A infância trás lembranças de um tempo sem mudanças, de um mundo dos sonhos, de obrigações sem conseqüências, das atitudes com pequenas dores e de um perdão intenso.
O tempo se passa e vem outras manhãs e milhares de outras, o inverno chega e a ausência de calor faz a maturidade querer a infância.
Mas o tempo não volta atrás e o que é já foi; e o que há de ser, também já foi...
Podemos aceitar os desvios acentuados quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da vida as feridas que eles vão causar não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.
Das dificuldades que tive que carregar durante minha existência, não culpei ninguém por isso, afinal muitas vezes somos responsáveis por colocar nosso próprio dorso, ou permitir que fosse colocado.
Aceitei as coisas como elas são sem pensar que tudo se conspira contra mim. Porque parte de nós é faculdade de conceber e entender as coisas, a outra parte de nós é prática inicial de ofício aprendido.
Pois a escola da vida é longa e a prova que nos aplica faz aprendiz das próximas que virão após delas, pois parte de nós é o que vivemos e outra parte é o que esperamos.
Que durante a vida possamos construir sentimentos verdadeiros, que aceitemos daqueles que passaram sobre a sombra e um dia esperamos encontrar a luz e usufruirmos dela.
Na qual estamos aqui de passagem e nada trouxemos e nada levaremos, deixaremos sim para os que ficarem a lembrança plena de uma história terrena...