No jardim dos dias felizes
frente a frente questiono meu eu
num céu de lindos matizes
que a vida generosa me ofereceu.
Acredito plenamente na vida
porque nela cultivo amizades...
Rosa, Camélia, Dália, Margarida,
que resistem, viçosas, às adversidades.
Como convivo bem com meu eu
não conheço a sombra negra da solidão...
Na noite em que o momento se perdeu
o eu silencioso falou com o coração.
O amanhã renasceu luminoso
na crença por melhores dias
e no sopro da alma, afetuoso,
dei asas à solidão que quase me invadia.
A morte é apenas outro estágio da alma
no mistério que eu ainda não domino.
Assim cumpro minha evolução com calma
e as páginas da vida, uma a uma, carimbo e assino.
Carmen Vervloet