Vista

Foto de Poeta Apaixonado

#amordaminhavida

Foi amor à primeira vista
Estava atônito com o que meus olhos viram
Radiando brilho intenso de amor
Não hesitei em querer conhecê-la
Admirando-a em cada momento
Nos pulsos de cada batida do meu coração
Dia a dia sentia que firmava uma paixão
Ao te encontrar percebi um novo sentido de amar

Deixa-me poético, apreciador de seu encanto.
Emana luz que me ilumina me encanta e fascina

Poemas que afloram do meu interior
Ainda por descobrir a cada dia sua beleza
Diante de ti sou menino e homem apaixonado
Um verdadeiro sentimento de carinho, respeito e amor.
Agradeço a Deus por fazer nossas vidas se encontrarem

Tens um olhar profundo e penetrante
Em teus olhos enxerguei teu coração

Amor, amor, amor!!!
Mostro-te em palavras
O que sinto, ainda que tenhas dúvidas.

#amordaminhavida

Foto de Rosamares da Maia

Declaração de Apropriação

Declaração de Apropriação

Queria me apropriar de Pessoa,
Não de qualquer pessoa. Não!
Qualquer um não serve.
Mas propriamente tomar posse de Pessoa,
- De Fernando.
Aliás, tenho me apropriado da sua pessoa.
Mesmo que de forma imaterial – Espiritual.
Tenho-me seduzido por seus versos,
Viajado em sua mística maçônica,
Sofrido a sua dor pelo que há de inexorável.
Tenho me apropriado de Pessoa, de muitos.
Sim tenho tomado posse e tenho sido tomada.
- Por todos Eles,
De todos os que saltaram de sua alma,
E em tons diferentes multiplicaram vidas.
Porque este Pessoa não se coube em um só corpo.
Tenho eu sido a cortezã de todos Eles.
Amando indistintamente, aventurando-me.
- Como D. Sebastião,
Louco além do mar português.
Tenho contado, cuidado e guardado os rebanhos,
Rebanhos dos sonhos meus.
Do menino do céu que veio brincar em minha aldeia
- Cuidei Dele também.
Perdoando-o por soprar os ventos,
Somente para levantar as saias das moças.
Tudo para apropriar-me de Pessoa.
Mas o que dele fica em mim?
Levanto-me por manhãs vazias,
E estou vazia de mim mesmo e Dele.
Porque não sou Ele!
O perfume de Fernando tem o cheiro da terra,
Das touceiras de capim arrancadas e alinhadas,
Todas dispostas a beira do caminho
O eco da sua voz me diz: “Uma flor é uma flor”
“Não foi feita para pensá-la, mas para sentir e cheirá-la”
“E eu tantas vezes vil, tantas vezes reles”.
Tenho me apropriado de pessoas e errado muito – admito.
Sou como a “criança das cidades e dos vales”,
Também eu não “aprendi a respirar”
Apropriar-me de sua alma? Sem a clareza da vista?
“Sem alma para ver claro”?
Sinto-me ridícula!
Sou como Maria José – a feia.
Escrevo cartas de amor ridículas,
Moribunda a beira da janela,
Para um homem que jamais as lerá.

Rosa Mares da Maia – 02.03.2014.

Foto de CarmenCecilia

SOU ROMÂNTICA

SOU ROMÂNTICA

Sou romântica...
Idealista...
Até tentei ser mais realista
Ponderar pontos de vista...
Mas minha vista é nebulosa
Embaça e às vezes é tortuosa
Só sabe de cores e amores...
Não quer saber de dissabores...
Envereda no mundo dos sonhos
Esse caminho é como ninho...
Esquece dos espinhos...
Da falta de carinho.
E essa romântica...
Sem semântica...
Sem fluência...
Sem eloqüência...
Procura as cegas...
O sossego...
O aconchego
De quem chega
E procura apego...
Um cantinho...
Paz e felicidade

Camen Cecilia
12/12/2013

Foto de raziasantos

Justiça é tudo que o mundo precisa.

Justiça é tudo que o mundo precisa!

