CPP 245
Barraco não é domicílio,
É esconderijo.
Na calada da noite,
Há meia-noite. Calado!
Quatro horas da manhã,
Zoeira do caveirão,
Pé na porta. – Deitado no chão!
É busca e apreensão.
Que mandado que nada,
Genérico é remédio de pobre.
Nunca li o 5º da Constituição.
Qualquer casa “verde” serve.
Mão na cabeça. Calado!
Cara no chão!
Direitos e garantias?
Literatura de subversão!
Criança dormindo,
Mulher chorando,
Pé na porta.
Cadê? Me dá. Confessa!
Prova é fácil de plantar.
Mas... Se arregar...
Quanto tu vale o negão?
Favela não é comunidade,
É gueto, só mais um gueto.
Barraco não é domicílio.
Negro não tem lealdade.
Barraco é esconderijo,
Na calada da noite,
Pé na porta, mão na cabeça!
Cara no chão.
Rosa Maria Maia
25 / 11 / 2005.
Monografia - Puc R.J