Como o canto que ressoa
daquela baixada,
entre aldeias esquecidas em Shar E Nau
como o canto das grous
ao levantar vôo no fim do verão
Como o canto latente na alma da nativa
Na ilha da esperança
Que ao deixar a confecção
De um novo colar de conchas
Corre pressurora, arfante
em direção as vagas onças
em busca das naus que retornariam
trazendo com o crepúsculo vespertino
amores ou dissabores
Ouço um canto triste
Como o vento que sopra
um choro compungido de saudade
nas frestas
das mata-juntas carcomidas
Como o canto triste
da joaninha
quando as asas da borrasca
furtaram-lhe sua auto-estima
levando sua vida-sombrinha
Ouço um canto triste
Que reboa nas mansardas d’alma
Canto de quem ama e ama
Mas que só recebe,
chuva de granizo
em seu vaso cândido,
em chamas.
poesiasegirassois.blogspot.com
Comentários
deusaii p/ Davi
Muito bonito mesmo...