ENTRE O DEVER DE ASSEGURAR, E A PRÁTICA DO ATO ARBITRÁRIO

A população Brasileira clama por mudanças radicais em diversos setores da nossa sociedade. Mudanças em benefícios da saúde, educação, transporte, segurança e muito mais. Sem dúvida a violência sempre foi uma das causas mais repudiadas, com especialidade aquelas praticadas por aqueles que têm o dever legal de proteger e manter a ordem pública, como determinados membros da casta policial, em vista da imposição do terror e de toda sorte de abusos e malefícios disseminados contra uma sofrida classe de pessoas geralmente negras, pobres e acima de tudo, de um poder educacional menos favorecido.

Tais condições de menos valia levam o sujeito a uma condição de baixa auto-estima e absoluta impotência que o incapacita defender a si próprio, familiares ou amigos.

Movidas pelo sentimento de medo muitas vitimas não encontram forças para denunciar seus algozes tendo em vista a insegurança e incerteza quanto ao resultado justo e a certeza de que na larga maioria dos casos é a impunidade que predomina.

O anseio por ações mais rígidas no combate ao crime é plausível, o que não significa dizer que essas ações devam incidir contra a população de forma desrespeitosa desumana e abusiva.

Recentemente passei, juntamente com meu esposo, por uma situação muito constrangedora, gerando constrangimento, injustiça, além dos prejuízos de ordem moral, psicológica e financeira.

Trata-se da conduta abusiva por parte de um policial que ao abordar o meu esposo, apreendeu sua carteira de motorista, além de impor-lhe uma multa, tudo de forma completamente indevida, e posso explicar a razão:

“Ao sermos abordados meu esposo foi solicitado pelo agente de trânsito a apresentar os documentos do veiculo. Ao examiná-los, dito policial os devolveu dizendo que estavam corretos. Meu marido, por questões de respeito à referida autoridade, levantou a aba do capacete para agradecê-lo, momento em que este, quando meu marido já se distanciava para seguirmos viagem, o chamou, destacou uma folha do bloco de multas, e, simplesmente disse: você está sendo multado e a carteira vai ser apreendida por trafegar com a aba do capacete suspensa. Relevante informar que no momento em que a aba estava suspensa, meu marido se encontrava com o veiculo parado, o fez apenas para conversar com o policial, pois poderia o mesmo considerar desrespeitoso falar com ele ‘por debaixo do capacete’.

Foi então que meu marido tentou argumentar os seus direitos, dizendo que não estava trafegando com o rosto descoberto, mas estava parado e o descobriu apenas para conversar com ele. Nada adiantou, a carteira foi apreendida, a multa foi aplicada, e o mais estarrecedor, tal policial sequer deixou com a sua vitima, uma notificação ou qualquer comprovante do ato por ele praticado, num total desrespeito, descumprimento da lei e abuso de autoridade.

Assim, fomos vítimas de um ato totalmente arbitrário e covarde resultando no impedimento do direito de dirigir automóvel e pilotar moto. A conduta desse agente de trânsito vem causando danos e transtornos ao exercício de nossas funções, já que dependemos dos documentos para condução do veiculo que é o nosso único e exclusivo meio de subsistência, pois trabalhamos com eventos festivos e sem o referido veiculo, impossível se torna o transporte dos necessários materiais”.

Ora, estamos sendo tolhidos dos nossos direitos de trabalhar, de trafegar com nosso veiculo dentro de uns Pais que se diz democrático, livre e contra todo e qualquer tipo de ato injusto, lesivo, ultrajante, imoral e ilegal, e sem termos cometidos nenhuma infração. Fomos vitimas de uma inverdade, de uma ação praticada por parte de uma polícia estressada e totalmente despreparada para lidar com pessoas.

Não podemos admitir que na qualidade de cidadãos esclarecidos aceitemos desmandos, humilhações e injustiças, com especialidade em lugar público, cujo conduta foi praticada em presença de testemunhas o que, em tese, poderia servir de ‘alerta’ para impedir-se tamanha arbitrariedade.

A segurança pública é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos (art. 144, caput, da C.F), sendo essencial para o desenvolvimento da sociedade. A Constituição Federal assegura aos brasileiros (natos ou naturalizados) e aos estrangeiros residentes no País direitos, considerados cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser modificados por qualquer que seja o dispositivo constitucional, (art. 60, § 4º, IV), e o cumprimento de tais noras deve ser de forma imediata em prol da população.

