Velocidade

Foto de Gabriel Valeriolete

Único Corpo, Única Alma

Na profundidade de teu olhar
Não sei quantos mistérios posso desvendar,
Pérolas negra a me convidar
Brilhando com todo o ardor,
Apelando pelo meu amor.

Olhos curvados, olhos puxados,
Olhos que me mostram sentimentos,
Olhos que exprimem pensamentos,
Olhos que sussurram os pedidos mais singelos
De amor eterno e sincero.

Boca quente, desenhada perfeitamente
Convida-me a um ardente beijo,
Leva-me ao mais profundo desejo
Enche-me de amor
Com todo o seu frescor.

Altos delírios que nunca outrora senti,
Deixam-me sedento, a pedir
Por mais uma vez quero esse seu frescor
Apaixonante, enlouquecedor.

Delírios frenéticos e desenfreados
Desses que só sinto em seus lábios.

Beijo-te, portanto, com toda a paixão,
Quero-te agora e sem restrição.
Tua pele morena roçando na minha.
Essa pele macia, carnuda,
Lisa e desnuda.

Envolvo-te em meus braços,
Em tua língua sacio minha sede,
Dois corpos num mesmo espaço,
As pernas encostadas na parede.

Braços, línguas, pernas, corpos, almas...
Unidos e entrelaçados;
Completamente enrolados

Encho-me assim com os maiores desejos,
E com o maior prazer,
Teu corpo, tua pele, teu beijo...
Tudo o que quero é você.

Estou agora no auge da paixão,
Em teu corpo reside a perfeição
Enlouqueço-me ao experimentar
Todo o prazer que podes me dar.

Calma e mansidão,
Velocidade e agitação.
Perco-me nesse oceano de desejo e gozo
Levado pelas curvas de teu corpo.

Agora repleto de ternura e calor,
Acolho-te em meus braços,
E, depois de um olhar aconchegante,
Descanso ao lado da minha amante.

Unido pelo mais ardente e determinado amor,
Compartilho tudo o que sou.
Todos os segredos,
Todos os sentimentos
Todos os mementos,
Tudo.

Somos um só,
Somos só um
E não há nada além.

Foto de Leo Orlandi

Vagando na Ilusão

Vagando na ilusão e esperança do encontro do amor eterno em vida,
me sobra a dúvida da medida do tempo na realização do desejo;
Será que andam juntos ou o tempo do real se torna mais demorado,
aumentando a angústia de ter, sentir e retribui o amor verdadeiro que tanto se quer,
tempo que não se define entre realizar ou não o desejo, brincando na variação da velocidade e ao mesmo tempo trazendo angústia e esperança.
Mas a calma e a certeza andam juntas com a esperança e depois de tanto esperar, chega a hora de agradecer ao tempo pela sabedoria; a calma pelo alento; a certeza pela determinação e a esperança, que reuniu todos e me trouxe você.

Foto de Peter

A nossa era

Neste nosso planeta
Todo se transforma
Com rapidez de um cometa
Tudo se diz, logo se informa

As novas notícias correm
Os leitores são pouco informados
Os jornais preste a serem reformados
Pela nova comunicação que todos querem
A velocidade da internet
Faz com que toda a gente se conecte

O interesse sobrepõe a verdade
E muitos esquecem-se da realidade
Vivem entre o escândalo e banalidade
A tradição da informação
Agora está remetida a outra dimensão

A nova era da comunicação
É um novo negócio
Nesta idade da globalização
O jornalista é um sócio
A notícia é o seu produto
E a verdade o seu último reduto

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"MONÓLOGO DO VELHO MOTOQUEIRO" " DE CARA PRO VENTO"

“MONÓLOGO DO VELHO MOTOQUEIRO”
“DE CARA PRO VENTO”

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Tenho pressa...
Minha idade é meu termômetro...
Atropela-me!!!

Quase sessenta na certidão...
Ainda dá tempo...
Vou correr da solidão...
Vou acelerar meus sentimentos!!!

Vou atrás do meu eu...
Vou encontrar comigo...
Vou de encontro ao que é meu...
Não tenho medo do perigo!!!

O vento bate mais forte...
Já é hora de abastecer...
Estou rumando pro meu norte...
Quero meu limite conhecer!!!

