Visão de Cristal
Izaura N. Soares
Quando te sinto, recalco meu prazer
Para que você não perceba o quanto
É forte o meu desejo por você.
Tento me enganar que nada sinto,
Mas a chama que corroem minhas entranhas
Revela meus segredos, revela minha paixão,
Meu amor louco, desvairado.
Fujo, corro de mim mesma para não
Encontrar-te, mas acabo voltando para seu
Recanto onde sinto a luz da suas palavras
Brilharem em meu coração.
E quando chega a noite o silêncio me
Atormenta, a espera me alimenta.
Ouço sua voz em pensamento desejando
Pelo menos um telefonema.
O medo toma conta de mim, sinto falta de você.
Tenho medo de nunca mais poder te ver...
De nunca mais poder te ouvir.
Ah! Esse amor que abrasa meu peito que de tanto
Paixão queima jorrando labaredas por todo o meu
Corpo ardente que corre pela
Extremidade do meu ser...
Minha voz ecoa tão baixinho quando chamo
Pelo seu nome numa languidez que
Somente eu, escuto meu chamar.
Ah! Se eu tivesse uma visão de cristal eu veria
O seu olhar na palma da minha mão.
Assim, poderia te tocar, e seus lábios;
Minha boca beijar!