A segurança, como direito fundamental assegurado ao cidadão (art. 5o, caput, da C.F), e sob a responsabilidade estatal, deve ser fielmente atendida através das competentes autoridades designadas à tal mister. Segundo Javier Barcelona Llop, “a forças de segurança têm como missão proteger o livre exercício dos direitos e liberdades e garantir a segurança dos cidadãos” (LLOP, Javier Barcelona. Policia y Constitución. Madrid : Editorial Tecnos S/A, 1997. p. 225).

Os direitos assegurados ao cidadão não seria efetivo sem a presença das forças policiais.

A Constituição portuguesa no art. 272.1 estabelece a missão a ser desenvolvida pelos órgãos policiais, segundo o qual, “A polícia tem por função defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna e os direitos do cidadão” ( LLOP, Javier Barcelona, op. cit., p. 228).

Os direitos fundamentais em determinadas situações, baseando-se na própria lei, pode sofrer restrições. A preservação da ordem pública autoriza as forças policiais a limitarem a liberdade do cidadão, sem que isso configure constrangimento ilegal, que somente existirá no caso de abusoou excesso no cumprimento do seu dever legal.

A missão dos agentes policiais é preservar a ordem pública e assegurar o livre exercício dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Para desenvolverem suas atividades os agentes encontram-se legitimados a empregarem a força, e quando necessário a utilizarem as suas armas.

Porém suas forças devem posicionar-se entre a necessidade de segurança do cidadão e o limite da lei. Não podem arvorar-se como legisladores, praticando atos alheios aos melindres das normas existentes em detrimento dos direitos de defesa do individuo e a coletividade.

Visando isso, é que suplicamos aos nossos jurisconsultos apresentem Projetos de Emendas Constitucionais tornando mais rígidas normas estabelecedoras contra atos criminosos praticados por todo cidadão independentemente de sua classe social ou qualquer outra condição. Como também, é de bom alvitre que haja aparelhamentos específicos no sentido de melhor orientar e preparar essa classe de autoridade nociva à sua própria corporação e a saciedade em geral. É o que esperamos!

