Chega um dia em que alguém que agente achava que não conhecia
Nos procura, bate a nossa porta
Até consegue fingir intimidade
Sentar na nossa cadeira e por vezes beber de nossa água
Sempre mostrando certa intimidade falsa que nunca existiu
Talvez seja porque nós julgávamos não conhecer esse estranho que nos bateu a porta
Mas ele por vezes jura que nos conhece e consegue nos ludibriar
Até certo ponto de total espanto da nossa parte
Como pode esse á quem nós consideramos estranho
Conhecer-nos tão bem
Esse alguém que consegue nos deixar arrepiados com tais atitudes impensadas
Mas agora que percebi a ligeira impressão de conhecê-lo
Talvez seja porque ele me parece ter os olhos da minha mãe e a boca do meu pai
Como poderia imaginar semelhança tal que nunca vi igual
Ele se hospeda em nossa casa
Dorme em um quarto ao lado do nosso
Mas sabe eu começo a me lembrar
Ele me parece familiar, pois nunca vi coisa igual
Essa pessoa que no início parecia estranha e um tanto confusa de si própria
E por não saber quem era, pediu minha ajuda
É só pode ser isso, tem que ser
Agora eu sei
Deve ser porque essa pessoa sou eu
No começo confusa pedindo ajuda até a mim mesma para logo descobrir que muitas vezes os estranhos somos nós, até que nos descobrimos e o q era estranho agora nos parece tão familiar