Poemas

Foto de Carmen Lúcia

Indagações à vida

Onde está o meu entusiasmo?
As coisas que me faziam estremecer?
A vaidade a me bater,
o espelho a me ver
sempre impecável,
irretocável?
Batom, blush, rímel, esmalte, laquê?
As roupas da moda,
os saltos dos sapatos
que me elevavam
a ver lá de cima
a vida acontecer embaixo?

O amor próprio, onde foi parar?
O amar a mim mesma, em primeiro lugar?
Os sorrisos, as gargalhadas,
as noitadas, as baladas,
as danças improvisadas,
o desejo irrefreável de viver?
O coração descompassado,
o rubor destemperado,
o sorriso dissimulado,
o meu sim apaixonado...

As sessões de cinema,
o amor sentado ao meu lado,
os beijos disfarçados,
os tremores tresloucados...

Quando deixei de viver?
Em qual ancoradouro aportou minha autoestima?
Qual livre- arbítrio assinou a minha sina?

_Carmen Lúcia_

Foto de Allan Dayvidson

FUGITIVO

"Assistindo ao filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin" me veio a idéia deste poema... Ele não tem explicitamente nada a ver com a história, mas basicamente fala da sensação de se um fugitivo que às vezes nos domina e nos impede de fazer o coisas importantes..."

FUGITIVO
=Allan Dayvidson=

Ele pôs os olhos em você,
mas os dois pés na estrada;
Ele corre feito um louco,
um vulto de jeans e camisa listrada;
Qualquer “olá” é um alerta, uma oferta, um perigo iminente;
Sua imaginação e curiosidade tem um caso estranho, criminoso e indecente...

Mas é só um garotinho assustado
que se move, balança e esquiva;
Sempre tão escorregadio e atento,
não importa quantas tentativas.

Detenham aquele fugitivo,
aquele eterno foragido
que está longe de chegar!
Peguem aquele forasteiro,
aquele pequeno encrenqueiro...
não o deixem escapar!

Mas tudo que ele diz,
cada palavra que se joga de seus lábios inseguros
parece um suicida sensacionalista
que curte mais o suspense que o próprio pulo.
O vento no rosto enxuga as lágrimas e tenta deixa-lo a salvo.
Ele morre de medo de dar mais tiros no escuro e ser de novo o próprio alvo.

E ele não aparece nos filmes,
comerciais ou programas de tv
Mas talvez mudando de antenas,
você ouvisse menos estática e mais o ele que tem a dizer.

“Meus medos falam, meus pés não param
e eu não faço idéia de onde vou chegar...
Só mais um pouco, é quase um jogo
e eu não vejo a hora de te deixar ganhar...
Não desanime, somos um time
e sei que só você pode me alcançar...
Pois.. é sua chance... é minha chance!
Por favor, me alcance”!!

Peguem este lábil forasteiro
de coração mochileiro
que não para de acelerar
Procura-se morto ou vivo
este adorável fugitivo...
Não o deixe escapar!
Vai lá...

Foto de Allan Dayvidson

JEANS

"Um poema sobre ser inspirado pela ousadia, ou coragem ou mesmo pelo impulso criativo daqueles que puderam apresentar perspectivas diferentes, desconstruíram idéias, desestabilizaram algo que estivesse posto... É confortável ceder a ordem das coisas porque sempre parece que qualquer esforço em pensar diferentemente não renderá frutos e que nem mesmo seremos ouvidos... Este poema é um lembrete pessoal de que mesmo que pensar/agir diferente possa não ser o bastante para mudar algo, compõe minimamente uma modesta resistência... Pense na 1ª mulher séculos atrás que pensou que as mulheres poderiam não ser subestimadas, o 1º negro que acreditou que não há inferioridade na cor de sua pele, etc... Pessoas que provavelmente jamais foram ouvidas, sequer conhecidas... Será mesmo que eles não tiveram qualquer participação indireta no modo como tais questões são vistas hoje em dia?... É só uma tentativa de viver mais plenamente o que acredito... Desbote todos os seus jeans!!"

JEANS
=Allan Dayvidson=

Regras são erguidas feito muros ocos de um labirinto empoeirado;
A lógica é sempre de VIPs e Blacklists, de certo e errado...
E você estará realmente de que lado?

Sempre sob ameaça de ser a caça em mais um século do caçador,
dormindo sob uma inadequação estratégica como se fosse um cobertor...
O microdomínio é feito de pesadelos bem orquerstrados.

Mas quando você escapa por entre os dedos
e respinga tinta por aí
começo a pintar até desbotar todos os meus jeans!

E quando você abre janelas
mesmo só havendo paredes ali,
volto a viver até desbotar todos os meus jeans!

Todos estão encarando, fixamente te olhando de cima a baixo.
“O que está fazendo?”... “O que está dizendo?” ... “Sossegue esse facho!”
Você é uma chama e as convenções são inflamáveis

E com sorte é possível ver seu brilho carmesim.
É tão lindo ver todo esse colorido explodir;
Então, não desista... e coloque seu melhor jeans!

Mas o que uma voz ingênua pode
em meio aos gritos de ordem de uma longa história?
Você não sabe, mas não se cala...
e se recusa a facilitar o velho jogo de derrotas e vitórias!

E quando você sai dos mais precisos mapas
e dos mais confiáveis dicionários,
começo a escrever até desbotar todos os meus jeans!

E depois que você for embora,
mesmo que o mundo volte a ser solitário,
Não desistirei fácil de viver...