Foto de Bruno Silvano

A Mafia

O Vento batia continuamente na fresta da janela do quintal e produzia um leve e suave assobio, que embalava a mais belas das bandeiras, em tons cintilantes, simples e repletos de significados, que naturalmente se encaixava com aquela cidade e atraiam a atenção das pessoas que por ali passavam, os raios solares realçavam o amarelo, as nuvens em tom de algodão o branco e a camada escura de solo fértil que abria por instantes rente a neve derretia, representavam o preto. Era uma bandeira tricolor, que apesar de poucos saberem o que ela realmente significava, já a adoravam. Essa era a minha vista de quando olhava através das janelas de vidro.
Era apenas um brasileiro, criciumense para mais ser preciso, ou apenas mais um criciumense perdido e sozinho na Europa. Havia mudado recentemente para a cidade de Oxford, cidade essa cheia de cultural e beleza, um dos principais centros universitários do país. A oferta de estagio da garantia de experiências e grandes aventuras me atraíram àquele lugar. Não foi uma das escolhas mais fáceis que tomei em minha vida, longe disso, teria que abrir mão de muitos hábitos e principalmente do meu amor.
Minha cidade de natal fazia muita falta, costumava falar com as estrelas, dizem que as estrelas são boas companheiras, principalmente pra alguém quanto eu que precisa de alguém para se animar, pedia todos os dias para que meus amigos pudessem estar comigo, não que eu estivesse descontente com aquilo ali, talvez a imaturidade e inexperiência me fizesse sentir medo, me fizesse questionar o que estava fazendo ali, muitas vezes acordava assustado ao ver as arvores, os carros, os jardins repleto de neve, acreditava ainda estar dentro de um sonho. Meu passatempo era acordar cedo todos os dias, tomar um cappuccino quente e ficar em frente a lareira observando a bandeira do meu time do coração, que havia cuidadosamente enfiado em frente a casa. Esse era o meu hobbie enquanto não precisa ir trabalhar.
Seguia o mesmo caminho quase todos os dias para ir trabalhar, morava a 3 quadras da empresas, sempre ao sair de casa encontrava dois meninos e uma menina jogando futebol no pouco espaço onde a neve ainda não tomava conta, justamente em baixo aos redores da bandeira, que além de bonita servia como trave pra diversão da criançada. A cada dia que se passava o numero de crianças aumentava e todos tomavam gosto pela bandeira pela sua capacidade de iluminar e proporcional diversão para os mesmo.
Minha vida se tornava uma mesmice naquele lugar, chegara a imaginar que meu um dos meus maiores sonhos, acabara por se tornar pesadelo, era uma ainda muito sozinho repleto de solidão, mal eu imaginava que aquilo pioraria muito, mas que também passaria por muito bons momentos.
Não me importava que as crianças jogassem ali, muito menos com as varia perguntas tolas que recebia de pessoas curiosas sobre a bandeira.
Não me lembro ao certo que dia era, mas a previsão do tempo apontava a vinda de uma forte nevasca para a região, porém muitas crianças ainda brincavam no meu jardim, muitos se assustaram com o barulho das fostes rajadas de ventos que se aproximavam e saiam correndo para suas casas, mas um deles o mais novo da turma que tinha por volta de 4 anos ficou tonto, completamente desorientado, não sabia à que lado ir, logo corri par retirar o menino da rua e leva-lo pra dentro de casa, porém a hora que cheguei ele já não estava mais lá,. Apenas ouvi o barulho de um grande estouro e desmaiei, daí em diante não lembro mais nada.
Quando acordei, demorei a conciliar onde estava, o ambiente cheirava a hortelã, mas tão logo percebi que estava em minha própria cama, no lado tinha uma xícara com chá de hortelã com mel, acompanhado de um bilhete com as seguintes palavras “Cuide-se e da próxima vez tente não sair correndo como um louco na rua, no meio de uma nevasca. Da-lhe Tigre!” Seguido de risos e um beijo estampado a batom. O Chá ainda estava, ainda sentia um cheiro de perfume no ar, tão cheiroso quanto qualquer um outro que já senti outras vezes. Corri a porta pra ver se encontrava alguém, porém tarde demais, a porta estava emperrada devido o excesso de neve. Meu guarda-roupa estava um tanto quanto bagunçado, mas talvez já estivesse assim, devida a minha organização. O dia estava amanhecendo, foi ai que me dei conta que fiquei desacordado por mais de 12h.
Os telejornais avisavam a paralisação em algumas escolas e empresas devido a nevasca. Não iria precisar trabalhar, então fiquei deitado o dia inteiro tentando entender e lembrar de mais alguma coisa sobre o que havia acontecido no dia anterior. Porém todos os meus pensamentos foram interrompidos pela noticia de que entraram o corpo de um menino, por volta de 4 a 5 anos de idade, morto com sinais de asfixia, em um terreno próximo ao da minha casa.
