olhar,
Fugindo a todos.

E, eu
Sem a poder alcançar,
Continuei a minha corrida,
Seguindo atrás dela,
Pelo caminho da fuga,
Tocada pelo vendaval,
Atrás daquela esquecida,
Triste e sozinha,
Onde ninguém me viu...
Fui pelo caminho,
Que ela seguiu,
E no final parei,
Mas só acordei,
Quando vi o fim,
Em frente a mim,
Uma supultura...
E uma cruz de pedra dura!
Onde pára o destino,
E acaba a tortura.

Depois de tanto correr,
Fez-me compreender,
Que todo o caminho ,
Termina assim,
Numa cruz,
De pedra dura,
A testemunhar,
O fim de alguém,
Que ali repousa.

Onde eu também,
A soluçar caí,
E fiquei ali...
Sem me poder levantar,
Junto da sepultura,
Sobre uma cruz,
De pedra dura...
A olhar para mim,
Que sem dar por isso,
Cheguei ao fim...

Delusa

Foto de cafezambeze

CARTAS COM ESTÓRIAS DE ÁFRICA (II/VII) (FEIJÃO MACACO)

Belém, 31/01/2006

RECARREGANDO CARTUCHOS E MAIS...

Uma coisa que gostávamos de fazer era caçar. Uma das poucas opções para passarmos o tempo nas férias. Mas munição custava dinheiro, que era algo que não tínhamos, e armas, nossos pais raramente as punham nas nossas mãos, senão na companhia deles.

O Aguiar, a quem já me referi, nos ofereceu usar a caçadeira do pai, mas... e cartuchos?

Descobrimos que o nosso vizinho, o sr Roque que nem arma tinha, possuia uma caixa com pólvora, chumbo, espoletas, enfim, os apetrechos necessários para a recarga.

Para quem não sabe, e nós não sabiamos, em cada carga, tanto a pólvora como o chumbo têm que ser pesados, e no caso da pólvora o peso varia também conforme o tipo.

Bem, pusemos a mão no material e resolvemos recarregar cartuchos usados.
Para medir a pólvora fomos cortando um cartucho até a encontrarmos. Essa seria a medida.

Cartucho com espoleta nova, enchíamos a medida com pólvora, umas vezes rasa, outras formando um montinho acima da medida (era tão pouco), outras comprimindo-a com o dedo, e lá vai a carga para dentro do cartucho. Uma bucha feita com jornal, cada uma com o seu tamanho, e o resto do espaço livre cheio de chumbo.

Com um saco cheio de cartuchos, chegamos à farm do Aguiar e fomos recebidos também pelo funcionário que na outra estória tinha dado o grito de aviso: cobra! cobra! Lembras? Ele tinha virado fã do teu pai e veio-nos mostrar o seu arco que era uma obra de arte de perfeição de acabamento e, certamente, ganharia de qualquer coisa industrializada. Me lembro que só tinha uma flecha. Se acertasse algo e o animal não caísse, ficava na pista dele o tempo que fosse preciso.

O teu pai pegou no arco e na flecha e começou a mirar uma pequena tabua de uns 20 x 40cm que estava encostada nuns bambus a uns 50 metros. Ele nunca tinha atirado com arco e pensei que ele só estava testando o arco...Que nada! A flecha partiu e foi cravar-se no centro da tabua.
Chiii!!!! Chiiii!!! Tem cuche-cuche! ponta maning! gritava o moço. Chi é uma esclamação de admiração, cuche-cuche é a palavra para feitiço, ponta é pontaria e maning era usada como muito/muita com concanetação de máximo.
Sorte de novato! Tentamos que ele repetisse a façanha, mas ele não caiu na armadilha.

Quando pegamos a caçadeira do pai do Aguiar, olhamos de esguelha um para o outro, pois o estado da arma era lastimável. Desengonçada, cheia de folgas, com vários pontos de ferrugem e com cara de quem nunca tinha visto um óleo na vida.
Mas tinhamos de experimentar os cartuchos. Tinhamos tido um trabalho danado e eles estavam tão bonitinhos...

O Aguiar, que ficou com medo de cobras, pegou o trator da farm.
Nos encavalitamos nele e lá fomos nós.

O primeiro tiro foi tão forte que a espingarda e o teu pai rodaram com o coice.
A espingarda ficou inteira?... Vamos continuar. Umas vezes o chumbo caía a poucos metros do cano, outras havia um coice violento, mas não havia estampido. Só um vuuummmm, como uma bazuca. Também sairam tiros normais. Me lembro de uma perdiz que o teu pai enchofrou e de que não se aproveitou nada tal a violência do tiro.
A espingarda do Aguiar não era tão má assim. Devolvemos ela inteira.

