Minha poesia precisa de vento,
de abelhas e passarinhos,
porque, é como semente...
A esperar pelo momento,
enquanto espalham-se os caminhos,
de germinar em nascente.
Quem sabe onde? Não sei...
Quem sabe são as abelhas,
os passarinhos e o vento...
Onde o acaso é rei.
Em qual girar do torvelinho
irá acender-se a centelha.
Longe do olhar meu,
ou de todos que conheço,
talvez floresça outra poesia,
sem importar d'onde se deu
e com o frescor do começo.
Todo o amor que em si trazia.
Flores que o acaso semeia,
assim é o que enquadro
e que sobrevive além de mim,
emoldurado na emoção alheia.
É espelho é não quadro.
A mostrar você, eu, ou todo afim...
A imagem a si pertence,
o espelho empresta-lhe a face,
e cada reflexo, espelha diferente...
Sementes e espelhos, poesia “non-sense”
que as abelhas e ventos dá-se,
Até florirem num reflexo afrente.