caminhando sobre a saudade
carregando o pudor
da outrora vaidade.
Tudo o que me rodeia
nada me diz.
Só o trigo e a centeia
que para a minha família
jazia da raiz.
Hoje, não tenho nada
nem ninguém
sou apenas eu e esta estrada
que me leva ao além.
Já fui um homem honrado,
já fui agricultor
mas, hoje aqui me encontro irado
por ter perdido aquele amor.
Caminho… de mãos nos bolsos
de cabeça baixa
aparentando olhar os meus passos
vejo-me nos reembolsos
daquela caixa
em pedaços.
Hoje, é tudo o que tenho,
cartão onde me abrigo.
As recordações não detenho
pois só elas tardam o meu castigo.