Vozes

Foto de solidão

Incompleta

Espaços vazios me enchem de buracos
Faces distantes sem nenhum lugar para ir
Sem você dentro de mim, não posso encontrar descanso
Para onde vou não é da conta de ninguém

Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido
Eu estou acordada, mas meu mundo está adormecido
Eu rezo para este coração se curar
Mas, sem você, incompleta é tudo que eu serei

Vozes me dizem que eu deveria seguir em frente
mas eu estou nadando em um oceano completamente sozinha
Amor, meu amor
Está escrito em sua cara
Você ainda se pergunta se cometemos um grande erro

Eu não quero arrastar isso, mas parece que eu não consigo te
deixar partir
Eu não quero fazer você encarar este mundo sozinho
Eu quero deixar você partir (sozinho)

Foto de Dreia_Pikenah

Tristeza

Em meio a escuridão da noite
Lagrimas rolam pelo meu rosto
O frio e a escuridão da noite
Confudem-se com o meu coração vazio
Onde estas tu que tens a chave da minha libertação?
Procuro-te em toda a face da terra, mas,
Perco-te em meio vento
Que toca-me em caricias geladas
Minhas feridas choram lagrimas de sangue,
Pois anseiam por ti...
Por seus cuidados, seus carinhos...
Oiço vozes que sussuram e choram no vazio da noite...
Reconheço essas vozes...
São minhas,
do meu coração,
da minha alma,
da solidão que me persegue...
Chorar,
sofrer em silencio,
Sangrar em meio as caricias geladas
Desse vento de tristeza.

Foto de jgdearaujo

Cersceu

CRESCEU

Não precisava ter ido até lá, mas foi.
Chegou mais cedo, junto do sol.
Nada no bolso, menos nas mãos.
Cara de quem quer tudo...

Não precisa ter ido tão fundo, mas foi.
Assaltou-lhe um desejo incontrolável de ousar
e, não tendo como suportar, cruzou a linha do arco-íris.
Jeito de quem quer sempre tudo...

Não precisava ter tantas certezas, e não as tinha.
Mesmo que parecesse estranho, incoerente,
Desejava pouco menos que nada.
Contentava-se com as sobras...

O vento o conduziu para o norte,
Para o sul, oeste, leste...
Ao sabor do vento, tomou seu rumo
Construiu seu destino. Escolheu.
Escolheu seguir a direção do vento

Não sabia o que queria... Mirava o horizonte.
Subidas e descidas pareciam-lhe iguais...
Olhos e bocas, feições...
Vozes agudas e roucas,
Rostos, corpos... luz e sombra,
Céu e mar... mar e céu...
Tudo lhe parecia exatamente igual
Tudo lhe parecia seu. Tão seu que não queria nada...

Contentava-se com as sobras... restos de carinho,
Sorrisos amarelos lhe pareciam belos...
A vida parecia bela... a vida, vida...

A vida passou... cresceu!
Agora precisava de certidão de posse,
Exigia dotes... os corpos... ah, os corpos!
Eles não eram iguais... ah, as vozes roucas!
O perfume na penumbra, os toques...

Agora queria tudo... e teria...
Apenas uma certeza, certeza
A morte. A esperar atrás da porta
A espreitar os sonhos e a fazê-lo
Querer que o tempo volte.

Foto de Sempre-Viva

Angústia.........

ANGÚSTIA
BY R.COSTA

É MADRUGADA…………..É SILÊNCIO…………
SILÊNCIO DE VOZES CALADAS,
DE CARROS PARADOS,
DE GENTE PASSANDO,
SILÊNCIO DE UM DIA CANSADO,
DE UM DIA AGITADO,
QUE PASSOU E EU NEM VÍ!!!!!!!!

AQUI TUDO É SILÊNCIO

A NÃO SER O BARULHO DA CHUVA,
QUE CHEGOU NA CALADA DA NOITE,
CHEGOU JUNTO COM MEU PENSAMENTO,
QUE INSISTENTE É TODO VOCÊ.

