Hoje toquei violino...
Ele estava empoeirado
As cordas bambas
Cavalete desalinhado...
Torto, equilibrava-se jogado
Em um sofá, meio abandonado.
O arco com a crina de cavalo
Meio enroscada estava quase envergado
Pelo peso do tempo calado...
O meu violino mudo...
Estava lá, todo este tempo
Aguardando-me, pacientemente,
O retorno de meus acalentos.
Por diversas vezes
Ensaiara despertá-lo,
Mas o tom menor de meus momentos
Adiava sempre o retorno aos treinamentos...
Os dias passando,
O compromisso aproximando-se...
E nada, nada de coragem
Para romper o silêncio musical...
Tomado por um ímpeto de vida
Aproximei-me decididamente
E arrebatei o arco desalinhado.
Puxei daqui e apertei dali..
E logo o arco rompeu a gravidade
E aprontou-se, esticado, para ser usado.
A poeira fugiu assustada,
As cravelhas emparelhadas
Rugiram aos apertos da afinação acelerada.
E logo o meu velho e fiel violino
Já estava ao meu ombro esquerdo apoiado
Harmonizando as cordas paralelas
Agora já afinadas.
Hoje toquei violino...
E de volta a vida musical
Treinei por muito tempo animado...
Comentários
P/Gideon, de Joaninhavoa
Parece-me que é a segunda poesia sua que leio... e olha
que maravilha! Achei
Poderia dizer que me transmitiu vida ao dar alegria
do princípio ao fim da poesia
Gideon! Você é cá dos meus...
(me perdoa a observação, saíu-me assim
é que eu adorei... )
Abraço poético,
Joaninhavoa
(helenafarias)
03/05/2010
Joaninhavoa