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Que maravilha...
A velocidade é meu delírio...
Estou de volta na trilha!!!

Vou conhecer o jovem...
Que há muito deixei de ser...
Estou reunindo coragem...
Para a morte entender!!!

Que esta reluzente companheira...
Me leve através do caminho...
Um caminho que me de a certeza...
De encontrar meu destino!!!

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Estou chegando...
Já reconheço eu menino...
Estou chorando!!!

Chorando de alegria...
Ou talvez de saudade...
A vida me deu uma anistia...
Para entender o que é idade!!!

Dento e cinqüenta por hora...
É pouco...
Não tenho mais medo do agora...
Estou louco!!!

Estou indo atrás da juventude...
Que teima em escorregar por entre os dedos...
Vou viver na plenitude...
Sou o carrasco dos meus medos!!!

Vou enrolar o cabo...
Vou engolir asfalto...
Vou ver a vida de fato...
Vou viver lá no alto!!!

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Já é hora de acelerar mais...
O caminho esta tão lindo...
Desistir, jamais!!!

Foto de Carmen Vervloet

Tempo

Quem é você afinal?
Amigo ou algoz?
Nem bem chega
junto à luz do alvorecer
e já é breu na noite
que me abraça...
Rapidamente abafa
outro minuto
e segue indiferente
seu percurso.
Presente que já
expira o passado
e nem me deixa inspirar
ar puro,
já é futuro!
Não posso delimitar
sua velocidade,
nem seu tamanho...
E estranho
essa sua pressa
que me estressa.
O vento muda a direção...
As ondas do mar vêm e vão...
Mas você não...
Inflexível caminha
sempre em frente,
corrente que só leva
e não se importa
se deixa minha vida torta,
eu qual folha morta,
perplexo, ansiando
por sua volta
na lágrima
que se solta.

Carmen Vervloet

Foto de Fernando Poeta

Tão Forte Assim

A vida é tão incerta,
Com caminhos e destinos ignorados,
Deslizamos por ela,
Como raio, relâmpago e cometa,
Na velocidade de um turbilhão,
Como o olho do furacão.

Despedimo-nos de nossa infância,
Deixando para trás nossos brinquedos,
Inocência e tolerância,
Crescemos e aprendemos, agregamos valores,
E no fim nos perdemos,
Deixamos de ser o melhor, deixamos de ser crianças.

E vivemos em nosso mundo de adultos,
Com nossos problemas, dores, angústias e solidão,
E buscamos aquilo que não sabemos,
Alegria, satisfação, cuidado e proteção,
Porque por mais que tenhamos aprendido,
Por mais que tenhamos crescido,
Nosso coração ainda é o coração de uma criança.

E podemos esquecer por momentos,
Mas então surgirá alguém que te lembrará o que é,
Que te fará sorrir e sentir novamente desejo de brincar,
Que fará com que se lembre de sua infância,
E abrirá novamente teu coração,
Fazendo pequeno a dor, tristeza, angústia e sofrimento,
É um anjo enviado por Deus, na personificação de amigo!

E ele estará ao seu lado, mesmo na distância,
E em alguns momentos, lágrimas deslizarão por tua face,
E encontrarão com teu sorriso,
E você perceberá o quão forte é o sentimento,
De amor, carinho, cuidado e amizade,
Que vem acompanhado e arraigado no coração,
Deste amigo...

E você então perceberá,
Como a vida é bela, mesmo sendo corrida,
Mesmo sendo curta, mesmo sendo sofrida,
Que em todos os seus dias,
Você é mais que abençoado,
E que este amor tão forte assim,
Vem de alguém, a quem chamas de amigo...

Foto de Marcelo Marques

O TEMPO DE DEUS NÃO É O NOSSO !

Esperar o tempo de Deus
Tem gente gritando que não aguenta mais

As notícias chegam para nós de maneira muito rápida. É tudo muito rápido e por causa disso, muitas vezes, queremos que as coisas de Deus sejam da mesma forma: rápidas. Pedimos ao Senhor uma resposta e já a queremos agora. Às vezes, as pessoas que moram na roça sabem esperar mais, mas os habitantes da “cidade grande” são agitados, correm o dia inteiro.