Estava extremamente curioso para descobrir o que havia acontecido, e ainda mais quem era a pessoa que havia me trazido pra dentro de casa, minhas únicas pistas eram, o perfume, o idioma e a letra com que a pessoa havia escrito, e a julgar pelo batom imaginava se tratar de uma mulher, de fato não estava errado. Mas a questão é, o que estaria ela fazendo ali, se a única pessoa que vi era um menininho inocente e indefeso? Ao menos foi isso que imaginei ter visto, pelo menos através do vidro fosco das janelas.
Passaram-se dois dias sem que eu tenha mais informações sobre o caso, porém através de denuncias, feita por uma mulher, que não quis se identificar, que relatou me ter visto com a criança. E como a criança costumava brincar sempre no meu jardim, fiquei sem ter como me defender e as suspeitas sobre a morte do menino recaíram todas sobre mim.
Passei varias tardes respondendo inquérito e prestando depoimentos, haviam encontrado luvas com o emblema do Criciúma perto da cena do crime, o mesmo que estava na bandeira, que por sinal também havia sumido. Peritos constaram que a luva me pertencia e que eu havia sumido com a bandeira, pra não levantar suspeitas e ligações entre luva e bandeira. Mal eu sabia, que a profissão que sempre sonhava em ser, se voltava contra mim, em um mero descaso do destino.
Não entendia o que fazia uma luva do criciúma, era o único criciumense que morava na região. Tentava montar em minha cabeça parte por parte, mas faltava um detalhe, pra mim essa historia não fazia o menor sentido, quanto mais para um chefe do departamento de investigação. Que por sinal era mulher, uma bela mulher, muito me parecia familiar, era baixinha, não tinha mais do que 1,65 metros de altura, possuía cabelos ruivos puxando pra loiro, seu perfume, ela era misteriosa, e isso me atiçou a desvenda-la.
A luva era a prova concreta contra mim, pelo menos para me deportarem para o Brasil, alguns dias antes essa seria uma boa noticia, mas agora já estava muito envolvido no caso e faria de tudo para desvenda-lo, e por ventura provar minha inocência.
Em um dos depoimentos cara a cara com a chefe do departamento criminal de Londres, ela deixou cair alguns relatórios de perícia em cima de mim, havia algumas anotações em português, logo reconheci a letra, como a mesma do bilhete deixado em meu quarto. Estava ai, frente a frente com a pessoa que poderia me salvar, me defender. Ela leu em meus olhos que havia descoberto quem se trava ela, porém não me deu tempo de reação, me deu um beijo, tão suavemente quanto um de cinema, e mandou eu segui-la rapidamente e que me explicaria no caminho, mas que precisa que eu embarcasse no avião e voltasse para o Brasil. Não sei se essa foi uma das atitudes mais inteligentes que tomei, porém segui-la.
Ela me levou a um depósito velho onde trabalhará sozinha como detetive particular, e um dos seus casos era de uma máfia formada dentro da empresa em que estava trabalhando. Máfia essa que aliciava e menores idades inclusive eles que haviam cometido o assassinato do pequenino e estavam me usando pra atrair as crianças. Explicou ainda que se a culpa do assassinato caísse sobre mim era a única maneira de me defender da máfia, e por isso ela se encarregou de implantar as provas.
Detalhou: “Você estava indo salvar a criança, eles estavam atrás dela, ao perceberem que tinha alguém por perto tentaram lhe matar, porém apenas te desacordaram, e antes que tivessem mais tempo, cheguei e eles recuaram, então levei você até a cama e tratei de você, até porque temos muito mais coisas em comum do que você pensa..” Nessa parte fomos interrompido por barulhos de tiro. Corremos em direção ao carro, porém cai na armadilha e fiquei na mira da arma de um dos membros da máfia, um tiro e era certo que eu morreria. Ele engatilhou e atirou, fiquei meio surdo com o barulho do tiro, porém ela a delega havia se joga em minha frente, rebateu o tiro, porém não se livrou do ferimento. Havia sido atingida a altura do pulmão, dava pintas de que não resistiria, deu-me mais um beijo, o melhor deles, e desmaiou.
A ambulância não demorou a chegar, porém não escondia a aflição do medo em perde-la em nunca mais a ver. Porém vi em seus braços uma tatuagem “Da-lhe tigre” e logo entendi que não era apenas destino. Os médicos disseram que ela havia perdido muito sangue, porém ficaria bem. A partir desse dia descobri o que era a paixão, algo que começou a alguns anos em jogos do criciúma, e que se estendeu mais além, além de continentes, um clube que reuniu meus dois amores

