Vulgaridade

Foto de Ivone Boechat

A mulher da Era pós-moderna

A mulher da Era pós moderna

Ivone Boechat (autora)

A mulher da Era-pós moderna deve aparecer nos editoriais “completamente desnuda de vulgaridade e totalmente vestida de inteligência”. Sua elegância se fará notar pela suavidade dos adereços. Na boca, um precioso implante de palavras que desviem o furor. Cílios nada postiços, capazes de filtrar o excesso de pó que pulverizam na vida das pessoas e uma lente de contato para enxergar as qualidades do próximo. Nos cabelos, condicionadores que amaciem o afago das mãos que se apressem a moderar, acalmar, abrigar.

A mulher deve se preparar para ser modelo. Só pisar nas passarelas da vida, sob as luzes do flash da simpatia! Para manter a forma, uma dieta diferenciada. Evitar os frutos amargos que se colhem nos canteiros do ressentimento, nunca se afogar numa sopa de mágoa, regada a disse me disse, nem pensar em se viciar na overdose da desgraça alheia.

Toda noite, a mulher pós-moderna tem o cuidado de limpar do rosto as teias da decepção daquele dia e espalhar muita alegria em volta dos olhos, da boca, áreas mais afetadas pela desidratação que a tristeza provoca! A reposição hormonal do amor, da fé, da misericórdia e da compaixão é feita em alta dosagem, porque já se provou cientificamente que o único efeito colateral que provoca é a manifestação de bondade.
A mulher pós-moderna não pode se descuidar de suas mãos. Ela tem nos dedos a aliança de compromisso com a dor alheia. Na bolsa, uma cartela de pílulas da felicidade e também não podem faltar moedas para facilitar o troco: ofensa se troca pelo perdão. Afinal, ela só anda na última moda, moda e mudança são palavras irmãs. Roupa de marca é roupa que marca a sua presença nas rodas sociais, pela discrição e dignidade.
A mulher pós-moderna não é pesada no self-service cultural, como uma salada de frutas: melão, melancia, morango; ela é louvada e reconhecida no jardim da família pelo nome das flores que ajudou a plantar: mulher margarida, mulher rosa, mulher violeta, mulher hortência, mulher-amor-perfeito.

A mulher pós-moderna é embaixadora da paz. É vigilante pertinaz da preservação da vida! A plástica de sua beleza interior não perde a validade. Seu corpo espiritual se reabastece nos mananciais da fé.

“E todos os teus filhos serão ensinados do SENHOR; e a paz de teus filhos será muito grande.” Is 54:13

Ivone Boechat

Foto de Maria silvania dos santos

Meu amor, será que é vulgaridade?

Meu amor, será que é vulgaridade?

Meu amor, faz tempo que estou treinando como te falar do amor que sinto por você.
Mas é que sou um pouco tímida e preferia que fosse você quem me declarasse.
Mas já vi que você infelizmente, não consegui pensar nem um pouquinho em mim.
Não percebe que morro de amor por você.
Vejo que vou enlouquecer assim!
Faço todo esforço para que você me perceba, mas é em vão, será que é tão difícil assim percebe que te amo tanto?
Ou é porque jamais serei a mulher dos seus sonhos?
Te amo tanto que em palavras jamais irei expressar meu sentimento por você.
Palavras são apenas letras que tentam manifestar um pouco do que sinto por você.
As vezes penso que vou me enlouquecer de tanto amor por você.
As vezes penso que não vou mais conseguir me controlar.
Já vi que você não consegui me enxerga.
Será que é vulgaridade que te amo eu te confessar?

AUTORA; MARIA SILVANIA DOS SANTOS
Silvania1974@oi.com.br

Foto de Oliveira Santos

Rubra

Como estava linda naquela noite minha amada
Com uma pele luminosa banhada em sedução
Um perfume refinado que me entorpecia
E seus cabelos soltos que me prendiam os olhos

Como estava linda naquela noite minha amada
Suas curvas a mostra que me enlouqueciam
As pernas reveladas sem vulgaridade
E os pés emoldurados por belas sandálias

Como estava linda naquela noite minha amada
O seu batom escarlate me chamava a boca
As suas mãos perfeitas que tocavam as minhas
E seu alvo sorriso me hipnotizava

Como estava linda naquela noite minha amada
Fazendo-se notar por todos a sua volta
Fazendo-se sentir por todos desejada
Mas só por mim sua rubra veste foi tirada.

