Após reler "1984" (George Orwell), sinto-me como um membro do Partido; assim como Winston Smith chega ao final de sua vida: desiludido, impotente, mergulhado num profundo posso de consciência, onde a vida real não é afetada; a insanidade está nos outros, na sociedade, em tudo; mas como fazê-los perceber isso? Talvez isso realmente seja impossível.
Qualquer pessoa, qualquer empgrego dito respeitável e que traz uma suposta dignidade, não serve para nada! Somos engolidos pelo sistema. Não passamos de uma peça dentro de um maquinário complexo e quase incompreensível, blindado por uma burocracia competente, que contribui com o distanciamento entre a peça e o produto.
Então qual seria o produto?
Talvez os únicos que saibam são os que dele se beneficiam. Nós, meros trabalhadores inúteis (professores, advogados, médicos, engenhieors...) servimos unicamente para manter a engrenagem funcionando.
O ser humano tem a temível falha de depositar sua fé e esperança em coisas individuais: emprego, casa, família. Enquanto isso, deixamos de perceber a dominação sobre nós e deixamos de ter esperança no coletivo.
Não somos nada, individualmente; e, coletivamente, somos controlados (mesmo sem saber). Até as formigas têm mais consciência do que nós. Parabéns à raça humana!
("Inside the Job" - Pearl Jam)