As minhas mãos tão velhas...
As minhas mãos estão velhas,
enrugadas pelo tempo e mais magras,
foram mãos belas e ternas,
que passaram tanta emoção a ti.
Elas afagaram o teu belo rosto,
encheram de prazer e amor,
apertaram as tuas mãos sem pudor,
em anos que estivemos juntos...
Com elas tu me guiaste ao teu mundo,
segurando para não ter medo,
eu com as minhas te apertava,
para sentires que estava ali a teu lado.
Das tuas mãos e das minhas,
colocamos mais lindas mãos no mundo,
tão pequeninas, gentis,
frágeis que metia medo...
Eram as mãos das nossas crianças,
que gentilmente apertavam as nossas,
vaidosos e felizes, caminhamos,
ensinando o amor a elas, sem limite.
Ensinamos o trabalho árduo, a dor,
também o descanso, e o ardor,
levando as nossas mãos ao limite,
de tanto acariciar sem medo...
São as minhas e tuas mãos, amor,
neste mundo tão belo...
Betimartins