Foto de Arnault L. D.

Castelo e flor

Na rua, uma sombra alta e triste
ergue-se dentre a névoa gélida;
noite suspensa de um passado.
Tal braço, retesado em riste
do afogando, mão a buscar vida
e um mistério no tempo guardado.

Alta torre faz relevo à vista,
contrasta ao azul, somando ao céu.
Nuvens bordam a moldura entorno;
acima, janela a lua avista
e a filtra em vitrais, a luz pincel...
Quadro vivo, tela o chão, adorno.

Vestígios da beleza em ruína,
restos de sonhos, solvem a volta,
dos risos, dos casos em segredo.
Degraus subindo o mármore a cima,
ligando ao nada a ilusão solta...
Velhos fantasmas a trazer medo.

Apenas restou o que se ergue,
pois, mais ninguém, mais nada lá ficou.
Junto a ultima gota que verteu,
taça de cristal, vinho, e sangue,
estilhaçada a vida se quebrou.
Por testemunha a noite, que esqueceu.

O solo pontilhado de luar,
vazando aos vidros coloridos;
cintilou em matizes de carmim,
que a aurora escureceu ao raiar.
Revelando os Reis adormecidos,
em uma noite, que não teve fim.

Mas, o Sol não trouxe a claridade
que rompesse a densa névoa escura,
que encerrou dentre a alvenaria,
atrás de portas, paredes, grade.
Causas, culpas da história, pura,
não se soube, o oculto não traia...

E veio o anoitecer novamente.
Trancou as portas, fechou as grades,
cerrando as cortinas e os portões...
Desbotando tons, e o inconsciente
se encarregou de criar verdades.
Por provas, fez de mitos as razões...

Recolhido entre as salas desertas,
os anos a somar o abandono
pilharam a beleza em pedaços.
Abrindo furos, rasgando frestas.
E o dormir deste eterno sono,
Morfeu colheu por entre seus braços.

Tudo agora é escombro somente;
cravado à cidade, triste confim
de velhos espectros e da sombra.
Partilhado ao mendigo, indigente,
covil de ratos, aranhas, capim,
que feri aos olhos frágeis que assombra.

Mas, longe da escuridão, um alguém
guardara a lembrança, a luz vencida.
Que afundou-se aos relógios se pôr.
Lembrando a quem, já a muito além...
por tantos anos, por toda vida.
Posto uma prova que houvera o amor.

Solitária rosa, deixava ali.
Em data exata, quando ao ano vem:
De aniversário um presente terno,
no envelhecer do castelo e a si...
Até que a noite deitou-se também,
a pele esfriando-lhe de inverno.

E a ruína, assim, ficou mais só
e a historia, tornou-se rumor.
O castelo apartou-se do mundo,
sequer memória, saudade, ou dó.
Como se sempre ele fora a dor;
tal de canto algum oriundo...

Quiçá, a torre, querendo altura,
qual mão, apenas anseie outra flor,
pelo céu procurando a encontrar...
E para não quebrar-se a jura,
fez das pedras, pétalas, por amor.
Fez-se o castelo uma rosa a murchar.

Foto de P.H.Rodrigues

O que eu queria

Sabe o que eu queria?
Residir no conforto de uma boa vista.
Sem nenhuma formação.

Ver o sol nascer e se por.
Tendo como distração
um caderno, canetas, e meu violão.

Alguns livros para ler,
Uma rede para descansar.
Olhar para o céu e bocejar.

Foto de Xufia

A história de um menino especial

Olá. Eu sou um menino, tenho 5 anos. Como ainda não sei escrever, e só sei ler o meu nome, quem vai começar por contar a minha história vai ser a minha mãe, segundo o ponto de vista dela. Talvez daqui uns anos, seja eu a contar...

O meu menino nasceu há 5 anos atrás, com 3450kg, e 50cm. Ainda me lembro de tudo como se fosse hoje. As dores foram horriveis, mas apesar disso o momento mais especial, o momento pelo qual pensamos e sentimos que valeu apena todo o esforço foi quando o colocaram nos meus braços, encostado ao meu peito. É uma sensação única...

A gravidez do Daniel não foi planeada, eu tinha 21 e meu marido é dois anos mais velho. Casamos, e fomos viver com os meus sogros durante os primeiros dois anos de vida do Daniel. Para mim, foi uma das épocas mais dificeis da minha vida, mas não quero nem estou pronta para falar desse assunto, até porque esta história é do meu filho e não minha...

O primeiro sorriso, os primeiros dentes, os primeiros passos...ocorreram todos dentro do espaço de tempo esperado no desenvolvimento de uma criança. Era, e é, um miudo muito barulhento, mas na altura não falava, fazia apenas sons.

Os pediatras diziam que era uma atraso na fala, até tivemos uma médica que dizia que a culpa era nossa por não o estimularmos o suficiente. Chegou a ser operado aos ouvidos, com receio de algum problema auditivo mas nada.