Montados no trator, a corta mato, acabamos inadvertidamente por passar numa moita cheia de feijão macaco. Porquê feijão macaco?
É uma vagem parecida com um feijão, mas coberta por uma penugem dourada muito bonita. Só que a penugem dourada, ao menor toque se solta, e provoca uma coceira danada. As rodas do trator levantaram uma nuvem que nos cobriu.
Não tinha parte do corpo que não coçasse. Quando chegamos à farm, já com o corpo vermelho de tanto coçar, corremos para tomar banho. Piorou! A mãe do Aguiar apareceu com uma pomada de não sei o quê. Nada adiantou. Nossa sorte foi um moleque que trabalhava na casa e que não parava de rir da gente. O Aguiar o ameaçava com porrada se ele não parasse com a gozação, mas ele ainda ria mais e emitava um macaco se coçando. Por fim, ele se compadeceu de nós e nos levou para o quintal onde nos deu um banho de terra.
Isso mesmo! A terra esfregada no corpo removia a penugem dourada...

Tãooo Bonitinhaaaa!

Foto de Enise

Ana Carolina - Luz Acesa - (Completa) - TRILHA SONORA FLOR DO CARIBE

Quando a poesia está longe de mim...eu fico longe dela...
Uma hora a gente volta a se encontrar...
Enquanto isso, eu edito meus vídeos de musicas que é uma forma que eu tenho de me expressar também...
Enise:)
**

Foto de P.H.Rodrigues

Plumas de Titãs

Nasce o Lago na maçã.
Irrigando o pomar,
jazida natural.

Catastrófico sonho surreal.
De chover canjicas brancas.
De não seguir o que o velho cinzento manda.

Rodopiando em Plumas de Titãs.
Jogando-se e esparramando-se
contra a perseguida Alegria!

Jorras! Ao encontro do lago com as maçãs.
Vibra em verde esperança!
Sorri então, a Bela Criança.

Foto de Gomes S

Não pare de sonhar

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Os sonhos podem ser interpretados como a energia necessária a continuidade de nossas vidas, pois é através deles que encontramos motivos para caminhar. Às vezes sonhamos em abraçar o impossível, e mesmo que o este esteja distante, ainda persistimos em acreditar que algum dia o alcançaremos.
O homem que não sonha, não vive, e se vive, está morto. Não digo morto fisiologicamente, porém, seu espírito compadece em grande aflição e dor, pairando sobre um abismo que pode não ter fim. Não devemos ousar deixar de sonhar, já que a própria realidade de nossas vidas são frutos do sonho de outros.
A cada soar de uma canção podemos encontrar sonhos refletidos descrevendo outros sonhos já vividos que deixaram de ser ficção. Tudo ao nosso redor, um dia, foi um sonho de alguém que ousou ultrapassar os limites da realidade para fazer o impossível perder sua soberania e cair perante a força que o coração tem.
Não existe limites para quem sabe sonhar. As limitações que experimentamos são frutos de nossas próprias ações, pois a cada dia deixamos morrer dentro de nós algum sonho, esquecido na mente daquela criança que outrora foi feliz.

Foto de Carmen Lúcia

Aos enamorados

Hoje rimas reclamam versos,
bailam pelo ar dissimulando os queixumes,
flores realçam cores e perfumes
e se revestem das belezas do universo.

Hoje as dores dão dia de pausa,
secam o seu pranto, esquecem suas causas,
silenciam ante a canção anunciando festa
e festejam a vida que se manifesta.

Hoje o amor exerce seu poder
e com força tamanha se faz prevalecer,
surpreende o desencanto, sublima o inesperado,
enche de encantos os corações apaixonados.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Quando As Flores Ensinam

Eu preciso aprender
a não deixar calar no peito minhas carências,
deixar vir à tona minha mais pura essência,
me mostrar com todas minhas qualidades e defeitos,
não levar para o leito
as feridas sangrando, as amarguras que a vida
às vezes tão dura crava no peito sem dó.
As flores se mostram sem constrangimento,
oferecem-se aos beija-flores em alimento
e nunca estão só!
Entregam-se plenas às abelhas e também ao vento,
enquanto eu me escondo atrás dos meus lamentos,
guardando todo o amor que tenho pra dar.

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