Foto de Paulo Master

Yin e Yang

Em experiência subjetiva me sujeito a mais grotesca vulgaridade. Vejo-me submisso, escravo do teu amor. Tua beleza nua corrompe minha calma, aquece minha alma, tira-me o sono, rasga-me a roupa. Seu corpo escorre em meus poros gerando impulsos prazerosos. Meus instintos veem-se caprichosamente estimulados por uma tentadora sensação de felicidade. O falo tornou-se visível, passando a responder com pulsos de virilidade, naturalmente com um apetite voraz. O desejo advém de uma sensação eufórica causada por elementos químicos que induzem ao prazer. Logo, o corpo passa a responder com intenso frenesi frente aos estímulos desse desejo com picos crescentes de excitação. O lirismo amoroso em viço aquece teu corpo. O delírio erótico, lascivo, responde como um sensível receptor sexual, nos unindo em perfeita simetria, como yin e yang. Desejo ir além do monte de Vênus, tocar teu centro erótico. Em sumo, oferecer o sêmen celeste, germinado com deleite de um orgasmo dantesco, excessivo e selvagem, luxurioso e desregrado. O coito nos ofereceu o domínio do prazer. Enfim, o clímax é atingido com êxtase e gozo sequencial. De súbito, a exaustão predomina. A respiração ofegante e a tensão de outrora são trocados pelo relax total. A lasciva febril evapora-se, evanescente no ar.

Foto de Olenka

O que resta depois do amor?

Era noite quando vagueava pela rua, embrenhando-me na escuridão.
A rua estava deserta mas eu não me sentia sozinha pois levava comigo um raro sentimento.
Eu, banhada em felicidade, desejei partilhar essa saudável emoção com quem encontrasse pelo caminho.
Acontece que, a medida que caminhava, a emoção dissolvia-se e, o espaço que libertava foi reabitado por um novo sentimento: um sentimento doente, que lentamente cerceava a alma,
assemelhava-se muito ao cansaço porém não era físico. Dei por mim desnorteada... completamente perdida nessa rua que outrora fora-me familiar.
Ah, senti na carne o corroer das correntes de dependência… que em tempos passados, de bom grado envolvia em torno do meu corpo. A maravilhosa emoção que conheci há pouco deixara de ser doce, ingénua e gentil e transformara-se num vício, num hábito, numa vulgaridade… Assim partiu, deixando a minha mente abalada pelas recordações agradáveis… Que fim miserável teve o meu amor…
E, quando já não restavam vestígios dessa emoção, senti-me livre, concretizada… Mais tarde descobri que essas novas emoções eram de pouca dura pois o espaço que o amor ocupava no meu coração ia sendo preenchido a pouco e pouco pelo vazio, pela saudade, e, talvez até pelo desespero…
Eis o que resta depois do Amor!

Foto de Paulo_Junior

Hipócritas

Às vezes gostaria de ser um falcão.
Voar tendo o mundo aos pés,
Sem rumo ou direcção.
Sem predadores ou outras preocupações.

Sentir o ar de liberdade
Passar pelos pulmões,
Sem preocupações.

Mas logo fui puxado pela realidade,
Abatido de volta à vulgaridade.
Volto a ser apenas mais um,
Esperando chegar o dia
Em que me vou transformar em nenhum.

Tento me conformar com a banalidade,
Ajustar-me a sociedade.
Porem não consigo me rebaixar ao nível deles,
Suas bases são compostas por hipocrisia,
Suas colunas, de suas próprias mentiras,
E seu teto, de vidro.

As pessoas preferem viver numa mentira,
Preferem pensar que têm um bom futuro,
Preferem pensar que sua vida se resume ao seu lucro.
O seu amor aos poucos se esfria.

Não sou perfeito,
Mas também não abaixo a cabeça aos meus defeitos.

Foto de Paulo_Junior

Hipócritas

Às vezes gostaria de ser um falcão.
Voar tendo o mundo aos pés,
Sem rumo ou direcção.
Sem predadores ou outras preocupações.

Sentir o ar de liberdade
Passar pelos pulmões,
Sem preocupações.

Mas logo fui puxado pela realidade,
Abatido de volta à vulgaridade.
Volto a ser apenas mais um,
Esperando chegar o dia
Em que me vou transformar em nenhum.

Tento me conformar com a banalidade,
Ajustar-me a sociedade.
Porem não consigo me rebaixar ao nível deles,
Suas bases são compostas por hipocrisia,
Suas colunas, de suas próprias mentiras,
E seu teto, de vidro.

As pessoas preferem viver numa mentira,
Preferem pensar que têm um bom futuro,
Preferem pensar que sua vida se resume ao seu lucro.
O seu amor aos poucos se esfria.

Não sou perfeito,
Mas também não abaixo a cabeça aos meus defeitos.

Foto de Graciele Gessner

Defina o Amor.

O amor é simples. O amor nada pede. Nós, que nos chamamos de seres racionais é que complicamos, fazendo com que o nobre sentimento caia na vulgaridade. Só precisamos de sentimentos... Nada mais.
O amor não vê perfeição. O amor observa aquele sorriso espontâneo, aquela mão estendida de ajuda. O amor não mede esforços, é sempre solidário.

O amor não escolhe pela cor, pela raça ou nação. O amor é pura aceitação, é ingênuo, puro. O amor só vê coração, desconhece o que seja rancor ou ódio.

