.
Arranquei amores mofados
De uma gaveta
No canto do coração
Chovi sangue
Era uma manhã vermelha
O mofo fazia parte da casa
Desordem que eu gostava
Era vida, ainda que dolorida
Havia um prazer inconsciente
Talvez um medo
De viver sob o sol...
Mas o cheiro
Já me asfixiava
Era hora de abrir
Janelas
E amanhecer azul....
Havia esquecido
Que havia um céu sob o mofo...
Resolvi no ar riscar estrelas
Quando ele atravessou as nuvens...
Convidei-o para uma tarde
De morangos com creme de leite
Não mofados, frescos...
Como aquela brisa
Que soprava o momento...
Uma tarde azul
Para o nosso amor ainda verde...
Quiçá inventem
‘Amor em conserva’
E os amores possam ser
Degustados
Por instantes prolongados
Longe das gavetas...
Morangos em calda...
Dissolvidos na saliva
Anti-mofo natural...
(Raiblue)
P.S.:
Em homenagem a dois escritores que eu amo,o fantástico Caio Fernando Abreu e a grandiosa Clarice Lispector,com os quais passo horas prazerosas e me perco no infinito...
Comentários
Que ótimo!
Gostei do " para o nosso amor ainda verde" entendi o raciocínio completamente. Você é muito versátil na criação dos seus textos, dar novas qualidades a adjectivos quase que saturados. Gostaria de dizer-te que ganho horas e horas observando alguns dos teus poemas. Continue assim verde e espero que nunca amadureça, só assim teremos para sempre a verdura do seu amor.
Reginaldo Sena de Souza
Reginaldo Sena de Souza
oie REGI !!!
Lindoooo!Adoro seus comentários super criativos...me delicio c suas palavras...simplesmente adoro!
obrigada pleo carinho de sempre...
beijo grande... azul...
Rai.
Raiblue
oi
sauda d vc... e de outros e outros.... q solidão é essa q vivencio neste site.... n encontro meus amigos.... to chato..
Reginaldo Sena de Souza
Reginaldo Sena de Souza
P/ Raiblue
Olá!
Amor com sabor de morango...fresquinho! Sensacional!
Muito belo teu poema!
Meu voto!
Drica Chaves.