Da loucura das minhas palavras
Faço poesia.
Do meu delírio verbal
Faço poemas.
E deixo que através daquilo
Que escrevo a criança que
Mora em mim possa falar,
Sem medo, do amor que
Sinto por ti.
Não sei escrever em códigos
Porque falo de amor
E o amor não é codificado.
Sempre escrevo claramente.
Sempre verás o meu eu
No que escrevo.
Em cada letra, o meu olhar.
Em cada frase, minhas mãos
Dedilhando carinho.
E mesmo que a escrita seja
Signos abstratos, o amor
Nela expresso e concreto.
Eu me habituei a esperar-te
A beira do tempo,
Enquanto as esquinas da vida
Dobram-se de espanto
Com a minha teimosia.
Estou presa a você
Sem grades, sem muros...
E distante...
Presa como só se pode
Estar quando se ama...
Quando a lembrança
Dos meus olhos se misturam
Com a tua presença
Tão ausente
Eu troco o meu sólido chão
Pelo vôo nas asas frágeis do amor
Que levam minha alma apaixonada
Na eterna busca da tua...
Marsoalex