Doce Vampira, tem pena de mim!
Yuri Rodrigues
Minha doce vampira, não me sugue assim
Não vês a morte em meu jeito taciturno?
Não piore a cólera desse ser noturno
Sanguinária vampira, tem pena de mim!
Meu rosto pálido não diz-lhe que estou exangue?
Faz-me um vampiro defunto
Pare! Traz-me de volta ao mundo
Derrama em minha boca o teu sangue!
Minha mórbida vampira tem pena de mim!
Não me permita, por ti, ter ódio em avidez.
Lembra-te quem desfaleceu tua pálida tez?
Não podes, criança da noite, me exumar assim.
O meu ritual já foi lido
Sofrerei agora, as obras da tua imaginação
Quando terminar, enfim sentirás a minha destruição
E... Será tarde... Tudo já terá acontecido...
Terás perdido o vampiro que mais te amou
O sangue na lua cheia, não terá o mesmo sabor.
O cemitério, minha pequena, será apenas um monótono dissabor.
Jamais escapará dos meus olhos condenando o que se passou.
Tem pena de mim, princesa de atrocidade.
E escaparás ao meu vertiginoso fragor
Sangue por sangue, tua morte, meu vigor.
Sobreviverás à fúria da minha insanidade?
Minha dama-defunta ouça o que lhe direi:
Consome-me com tuas presas
Mas sabes se é isto que realmente desejas,
Conviver com o fantasma da maldição que te lançarei?
Pense no meu fim como o seu fim
E saberás; Ter ou não pena de mim?