Por causa da velocidade com que as coisas acontecem, vivemos um grande conflito com o Senhor. É aí que entra o tentador, dizendo, "Deus não te ouve"... Entramos em um grande descrédito de Deus, pois queremos a resposta de imediato. Com isso, pode acontecer de um dia qualquer você ver em algum poste um cartaz que prometa resolver seus problemas de imediato.

Veja no Salmo 24,3: "Nenhum daqueles que esperam em vós será confundido". Talvez você esteja confuso, achando que Deus não o escuta. Saiba, Deus não se confunde. Se Ele se confundisse, não seria Deus. "No Senhor eu espero sempre". Sabemos em quem colocamos a nossa confiança! Eu não vou desanimar. “O que espera em Deus possuirá a Terra” (Sl 36,9).

Como ser humano, o que você está esperando em Deus? O seu filho? Seu marido ou esposa? Um emprego? A cura de alguma doença? Deus lhe diz: “Os que esperam no Senhor terão emprego, serão perdoados, curados”. Há pessoas que acham que, porque pecaram, não serão perdoadas, mas isso não é verdade, o nosso Deus é um Deus de perdão, de misericórdia.

Hoje, a depressão se tornou o mal do século, porque as pessoas não esperam mais no Senhor. Elas esperam apenas por um tempo, mas como não conseguem o que querem de imediato, acabam entrando numa tristeza profunda e "caindo" em depressão. Eu fico admirado com o livro do Apocalipse, que diz assim: "Apesar de tudo o Senhor reina, apesar de tudo, Ele já venceu, apesar de tudo a vitória de Jesus é certa".

Existem muitas pessoas gritando que não aguentam mais; é assim quando perdemos a esperança em Deus. Não é fácil, mas é algo que precisamos treinar: "Deus está cuidando de nós, eu sei em quem coloquei a minha confiança". Saiba aguardar n'Aquele que tem o domínio e o poder sobre todas as coisas.

Davi estava sendo perseguido por Saul, então ele disse: "Para os montes levanto os olhos, de onde me virá socorro?" Respirando fundo Davi disse "o meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra" (Sl 90).

O Senhor não está “dormindo” na situação em que você vive, Ele é Seu guarda e está sempre ao seu lado! O livro dos Salmos diz: “...a sua indignação dura apenas um momento, enquanto sua benevolência é para toda a vida. Pela tarde, vem o pranto, mas, de manhã, volta à alegria” (Sl 29).

Talvez, hoje, você viva o pranto, o sofrimento. Talvez nada tenha dado certo em sua vida, mas o Senhor lhe diz: "Tenha esperança!".

Aqueles que esperam em Deus passam pelo sofrimento, pela dor. Eles passam pelo pranto à tarde, mas esperam a alegria ao amanhecer. Não é brincadeira. Quantas pessoas que esperaram em Deus e hoje colhem a vitória? A cada dia o Senhor manifesta o Seu amor por nós. O sol vem; Ele nunca deixará de vir!

Saiba esperar n'Aquele que é o Seu Senhor. Aguarde, Ele está sentado no trono!

Espere no Senhor e tenha coragem!

Pe. José Augusto
Comunidade Canção Nova
07/01/2010 - 08h30

Foto de AjAraujo poeta humanista

Conto de Natal: Os três meninos!

Chegava o Natal.
Aqueles três meninos observavam a correria daquela gente.
O relógio da torre marcava 8 horas da noite, muitas lojas cerravam as portas.
Um vento frio fazia tremer o corpo e doíam os ossos. Recostavam-se uns aos outros na espera do pai que tentava (em vão) comprar algo para a ceia.

Tempos ruins aqueles, haviam sido despejados e agora dormiam em um trailer abandonado, com pouca lenha para aquecer nas longas noites de inverno que se anunciavam.

Um dos meninos, que se chamava Juan, olhava para a algazarra de um garoto típico da cidade, escolhendo os presentes mais caros e bonitos que jamais vira, deixava-se levar pelo pensamento, sonhando também tocar aquele presente, momentaneamente parecia-lhe viver aquela cena.

Um de seus irmãos, Rodrigo, parecia ter o olhar perdido na multidão, nada dizia ou gesticulava, contemplava em silêncio uma noite que nada prometia de diferente de outras tantas vividas.