O amor nasce quando menos esperamos e desabrocha quando estiver desenvolvido. O amor só surge no momento conveniente e jamais nos deixa só. O amor jamais é solitário, sempre estará dentro de cada pessoa. O amor só pede que permita a sua entrada... Não deixe a porta do coração fechada...

24.01.2010

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!*

Foto de geovana_tita

ARTE

O que dizer da Arte?
Será que existe algo não dito?
O que falta para perceberam que é o princípio?
A arte é mãe de um grande e forte personagem chamado Dom,
Sem ele onde estaríamos?
O Dom levou alguém a inventar algo fundamental à vida humana,
Sem este personagem jamais seria criado o poder de criar,
Seja carro, computador, português, matemática e até mesmo celular.
Onde está a valorização de quem sede sua vida à arte e através dela transmite sua mensagem?
Luz...
Palco...
Figurino...
Maquilagem...
Um excelente texto e...
Ação!
Onde está a população?
Este resposta é de fácil dedução:
Em casa assistindo televisão.
Algo que também transmite arte, mas às vezes...
Com vulgaridade, com politicagem,
Muitas vezes com má fé
Tornando cada vez menor quem o deixa cada vez maior.
Não convém aos grandes cofres, a evolução do homem
Mas convém a cada homem buscar a sabedoria, respirar a arte,
Unir-se ao dom.
As cartas estão na mesa minha gente!
Basta erguer as mãos e evoluir a mente, vamos formar bons cidadãos.
Valorizar o que temos de melhor em um mundo
Criticado por muitos e julgado o pior
A sorte está lançada
Feliz do homem que agarrá-la.
Enquanto a arte espera sentada,
O dia de ser apresentada.

Foto de psicomelissa

vale a pena ?

O PREÇO DAS ESCOLHAS SÁBIAS

Maria Eduarda hoje sentiu intensamente a dor e o vazio que sua escolha extremamente recheada de sabedoria, permanecer solteira para apenas investir em alguém que tenha as mesmas intenções que ela.
Mas o vazio invadiu o ser de Duda que fez com que ela se questionasse sobre o fato de não ser mais muleta afetiva de ninguém e nem permitir –se receber apenas migalhas de afeto.
Porém quando Duda tomou esta sábia decisão jamais imaginou que o fato de permanecer solteira e sem rolos, para elevar seu ego até as nuvens, teria uma conseqüência antes não avaliada: o preço alto a ser pago, solidão.
Curioso, o Sr. Café até compadeceu por sua amada amiga, pois está nítida a dor e o vazio presente no EU de Duda, ela uma mulher tão especial, onde busca ser cada vez mais perfeita, mantendo o equilíbrio entre as tradições antigas e os hábitos modernos, despida de preconceitos.
Uma mulher rara, especial, não deseja ser uma madame, que se submete a ser mantida por um homem e conseqüentemente ter sua liberdade tolhida. Tamanha ousadia e dedicação infelizmente não a fazem ser plenamente feliz , porque sua vida afetiva anda anestesiada.
Não por ser simplesmente uma escolha de permanecer solteira, mas por exigir qualidade , por almejar ter um relacionamento sincero e onde o compromisso não seja um problema ,mas um desejo mútuo.
Cumplicidade e crescimento estão subentendidos , mas o Sr. Café sabe como o que Maria Eduarda almeja também é raro como ela, o que dificulta a conquista da sua felicidade plena.
Sabemos que Duda vive uma fase linda , onde sua vida profissional está no caminho do auge desejado por ela. Sua maturidade como mulher e como pessoa está cada dia melhor.
O Sr. Café ousa dizer: o que dependia dela foi praticamente tudo feito, porém seu companheiro ideal parece que tomou chá de sumiço. Por onde andará este príncipe desaparecido, será que está trancado numa torre como Rapunzel.
Sr. Café sempre diz pra Duda que o sofrimento vivido por ela , também é vivido por este homem tão especial e que anda pedindo pra ser resgatado , ele vive a clamar por sua companheira que lhe completará.
Sua esperança provavelmente também anda oscilando, afinal ele observa a vulgaridade e futilidade que muitas mulheres hoje em dia se submetem pra não ficar sem seu macho, rebaixando um relacionamento belo e singelo em algo animalesco e vulgar.
Pessoas raras, diria o Sr. Café ,com suas manias e excentricidades convivem no mundo atual mas sempre sentem –se deslocadas , pois sabemos que respeitar o outro já é difícil quanto mais o desejo /ou gosto diferente que seu semelhante possa ter.
Oxalá ... Este vazio de Duda possa vir a remi –lá de todos os seus defeitos e falhas.
Tudo está nas mãos do Sr. Destino e seu amigo, Sr. Tempo. Só resta aguardar e torcer para que Maria Eduarda não perca a esperança e permaneça fiel ao que se propôs independente do preço a ser pago.

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