REFÉM DE MIM
Me prendi no meu laço.
Me fiz minha escrava.
Domei meu gênio de fera.
Corri as unhas na madeira.
Pra não ferir meu coração.
Esmaguei pedaços de algodão.
Entre os dedos a areia a escorrer.
A ampulheta do tempo a me dizer.
Que não sou dona de mim.
Que correm águas por baixo de pontes.
Que duas crianças caminham por estradas do futuro.
Que não existe porto seguro.
Que se escondem bruxas em porões escuros.
Ameaças atrás dos muros.
Amordaçada, ameaçada.
Me vejo a voar num espaço meu.
Onde nada me ameaça.
Nem eu...
Comentários
Sonia Delsin
Li todos os seus escritos.
Mas nesse venho comentar.
Ser refém de alguém que ela nos faça é uma coisa.
Agora nós nos permitirmos nos fazermos refém é outra.
Sonia, na verdade sabe porque te leio.
Porque em cada escrito teu, existe muita verdade mesmo que poeticamente falando.
abraços da Flor