Já vou, Lídia, que de ti tão farto,
o remédio que encontro é a partida.
De tudo o que me deste e te dei na vida
nos esqueçamos: os laços da união agora parto.
Votei a ti doirados anos, Lídia,
a pretexto de fugir do triste ermo.
Na adoração que te nutri puseste termo,
travando os teus dias na perfídia.
Adeus, Lídia! Não te voltes na esquina.
Sê feliz! De ti não guardo rancor.
Mais vale a gozar um falso amor
seguir na vida pranteando a sina.