Torpor

Foto de CarmenCecilia

7 PECADOS CAPITAIS - PREGUIÇA

PREGUIÇA

Indolente
Caminhar...
Boceja...
Não viceja...
A manhã
Não assanha
E se for para amanhã;
Nem depois de amanhã...
Desdenha
Das cenas
Expectadora apenas
Contempla
O tempo
A passar
Sem pressa
Pressão
Ou compreensão...
Apenas lassitude
Sem nenhuma atitude
Reveste-se
Toda vez
De languidez
E o torpor...
Não consegue transpor...

CarmenCecilia

Foto de ssap98

<3

Estamos simplesmente,
amando-nos terna e eternamente...
Sentindo essa quente emoção
que dá vida ao coração...
Nas quentes horas deste amor,
que nos deixam em suave torpor,
sentimos uma imensa ternura,
sempre repleta de doçura...
Vivemos com imensa alegria,
nos beijos de cada dia,
sempre uma sensação inesperada,
naquela carícia sempre desejada...
Doces e deliciosas emoções,
que sempre embalam os corações...
Vamos nos amar até quando a aurora surgir,
brilhante, como nosso porvir...
Linda, trazendo segredos da natureza,
dando-nos do amor, toda sua beleza...
Sentindo as folhas das árvores balançarem,
no mesmo ritmo de nossos corpos ao se amarem...
Ouvindo o uivar do vento,
fazendo-nos sentir o amor em todo momento...
Vamos nos amar bastante,
na força deste nosso amor fulminante...
Vivendo horas de exuberante paixão,
quase explodindo de amor o coração...
Sentindo a doce presença desejada,
tendo ao lado a figura amada...
Nossos corpos, em completa fusão,
com pernas e braços em louca confusão,
vivendo essa paixão enlouquecida,
dando mais vida à nossa vida...
Sentindo sempre esse prazer,

Foto de Sonia Delsin

MEUS TESOUROS

MEUS TESOUROS

Meus tesouros têm um inestimável
valor.
São frutos do
amor.
Eles me chegaram em
tempos diferentes.
O primeiro veio me despertar do
torpor.
O outro veio me mostrar que um sorriso apaga toda a
dor.

Foto de Cesare

Silencio

Silencio
para ouvir melhor meu interior
Que muito tem a dizer
Mas não consegue se expressar

Silencio
Talvez assim saia desse torpor
Por não saber o que fazer
E descubra a melhor forma de amar

Silencio
Pode ser que assim possa externar
o que se passa em meu coração
E finalmente eu possa crescer

Silencio
Para que um dia eu possa entoar
em altos brados uma canção
De eterno amor por você!

Foto de Carmen Vervloet

Segundo Ensejo da Criança

Segundo Ensejo da Criança

Mas se moram nas ruas
Dormindo em calçadas...
Sem teto...
Sem roupas...
Nuas...
Sozinhas... Abandonadas...
Em drogas viciadas...
Buscando o torpor
Para substituir o famigerado amor!...
Roubando o pão que lhe foi negado...
Direito seu, usurpado...
Por governantes inescrupulosos
Que se mostram bonzinhos
Mas tiram-lhes tudo...
Até o carinho!...
Tristes... Desesperançadas...
Almas revoltadas!...
Sem escolas, sem profissão...
Sem banho... Pés no chão...
Sem saúde... Doentes...
Como pretender que sejam decentes?
E assim vão se formando os marginais
Na escola da miséria...
Do abandono...
Onde quem deveria ser o patrono
É o ladrão
Que põe a culpa no mordomo
Dando como solução
Presídios em edificação!

Ah! Meu Brasil amado!...
Você precisa de políticos ponderados!...
De homens sensíveis... Iluminados!...
Berçando sonhos jamais realizados!...
Acendendo a treva em corações
Tão machucados!

Carmen Vervloet

Foto de Rosita

SINTO AMOR

Sinto teus beijos meu corpo percorrer
E meu coração de amor enlouquecer
Desejo em teus braços adormecer
E bem juntinho a ti amanhecer.

Sinto o desejo em mim desabrochar
Quando começas a me acariciar
Entrego-me sem muito pensar
Retribuindo tua forma de amar.

Sinto em meu corpo um calor
Causado por carinhos e amor
Provocando-me grande torpor
Perdendo aos poucos o pudor.

Sinto explodir em mim a paixão
Fazendo-me viver a emoção
De entregar não só meu coração
Mas também meu corpo com sofreguidão.

Sinto vontade de chorar e rir
Porque me fizestes sentir
Que estás de sonhos a me cobrir
E que nada além do amor estás a pedir.

Rosita Barroso
28/11/2007

Foto de Ana Botelho

E AGORA...

E AGORA...

Acostumei as minhas longas mãos
A brincarem felizes entre as suas,
Por que agora estarei contente
Se elas vagueiam desapontadas
Em busca de tudo o que juntei,
Ou que pensei ter conquistado,
Se as vejo vazias, inconsoladas ...

Gastei os meus atenciosos olhos
Mirando e amando amar os seus,
Por que será que hoje nada querem ver,
Nem ao menos possuem o brilho de antes.
As coisas voam e, muito pouco de tudo
Que pensamos ter, fica para nos alegrar
É...agora ninguém atiça os meus desejos...

