Aqueles que com língua viperina,
Estão sempre a veneno insuflar,
Ainda numa grande terrina,
Cheia de veneno se vão afogar.
Passam toda a vida a dizer mal,
Não sabem o que é que é gostar,
É algo que não pode ser normal,
Um dia ainda se vão matar.
Vivem como os grandes abutres,
De sangue frio prestes a secar,
A vida são os contínuos embustes,
Com que tentam a todos enganar.
Pessoas para quem a felicidade,
É mais um despojo conquistar,
E é tal a sua perversidade,
Que só sabem as vidas sugar.
Acabam por nunca conseguir viver,
De tanto mal estarem a destilar,
Acabam por a vida perder,
Ao sentirem a solidão a chegar.
Ainda vão morrer engasgados,
Até a maldade conseguirem vomitar,
Ainda podem ser perdoados,
Se o bem decidirem praticar.
Se não um atroz sofrimento,
Os irá para sempre acompanhar,
Porque sem o arrependimento,
Todas as desgraças vão chamar.
Quem pela espada quer viver,
Pela espada se vai matar,
Para ele a vida é só sofrer,
Até ao fim o castigo chegar.