O terceiro e mais velho dos irmãos, Jose, preocupava-se em observar o pai, que em longa confabulação, tentava convencer o dono do armazém a lhe vender algo fiado. Em desespero, o pai mostrava os filhos no frio, ao relento, como última cartada para obter algo para levar para casa.

Nada feito. O pai sai cabisbaixo do armazém, mal podia divisar os olhares de seus filhos, não cabia em si de abatimento e revolta. Quando subitamente, ao atravessar a rua, vê uma criança desprender-se das mãos de sua mãe e postar-se indefesa em frente a um bonde em velocidade.

Trêmula, o medo a impedia de movimentar-se. O pai dos meninos pobres se lança como uma flecha e consegue tirar a menina da frente do bonde, mas o destino cruel lhe reservou uma peça, uma de suas pernas ficou presa nas rodas da composição.

Os meninos correram ao pai e todos os passageiros do bonde e os passantes em solidariedade àquele corajoso homem conseguiram libertá-lo das ferragens do bonde e levaram-no a um hospital.

A criança salva por ironia do destino era nada mais nada menos que a neta do dono do armazém.

Aquele gesto generoso expondo a própria vida, estava prestes a custar à perda da perna do pobre senhor.

Então, eis que subitamente, surge uma senhora de alvos cabelos e tez macia e se oferece para prestar ajuda ao pobre pai.

Durante 7 dias cuidou dos ferimentos, da ameaça de gangrena e o pai já começava a mexer os dedos dos pés, quando ao acordar na véspera do novo ano, ao chamar por tão especial senhora, apenas ouviu de seu filho mais velho:

"Pai, quem cuidou de você foi Nossa Senhora. Ela já se foi pois você está melhor. Quem a chamou foi a menina que você salvou. Ela me disse em sonho para você orar, não entrar em desespero, pois na vida temos provações que são desafios para que mostremos o quanto somos determinados para enfrentá-los com serenidade, fé e determinação."

Ao sair do Hospital, todas as luzes se apagaram e toda a gente da cidade viu um asteróide riscar o céu em belíssima luminosidade.

Enquanto caminhava, todas as pessoas acorriam para ajudá-lo, ofereciam suas casas para a ceia daquela pobre família e brinquedos e roupas para seus filhos.

Um milagre havia acontecido naquela cidade. Um milagre no espírito do Natal.

A generosidade e a solidariedade andam juntas, e aquele pobre senhor bem poderia ser Jesus Cristo e as crianças famintas, os jovens pastores em sua cabana.

Um conto de natal, um conto de solidariedade, homenajeando Charles Dickens e as pessoas que fazem a diferença, pregando e praticando atos que mantém acesa a chama da esperança.

Foto de DeusaII

Não quero mais ter medo!

Este sentimento que me assola
Que termina e recomeça em mim....
Este estado de alma sentido
Que atormenta todos os meus sonhos...
Fervem dentro deste meu ser,
Fazem-me alucinar, delirar... tremer....
Este estado já nostálgico...
Que quebra tudo e nada reconstrói
Que aumenta esta ansiedade de não ter mais
Prendem-me a este presente.... quase sem futuro.
Este medo... de não poder mais sentir
De não poder mais ver para alem dos olhos
Fazem-me cair num estado de depressão, profundo.
A vida não anda... e os sentimentos que germinam
Dentro de mim.... fluem.. a uma velocidade estonteante...
Delirante... perigosa.
Não quero mais ter medo....
Essa ânsia desmedida, que não me deixa seguir em frente
Esse estado de desanimo que me mata por dentro
Que faz de mim... tudo o que não quero ser....
Não quero mais ter medo....
Quero viver, o que vida me dá
E assim ser tudo o que nunca fui.

Foto de ivaneti

Ao Encontro dela

Ao encontro dela
(Ivaneti Nogueira)
Pensei que fosse apenas amizade
Esta cidade! que calamidade
Que saudade! da minha liberdade
Deste amor que virou realidade!

Teu corpo! mistura de minha identidade
Nossos sonhos não tem falsidade
Nosso amor não se faz igualdade
So tem lealdade...

Amo-te! amarei sempre como tempestade
Minha vontade e te buscar na velocidade
E lembrar da nossa mocidade
Viver o amor sem ter idade!

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