VOCÊ!!!!!!!
QUE EU QUERO SEMPRE,
E QUE FAZ MUITA FALTA,
QUANDO NÃO ESTÁ PRESENTE!

MAS É ISSO AÍ!!!!
A MADRUGADA CONTINUA,
E A CHUVA NÃO PÁRA!

O QUE FAZER COM OS MINUTOS,
QUE PASSAM SILENCIOSOS NESTA MADRUGADA,
MADRUGADA QUE PASSA CALADA,
NO MEIO DA CHUVA QUE CAI APRESSADA…….

O QUE FAZER COM MEU PENSAMENTO,
QUE TE SEGUE E TE PROCURA,
E INSISTENTE É TODO VOCÊ!!!!

COMO AQUIETAR MEU CORAÇÃO,
QUE APERTADO, CHORA BAIXINHO….
POR QUE ESTÁ SÓZINHO???!!!

SÓZINHO NESTA MADRUGADA QUE PASSA CALADA,
NO MEIO DA CHUVA QUE CAI APRESSADA,
CAI MEIO SELVAGEM,
QUERENDO VIVER.

AQUI TUDO É SAUDADE!!
SAUDADE DE DIAS FELIZES, DE DIAS PASSADOS,
ENTRE EU E VOCÊ.

MAS É MUITO BOM TER SAUDADE!!!

E A CHUVA NÃO PÁRA,
CAI TODA APRESSADA,
QUERENDO VIVER!!

NESTES MOMENTOS DE ANGÚSTIA E SAUDADE,
SINTO FALTA MAIS UMA VEZ,
DOS BRAÇOS QUE TANTO ME ABRAÇARAM,
DOS LABIOS QUE TANTO BEIJEI,
DO CALOR DO CORPO QUE TANTO ME AQUECEU,
DO CHEIRO QUE ME INCENDIOU,
DO HOMEM QUE TANTO AMEI!

E SÓZINHA NESTA MADRUGADA,
QUE PASSA CALADA,
NO MEIO DA CHUVA QUE CAI APRESSADA,
ONDE A CHUVA, A ANGÚSTIA A SAUDADE E O SILÊNCIO,
ME FAZEM COMPANIA,
PERMANECEM COISAS QUE SINTO , E SÓ VOCÊ VAI SABER,
A SAUDADE IMENSA E A VERDADE,
DO MEU AMOR POR VOCÊ!!!!!!!

Foto de Rodrigo obelar

Espantalho

As águas me obedecem,
Saem de meus olhos fumaças,
Quando a chama de meu crânio,
Queima o vazio de idéias,
Na cabeça do espantalho.

Bombas de chocolate,
Filtram o sangue,
Ao me deparar com o chão,
Saio da sola do sapato,
Comando a plantação de almas__
Resgato corações de prata.

Conto pulgas no felino,
Vejo Band
eiras que o vento balança, sem esperança,
Ouço vozes,
Gritos no silêncio,
Forças querem liderança__
Traga-me o ralo do mundo.

Apago luzes em meu caderno,
As linhas confundem-me
Ao dar nós em minhas palavras,
A borracha apaga de minha mente,
Lençóis d’água__
Me perco no mar de pessoas,
Moinhos de lobos uivam pra mim.

Carrego dentro de mim
invasões de gafanhotos,
tiro a paz da multidão.
Cato folhas em meu sonho,
Perco-me na frase torta da alma...
Ando com sombras,
Um chorar tristonho,
Lidero no mundo,
A eternidade do sonho.

Foto de EduardoBarros

Meus versos (Eduardo Barros)



Eu faço versos plenos desse tom
alegre de fruir a liberdade
do vôo, de quem ama a suavidade
da vida e tem consciência do seu dom...

Eu faço versos como num ' frissom ,
num palpitar ardente que me invade
e me provoca a todo momento
de ser feliz, de ser amante e bom.

