Eu sou navio,
e você é água por onde tenho percorrido.
Mergulho em tuas águas profundas
sem saber como voltar.
Eu sou navio,
em tua dimensão fui navegando e sendo navegada.
Fui amada, desejada, desnudada.
Vida minha, vida minha desventurada!
Porque eu sou navio perdido
e sem querer me achar,
Trafegando por entre as pedras do teu leito,
buscando abrigo em teu quente peito.
Eu sou navio, você é mar traiçoeiro
e lançou-me em tuas encostas rochosas,
sem saber, sem querer, sem poder, e querendo,
fui de encontro ao inevitável.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Eu era navio.
Despedacei-me em você.
Agora sou náufrago, sem porto, sem cais,
pedaços de mim que já não são nada mais.
O sol escaldante me queima agora a
pele porcelana, e as marcas ficarão
para sempre no corpo e na alma.
Porque eu era navio... Hoje sou dúvidas.
- Alma naufragada.
© Por Lilly Araújo-Direitos Autorais Reservados.
Comentários
Bela poema Poetisa!
Uma bela composição, gostei da analogia que fez, meus parabéns!
Pergentino Júnior
Obrigada
Muito obrigada, Pergentino Júnior
Acabo de chegar há alguns minutos ainda vou aprender a usar esse espaço.
Mas já fui bem recepcionada!
Lilly Araujo.
Lilly Araujo.
http://somdocoracao.wordpress.com/
http://lillyaraujo13.blogspot.com/