Os avos maternos e paternos, sempre nos ajudaram quer a nivel financeiro quer a nivel de criar o Daniel. E começamos à procura.... uma altura também ela muito complicada, mas que fica para outro dia...

Xufia***

Foto de Bruno Silvano

A Caverna

Seu olhar era triste, talvez pela saudade que estava sentindo de casa, ou por esta se sentindo uma estranha, em um pais desconhecido, sem nenhum amigo. Cursava o primeiro semestre de Moda em uma das maiores universidades de Londres, mas ainda era uma garotinha ingênua e insegura, cheia de expectativas para o que mundo pudesse vim a lhe mostrar, a lhe trazer.
A primavera chegava, e florescia o coração daquela jovem, que por muitas vezes pegava-se a observar o céu estrelado chorando de solidão, da falta que uma companhia lhe fazia. Deitava-se sozinha na rede para acompanhar a transformações das flores, sentia-se como uma, a mais sensível e perfumadas delas, uma daquelas flores que enfurecida com o descaso das pessoas abria somente a noite, onde realmente tinha liberdade para ser somente uma flor.
Costumava banhar-se em um riacho com águas claras, doces, ao som de passarinhos e da goteira que pingava uniformemente da parte de cima da caverna. Era o lugar em que costumava se encontrar com seu interior, em que botava calma na alma, o que ajudava a disfarçar o seu semblante triste.
Sua solidão era cada vez maior, procurava relações de todos os tipos, porém nada fazia com que aquele sentimento tivesse um fim. Sempre procurava cura naquela caverna, aquilo se tornava um vicio, porém em uma de suas idas encontrou algo lá, algo que para ela realmente valesse a pena, a os seus olhos ele era diferente, tinha seu brilho especial, era espetacular, tinha seu toque de humor e simpatia. Foi paixão a primeira vista, fez dele o seu tudo, passava horas com ele, já mais havia sentido tanto amor e prazer quanto o que ele deu a ela, juntos, ela realmente se sentia mulher, algo que não sentiu com mais ninguém.
A caverna tornou-se seu ponto de encontro, não havia alegria maior do que ir todos os dias para lá, e em seu ponto de êxtase deixou-se seduzir de vez por ele, o acariciou com vários movimentos, se deu toda a ele, utilizou de todo os artifícios que havia aprendido em sua vida, deslizou sua mão suavemente sobre todo seu corpo, fazendo-o sentir vibrações, porém ele já não estava com mesmo brilho de como ela a viu pela primeira vez, porém insistiu em acariciá-lo, deslizando com toda sua sedução, a mão até suas partes mais sensíveis, e em um gesto de amor ela pediu “me deixa cuidar de você?”, porém não obteve resposta, o seu brilho foi diminuindo lentamente, até que sem saber o que fazer, ela o deixou ali imóvel, até que toda sua bateria acabasse. Porém não se deixou abater, saiu correndo em direção a cidade e em menos de uma hora já estava com um novo amor, um iphone 4s, que embora seja menos compacto que seu antigo amor ainda trazia lembranças de seu já sem bateria iphone 5.

Foto de Arnault L. D.

Enquanto a música tocar

A frente, o inesperado a espreita,
como é de seu uso, o futuro.
Ora carinho e justa colheita,
nasce o que semeou, germinar seguro...

Induz pensar ser dono da vida feita.
Mas, é olhos fechados numa dança no escuro.

Eu sigo uma melodia imprevista,
danço na penumbra a esquecer do entorno,
improvisando para a vida uma vista,
sem saber do próximo passo, ou contorno.

Uma música que o porvir insista,
quente, gélido, ameno ou morno...

Em nossas mãos, apenas a esperança.
O sonhar que as coisas conseguiram ser,
quando não, desejar que a próxima dança
seja melhor, boa parceira vai trazer...

Não há certeza à nada que se lança,
pois, a canção pode mudar e nos colher.

Num ritmo caprichoso e aleatório,
de encontros e despedidas; de sim e não;
de acerto e erro, fatal ou provisório,
nossos, ou alheios, e os que insondáveis são...

Mas, dançar é o viver, compulsório,
então bailemos a vida, louca canção.

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