Será que subir em escadas de mármore
Para derrubar do alto muitas baixelas de ouro ,
Será que quebrar espelhos, vergar espadas,
Despedaçar estátuas e colares de pérolas,
E depois, de ver essas coisas todas no chão,
Pararei para escutar e sair desse torpor,
Recebendo então, um restaurado amor...

O que posso fazer para ter essa tal plenitude,
Se em cada novo ensaio, só encontro o mundo
E se o que busco é sempre o encanto do infinito...
É como se eu habitasse entre exílios e guerras,
Meus amores são extintos, todos eles mortos,
E para consolá-los, mando-lhes agrados em versos,
Mas nem isso os acalma, ficam gravados na minha alma.

Latentes, como os rios que perenemente choram
A ausência dos dias de verão, em que as chuvas fortes
Transbordam os seus leitos e redobram as corredeiras
Num derramar sem fim de opulência e saciado prazer,
Banhando para fertilizar e carregar tantas delícias,
Que ganham vida e matam a fome ao seu derredor,
Mas que são como eu, também sujeitos a mil fases .

ANA BOTELHO 30/02/2007

Foto de Thiers R

< Confabulando com A. Rimbaud > “o original”

>

- Penetra em meus dedos essa porção
e já não me vejo
por instantes sou uma in-cor.
O absinto derramado na mente
turva-se
espalha violento torpor
Em delírios ouço-me
minha voz conclama que desobedeça
Sou afável aos gritos
e cambaleante sigo em direção ao vídeo
pego o controle e clico – start!
respiro aliviado
Começava a entrar no inferno
e vejo-me vivo
essa parte de minh'alma não pode queimar-se
Hei de retornar aos prazeres
gozar tua pele tenra
macio prazer das noites
sob a pluma dos lençóis
Vem dama da noite
perfumar a dor venenosa
instalada no cérebro encoberto
que visualizo
Concluo que aquele maldito ecstasy
deve estar abrindo a porta
onde demônios habitam
desesperado corro à janela
abro-a e vejo o mar
caminhas atravessando ruas
sinto a aragem de tuas coxas
Sei que daqui a pouco
a campainha há de tocar

ThiersRimbaud >>

Junho/2007

Foto de Lou Poulit

NÃO CABEM DOIS MARES NO MEU ABISMO

Não cabem dois mares no meu abismo. Não resplandecem duas estrelas na minha escuridão, nem duas manhãs podem beijar o reabrir dos meus olhares. O meu sonho incauto colhe os ventos rebeldes que o arrebatam, e o peito do alto tolhe as vagas que lhe desafiam, mas no silêncio milenar das suas profundezas o meu amor não se desalinha. Pelas imensuráveis distâncias do próprio cosmo, o meu amor peregrina e das palmas que lhe acariciam esmola: de cada era a prece em que tardo e a bailarina, em quem como um raio ardo e me esvaio, com cada passo tece o cetim no espaço, o olhar que toca a tez amada quando amanhece.

O relâmpago, que a eternidade de um instante proclama, não alforria duas senhoras, nem duas escravas lhe possuem a chama. O hálito morno, que áspero lambe o leito e dessedenta o rio, e como um senhorio crava estrelas em suas areias, só tem uma pataca. Para que dois alforjes? Não são de sandálias as suas pegadas, mas onde aponta o velho cajado ancora-se o frêmito do escuro ao firmamento, como se ao crepúsculo o amor ancorasse o vento e, a se deserdar do fim iminente, sentisse o que o músculo não sente. O corpo da amada não mente, o botão guarda o instinto da rosa. O templo espera, de uma só direção, pela manhã sestrosa que há de lhe dar vida às pedras.

Pois que venha o amor no dia das algas. Abissais, viscosas e quentes, esgalgas algas, crispadas no rastro das correntes, rubras espadas a sua conquista. Virá o tempo do grito rijo, nas entranhas do torpor. Virá a madrugada ao regozijo do repouso. Amada, virá o amor tardio... Ah, o amor vadio, sem peja ou medo, a mais doce peleja, o mais furioso brinquedo. Virá na ponta do dedo, no gume da fala, descabelar a pérola numa luta que na vala brota, de pétalas no fundo da grota... O pórtico exíguo e seu tímido obelisco hão de ser soterrados sob as asas do pégaso amado, para que apenas as suas estrelas rasguem o negrume e habitem o instante. Ah, o amor... Pelo caminho dos pirilampos o amor virá com seu tropel. Mas que não venha pelos campos, nem do mar nem do céu, mas com um canto gutural o amor mais visceral venha do nosso passado... E domado como um bicho amante, pela crina, há de transfigurar-se em doçumes, no vau largo da bailarina, num último cismo de lumes. A manhã pertencida espreguiça o levante, sem posses ou posseiros, sim à vida... E nunca mais aos ciúmes.

(Itaipú, 21/julho/2007)

Foto de cathy correia

Lembras-te...?

Lembras-te
Quando em troca de uma flor
Me davas o teu mais belo sorriso?
Lembras-te
Quando trocávamos com o olhar
Beijos que sabiam a ondas do mar?
Lembras-te... minha amada
Do nosso amor
Que tudo envolvia
Cobria
Num doce torpor?
Quero-te
Mas acho que perdi as palavras algures...
Num desses corredores
Frios
Impessoais.
Deixei que sentimentos banais
Nos deixassem
Sem sonhos a partilhar

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