O que transcende o tempo e as memórias
O que transcende o silêncio do que é abafado por
Interesses questionáveis
O que transcende a saudade
Mais que a certeza estabelecida nos discursos
Nas inverdades absolutas
Imposições dos tipos mais frios
É quente, inevitável, legítimo
Encontra-se ferido
Agonizando
Com a branda consolação de permanecer vivo
No fio de uma suave esperança
De ressuscitar o que parece desenganado
Na cura de um olhar impossível
Falsa cegueira
O laço que se tenta indispor
Que de tão firme não se desamarra preso ao que existe de fato
O que transcende
E não pode ser admitido
Perpetua-se de modo
Inapagável
Como sentimento que de tão sufocado
Explode
Na sinceridade dos dias que passam e nunca param
O que não importa não é proibido
O que não releva não causa sofrimento
Assim te declaro meu amor pela última vez