Eu faço poesia ardente, filha
do espanto enorme diante do mistério
da natureza e do universo etério.

Postado ante a silente maravilha,
eu faço versos como quem se espanta
das vozes que lhe brotam da garganta!

Eduardo Barros

Foto de NorthMan

Toda-Boa (NorthMan)

Menina linda que não posso querer

porque a conduta esperada

me corta as asas da mente

e me contento

com a tua presença.



Toda-boa, toda perfeita

nariz e boca, cabelo e pescoço

mãos e seios, barriga e costas

bum-bum e pernas, ah, o perfume!

Teu cheiro e a idéia do cheiro

do esforço e do movimento

ofegante e multi-ritmado.

Melhor eu parar por aqui

antes de passar os pés pelas mãos!

Menina, és linda e perfeita em teus contornos.

Sou louco e hipnotizado pelo teu sorriso.

E meu sonho é impossível e calculável.

Mas, se eu tivesse tu em meus braços

os abraços e beijos e todas as carícias

iriam sobrepujar as vozes dissonantes

e os nossos ais não seriam lamentos

mas suspiros sussurrados em nossos ungüentos.

NorthMan

Foto de Patrícia

Cantata de Dido (Correia Garção)

Já no roxo oriente branqueando,

As prenhes velas da troiana frota

Entre as vagas azuis do mar dourado

Sobre as asas dos ventos se escondiam.

A misérrima Dido,

Pelos paços reais vaga ululando,

C'os turvos olhos inda em vão procura

O fugitivo Eneias.


Só ermas ruas, só desertas praças

A recente Cartago lhe apresenta;

Com medonho fragor, na praia nua

Fremem de noite as solitárias ondas;

E nas douradas grimpas

Das cúpulas soberbas

Piam nocturnas, agoureiras aves.

Do marmóreo sepulcro

Atónita imagina

Que mil vezes ouviu as frias cinzas

De defunto Siqueu, com débeis vozes,

Suspirando, chamar: - Elisa! Elisa!

D'Orco aos tremendos numens

Sacrifício prepara;

Mas viu esmorecida

Em torno dos turícremos altares,

Negra escuma ferver nas ricas taças,

E o derramado vinho

Em pélagos de sangue converter-se.

Frenética, delira,

Pálido o rosto lindo

A madeixa subtil desentrançada;

Já com trémulo pé entra sem tino

No ditoso aposento,

Onde do infido amante

Ouviu, enternecida,

Magoados suspiros, brandas queixas.

Ali as cruéis Parcas lhe mostraram

As ilíacas roupas que, pendentes

Do tálamo dourado, descobriam

O lustroso pavês, a teucra espada.

Com a convulsa mão súbito arranca

A lâmina fulgente da bainha,

E sobre o duro ferro penetrante

Arroja o tenro, cristalino peito;

E em borbotões de espuma murmurando,

O quente sangue da ferida salta:

De roxas espadanas rociadas,

Tremem da sala as dóricas colunas.

Três vezes tenta erguer-se,

Três vezes desmaiada, sobre o leito

O corpo revolvendo, ao céu levanta

Os macerados olhos.

Depois, atenta na lustrosa malha

Do prófugo dardânio,

Estas últimas vozes repetia,

E os lastimosos, lúgubres acentos,

Pelas áureas abóbadas voando

Longo tempo depois gemer se ouviram:

«Doces despojos,

Tão bem logrados

Dos olhos meus,

Enquanto os fados,

Enquanto Deus

O consentiam,

Da triste Dido

A alma aceitai,

Destes cuidados

Me libertai.

«Dido infelice

Assaz viveu;

D'alta Cartago

O muro ergueu;

Agora, nua,

Já de Caronte,

A sombra sua

Na barca feia,

De Flegetonte

A negra veia

Surcando vai.

Correia Garção (1724-1772)

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