...até desbotar todos os meus jeans!...

Foto de Cesar Jardim

Caminho

A correnteza leva embora,
o que traz de longe,
Por que não seguimos como antes,
o que começamos hoje?

A nossa vida segue,
como o rumo da paixão,
eu voo com as asas da liberdade,
pra encontrar seu coração.

Vamos escrever em cima,
das páginas do livro da vida,
andar sobre as flores despedaçadas,
entre as pedras em um caminho.

Não temos a beleza dos pássaros,
Apenas o tempo em nossas mãos,
o tempo que crio é coragem,
e o que perco é ilusão.

Foto de Cesar Jardim

Mentira

A primeira flor caiu,
Veja as nuvens ao redor do sol,
no horizonte,
sei que ainda espera por mim.

Renasci do fogo,
meu primeiro passo foi tão curto,
no silêncio,
ainda ouço a sua voz.

Depois da luta,
a verdade vem,
quem bate a porta é o meu passado,
o amor.

Se eu fugi,
apenas foi coragem,
a hora certa,
A escolha errada.

Longe de você,
longos são meus dias,
tão pouco me restou,
apenas a mentira.

Foto de Carmen Lúcia

Amo a Língua Portuguesa

Amo a língua portuguesa.
Com franqueza, com pureza, com certeza.
Ela me navega na imensidão dos mares,
na mansidão dos ares, além do infinito.
Desbravo os mais profundos abismos
e seus mistérios abissais...
Alcanço o ápice das montanhas,
percorro a estrada de meus ancestrais...
Então finco minha bandeira luso-brasileira.

Desvendo em palavras as minhas proezas,
de minhas bravatas relato as grandezas.

De origem latina, primitiva, abrangente
difunde e aflora a “Última flor do Lácio”;
incita o poeta a dar vida às palavras,
faz das palavras imagens dos anseios da gente.

Vinda de caravelas aqui aportou;
trouxe um abraço que me cativou...
permeou as belezas, protestou as mazelas,
deu à flora e fauna ricas definições,
das riquezas da terra desenhou emoções.

Amo da língua portuguesa
a magia, o lirismo, o encanto.
Com ela choro o meu pranto,
grito a dor, causo espanto.
Sou rio, sou tanto, sou música e canto...
Choro, sorrio, me acarinho em seu manto.
Divago em palavras a minha alegria,
na página em branco derramo a agonia.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Não faz sentido

Não faz sentido viver por viver
sem abraçar sequer uma nobre causa,
viver sem ver a luz do amanhecer,
página aberta induzindo a recomeços,
convite incessante para perceber os erros
e com eles, uma alavanca para os acertos.

A cada recomeço, novas pedras a remover.
A cada cansaço, nova pausa pra se refazer,
onde o silêncio pede para refletir
o que é viver ou simplesmente existir.

Não faz sentido viver sem amar,
não cravar no cerne das pessoas nossa marca,
fazer a diferença na vida de alguém
e ter alguém ao lado em nossa caminhada.
A estrada é longa e triste sem ninguém.
Sozinhos não alcançaremos nada.

Não faz sentido viver sem viver
um grande amor, uma paixão desenfreada
ou, acomodados na mesmice da rotina,
deixar que o tempo leve nossos sonhos
sem que nos apaixonemos novamente pela vida.

Não faz sentido ver o mundo da janela
onde a tramela não permite perpassar por ela
pra desvendar o novo, no afã da descoberta,
ver as belezas das paisagens que acenam,
cair e levantar e começar de novo.
O recomeço faz a vida ser mais bela.

Não faz sentido aprisionar os sentimentos;
a autenticidade é trampolim à liberdade.
Seremos livres libertando os pensamentos,
voar com eles em busca de emoção,
dar vazão ao catarse, alívio emocional
e na hora do adeus final
percebermos que viver não foi em vão.

_Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Vervloet

Alegria

Por tudo, por nada,
por muito, por pouco,
por todo o devaneio louco...
Pelo riso sem saber por que,
pelo sol no seu alvorecer,
alegria de poder viver!

Foto de carlosmustang

ESTACA

O meu pai me indagou
Porque eu era menino
Não entendia a verdade
Odiava a minha irmã

Confundia minha dor
Complicava meus passos
A fumaça subia, lcd nos braços
Delírio total, doenças infernais

O desespero é a linha
De amanhecer,prosseguir
Retornar a entender,sem julgar

Choro a externar, em passos
Tentando conter sonhos, rituais
Mas sentimentos ´ferrou aqui

Foto de Alexandre Montalvan

Porque te Amo?

Eu não sei por que te amo
porque você me é tão querida
talvez sei lá, por engano
ou feitiço de alguma sacerdotisa

Eu não sei por que te amo de verdade
mas te amo pelo brilho que teu olhar irradia
eu te amo por uma singularidade
amo-te como uma doce sinfonia

Eu te amo como o lamento das cordas do violino
em catedrais de granitos refulgentes
amo-te como um menino inocente
louco para beijar tua boca e sentir teus dentes
em minha carne ardente

Eu te amo como ao sol nascente
que da luz ao dia a vida
e aquece a terra aonde você pisa
e como a leve brisa
que esvoaçam teus cabelos pelo vento
eu amo teus pensamentos

Eu te amo como a louca ventania
como a fúria das tempestades
como a dor de uma saudades
amo-te como a mais linda
Melodia.

Alexandre Montalvan

Páginas

Subscrever Poemas

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma