Velhos

Foto de Lou Poulit

O Anjo-Arlequim

Porque a noite é fria ele canta
E canta... Canta e canta
mas porque nem uma única estrela se oferece
Ele sonha... Sonha e sonha.
E como não pode carregar
O cravejado antigo da sua manta
Ele se aconchega nas próprias asas.
Amanhece e sai dizendo gracinhas pela rua
Porque não pode ser seu arlequim.
Por que ela não quer ser rainha sua?

Então passa por muitos lugares
E os seus cantares tocam velhos e crianças.
Mas por ele passam tantas lembranças
Vãs recordações, que ninguém sabe
E elas também lhes fazem desdém
Como se seus cantares não valessem a pena
Como as estrelas tantas
Da sua manta de arlequim.
Espanta que não possa carregá-las
Mas que não faça as malas da alma
E se lave com água-de-alfazema
E de si mesmo se despeça.
Como pode um anjo não conhecer a própria palma?

Não podem ser como os homens do mundo
Que pensam o que não são
E são o que não querem.
E que pensando amar ferem o querer bem
Porque querem apenas possuí-lo.
Arlequins são efêmeros, profundos os anjos
Mas desses marmanjos nenhum pode ter a rosa.
A um, só cabe possuir a prosa
E ao outro o silêncio.
A quem poderiam então interessar?

Talvez possam um dia...
Quando forem um, bastante
Perante a estrela que não se anuncia
Porque sempre foi refém
De possuir a noite e o dia
E porque guardou o seu vintém
Para o momento certo... bem perto da fonte
Onde junto com ela se esbata, nem ouro nem prata
Quando não quiser possuir
Mas possuir o estar possuído.
Então ambos poderão possuir o momento...

Era ela quem esperava por ele...
E por ambos a vida de um amor exercido.

Foto de Lou Poulit

Poema do Ateliê Engenho do Mato

Minha arte não pode morar
Em nenhum lugar para sempre.
Mas ficaria eternamente por aqui...
Despertaria ouvindo cantos desconhecidos,
Bem cedo, sem velhos azedos,
E começaria o dia sem medos
Dos tempos futuros, ou dos idos.

Minha arte sempre parte... Para algum lugar
Que não posso imaginar de quem seja.
Mas logo volta e feito doida me beija
E molesta a minha preguiça
Tão ingênua, e me alvoroça.
E antes que pensar algo eu possa,
Ávido, cato o que esteja ao alcance
Do meu silêncio e da minha nudez...

E já nada mais importa
Senão a arte... E essa minha prenhez!
Minha alma... Como um largo portal
Escancarada para todos os lugares,
Não aprende mesmo a sentar-se
Como uma mocinha de boa família...
Mas na verdade o artista é um velho lobo.
Seu silêncio é um cosmo
E seu covil uma ilha.

Não duvidem do seu velho coração
Tão lúcido de abraços e beijos,
Nem subestimem os seus olhares
Baços de tantos lugares...
Porque o lobo sente e vê
Apenas com a alma e, por tanto exercê-la,
Não há estrela no seu manto antigo
Que não lhe trate pelo nome... Amigo.

Itaipú(Niterói)/RJ - 2006

O artista plástico carioca Lou Poulit, criador da série de pinturas sobre tela e esculturas "Element Ballet" (Bailarinos Elementais), dentre várias outras, com centenas de obras vendidas para quase todos os continentes nos últimos 7 anos, escreve poesias, contos e crônicas há 20 anos. Acabou de chegar nesse Site e nele pretende começar efetivamente o trabalho de tornar públicas suas letras. E espera fazer bons amigos nesse espaço.

Foto de M.Veríssimo

Amantes, os Dois

Espelho-te na alma
a minha existência
de sensações inolvidáveis,
puras,
românticas..
Mordo-te os lábios em fúria
entoo velhos cânticos
de guerra, na profundidade
do teu corpo.
A tua alma é um livro aberto,
de páginas rasgadas.
Com os dedos te penetro,
sábios,
vorazes,
conhecedores,
sinto-te a palpitar
em meu redor
aberta, oferecida…
gemendo,
gritando,
amando,
entregas-te pura…
violo-te com os sentidos,
das polpas dos dedos,
macios, amantes,
vens-te…
choras rendida,
descoberta,
usada,
gozada.
explorada na essência,
abusada na raiz
completamente plena,
feliz,
mulher…
somos deuses de luz,
puros,
imaculados,
adormecemos juntos,
unidos,
amigos,
amantes,
os dois…

Foto de M.Veríssimo

Escrevo Poemas

Escrevo poemas
de dor, amarga,
palpitante, profunda,
para permanecer
alerta, atento e avisado,
de que a paixão confunde
e o amor baralha, de que
o que temos hoje
são consequências do passado.

Escrevo poemas
de paixão, violentos,
duros, intransigentes
para que te sintam
como eu te sinto...
para que te lembrem
como eu te lembro,
dor, sorrisos e lágrimas
que não quero esquecer.

Escrevo poemas
de amor, caducos,
velhos e bolorentos,
para que fiques
gravada na memória
das palavras, que escrevi...
para que fiques
eterna, enquanto durar
o verbo.

Escrevo poemas
de felicidade e contentamento,
para que no fim,
a verdade transpareça
e que apesar de tudo,
aquilo que para mim
faz sentido, sejas
sempre
tu...!

Foto de maxpinto

Noite fria

Noite fria, oiço ruidos estranhos lá fora
A tua ausência me tornou dependente
Não consigo ficar nem mais um segundo
Sem te ter por perto

O teu cheiro até hoje está cravado em mim
Os teus lábios foram os mais doces que beijei
E os teus olhos são como brilhantes
Resumindo és uma deusa!

Olho para a tua foto, e lembro-me de nós
Do nossos velhos tempos
Quando seguravas a minha mão
E andavamos juntos pela praia

Foram momentos de que jamais me esquecerei
Da-me apenas mais uma chance
Para mostrar-te que o nosso amor é real
Deixa-me amar-te mais uma vez

Noite fria, estou eu aqui sozinho...
Quem me dera que estivesses aqui!

Foto de Tancredo A. P. Filho

TEMPLO SACROSSANTO

Da infância quem, guarda na memória,
as ternas lembranças, mimos, peraltice,
da nossa avó, da que contava estória,
as contadas na escola na meninice.

Nossa escola, a nossa mestre Alice,
que trazendo em toda sua trajetória,
honestidade, cultura e meiguice,
fez de tudo para nos ver na glória.

Lembro de alguns brinquedos no canto,
velhos, quebrados,ou descoloridos,
mas, serenos, trazendo encanto.

A infância, marcada por riso e pranto,
durante todo o tempo decorrido
a mente virou um templo sacrossanto.

:::::::TAPF:::::::
tancredoadvogadopf@yahoo.com.br

Foto de sonhos1803

Mania

A noite rapidamente esfria,
Espreita-me,
Em seu manto suave,
Segredos e saudades,
Pequenos gemidos,
Como folhas que caem no outono,
Meus olhos dilatam,
Repassando a dor,
Meus cabelos caem como um emaranhado,
Arfo,
Sufoco,
Uma saudade que grita,
Presa,
Estendo meu corpo,
Perco aos poucos,
O tempo escoa,
A cada hora,
Morro um pouco,
Entre um riso rouco,
Em um doce sarcasmo,
Escondo,
Refaço,
Caminho com os velhos passos,
Finjo ser adulta,
Mas escolho as palavras imaturas,
Se um dia sonhei, Hoje acordo,
Muda,
Confusa por desejar,
Apenas ter um minuto do teu olhar,
Olhar impuro,
De quem escolher colher os mesmos frutos,
De uma boca ferina,
Que em silencia toda a mágica e rima,
Queria crescer,
Mas só sei sofrer,
Afogando e nadando em minha própria dor,
Será que isso foi amor?

Foto de Deibby Petzinger

O amigo do tempo

Sinta,
O ar da divindade penetrando em seus pulmões
Fique aí... Onde está
Sentado em qualquer lugar
Esperando um horizonte tranqüilo, ou a morte chegar
Espere...O quanto for necessário,
Ou quanto puder agüentar
Justo você, que sempre acreditou no acaso,
Que já falou tanto em virtudes, em conquistas e em amores
Que sabe que a liberdade é dada à todos os que sabem usar,
Não para aqueles que sofrem ,
Por não conseguirem desprender-se dos velhos hábitos
Dos vícios da alma e do corpo,
Aqueles que tornam-se vítimas... Dos próprios sonhos.
Cada erro... Um novo passo,
Sem erro, não existe aprendizado.
Coração é como criança: quando chora, a gente embala
Faz dormir e conta histórias,
E quando acorda...
Pedimos pra que seja melhor, a cada dia que passa.
Cada pedaço de mim também precisa dormir às vezes...
Precisa ser embalado, precisa ser recuperado
As mãos, os olhos , aquilo que está no meu alcance,
Ou tudo aquilo que estiver desarrumado .
O amigo do tempo, pode um dia, abrir todas as portas,
Já me fez enxergar a beleza contida nestes gestos e palavras
A dinâmica do incompreensível, do misterioso e do abstrato,
E tudo o mais, que ainda pode ser descoberto.
Dentro de mim, ou fora de si,
No meu caminho impiedoso, negligente e modesto...

Deibby Gottschalk Petzinger

Foto de joão jacinto

Mortais pecados

Olho-me ao espelho, debruado de talha,
luminosamente esculpida, dourada
e pergunto-me ao espanto das respostas,
na assumida personagem de rainha má,
quem sou, para o que dou, quem me dá.
Miro-me na volumetria das imagens,
cobertas de peles enrugadas,
vincadamente marcadas,
por exageros expressivos,
de choros entre risos,
plantados nos ansiosos ritmos do tempo.
Profundos e negros pontos,
poros de milimétricos diâmetros,
sombras cinzentas, castanhos pelos,
brancas perdidas entre cabelos,
perfil de perfeita raiz de gregos,
boca carnuda, gretada de secura,
sedenta de saudosos e sugados beijos
de línguas entrelaçadas,
lambidelas bem salivadas.

Olho fixado no meu próprio olhar,
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o Deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigrar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta?

No meu lamento, a amargura porque matei;
sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.

Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa,
a cem anos de encarceramento.

No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir,
viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdir em consciência.
Penso de mim, a importância de mais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais,
minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.

Sadicamente bofeteio
rechonchunda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.

Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas,
de luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostitui-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena,
ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caía uma pedra na cauda.

Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar.
Gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmunar
e desafino o doce e melódico hino.

Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.

Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo de mais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo a mais
e converso temas banais,
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão,
nada é em vão.

Tenho na dicção um tom vibrado e estudado,
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunha durante o sono.
Tenho sempre o apreçado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.
Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.

Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.

Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.

Obrigado!

Tenho de descansar.

Foto de Camillinha

Seleção brasileira

Viva o Cafu capitão perene
Melhor lateral do Jardim Irene.
Viva Roberto Carlos veloz como o vento
Que arruma as meias durante o cruzamento.

Viva o Kaká, menino bonito
Na hora do jogo, amarela no grito.
Viva Ronaldinho Gaúcho
Tão útil como pinto murcho.

Viva o ativo Parreira
Que não substitui, não treina e só diz besteira.
Viva o Gagallo
Mas arrumem um asilo prá interná-lo.

Lamento por Dida, Lúcio,Juan, Zé Roberto e Robinho
Que até brilharam nesse timinho
Mas o resto eu quero que se dane
Porque quem joga mesmo é o Zidane.

Vamos esperar o Parreira descer do avião
E dizer que pra treinar a seleção
É preciso trabalho, cérebro e dedicação
É também preciso ter coração como o grande Felipão.

Chega de Zagallo, chega de Parreira
Não precisamos destes velhos caretas.
E "Fora babaquice"
Tem treze letras

autor desconhecido

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