Às Mães Que sangram a perda de um filho

Foto de Sirlei Passolongo

Às mães ...
Que hoje sangram no peito a dor da perda de um filho
Mães, que alimentaram seus filhos no ventre
e hoje sentem a dor de serem arrancados do seu colo...
Mães, a quem Deus deu graça de serem luz,
Hoje... Choram na escuridão da dor que só uma mãe é capaz de descrever...
Quantas mães nesse instante clamam a vida de seus filhos...
Quantas mães morrem um pouco a cada dia
ao verem seus filhos tomados pela droga
Quantas mães sangram o mais gélido fel
ao verem seus filhos cruelmente assassinados...
Mães, que nesse instante pedem a Deus que esteja com seus filhos nos braços,
Pois elas não poderão mais ter essa graça...
Mães, que olham vazias as camas onde seus bebês repousavam.
Que sentem vazias as suas mãos...
Pois as mãos deles deslizaram e partiram
Ah! Quantas mães!!!
... Nesse Dia das Mães desejavam apenas um sorriso dos seus filhos...
E elas clamam pela justiça divina...
Para que a dor que hoje sentem no ventre seja aliviada em suas almas...
Pois... A justiça dos homens há muito, as têm abandonado.

(Sirlei L. Passolongo)

Comentários

4
Foto de Lu Lena

Comovente seu poema. Muito bem lembrado
e vc soube descrever de uma forma tão singela
além de reflexiva esse texto.
Meus parabéns e meu voto com carinho.
Lu

Foto de Cecília Santos

Oi poetisa...

Lindo e comovente seu poema.
Um assunto bem abordado,
infelismente quase esquecido
por orgãos competentes...

Beijos
Ceci

Foto de Sirlei Passolongo

Infelizmente, escrevi essa mensagem pelo assassinato de meu irmão de 18 anos, Renan,
usuário de drogas, fora morto na vespera do dia Das Mães de 2007. E jamais esqueço a dor
da minha mãe nesse dia.

obrigada.

beijos

Sirlei L. Passolongo

Sirlei L. Passolongo

Foto de Rose Felliciano

Olá Sirlei!

Li seu belo e expressivo Poema e também seu comentário sobre a morte do seu irmão. Lamento muito por isso e imagino (pois sentir o mesmo, nunca sentirei) a dor da sua mãe. Há algum tempo atrás acompanhei mães que passavam por problemas semelhantes e nunca... nunca mesmo... nem mesmo as cenas das guerras mais sangrentas, se comparavam a dor e a lutas daquelas mulheres.
Via em cada ruga, cada fio de cabelo branco, nas mãos cujas veias saltavam... o lamento, o desespero e ao mesmo tempo a esperança que diuturnamente acompanhavam aquelas mães...
Se tem algo que me fez crescer como pessoa e aprender mais sobre o que é o verdadeiro amor, foi esse tempo que passei com essas grandiosas mulheres. Só de lembrar me emociono...
Parabéns mais uma vez pelo poema e com sua licença, meu abraço sincero à sua mãe.

Rose Felliciano.

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